Menu

Consultoria Exclusiva

02/06/2021

Uma Aventura Chamada Revista

“Entrevistando os empreendedores fui, edição a edição, formando a minha própria mente empresária”

"Sinto muita gratidão em ter realizado esses registros, que, se tornaram, também, marcos históricos da vida dessas empresas e pessoas que confiaram em mim" "É momento de reinvenção de projetos, de propostas, de metodologias e de aplicação da comunicação estratégica" Josué Ferreira foi o Diretor de Imagem dos projetos NOI IN VIDEO e o autor da maioria das fotos de capa e especiais da NOI  "A minha missão como ser humano, por meio da NOI, sempre foi mostrar o melhor das pessoas"

Era 2013 e eu regressava de um intercâmbio acadêmico, realizado em Pádua, Itália, para o curso de bacharelado em Direito da Universidade de Caxias do Sul, em parceria com a Università degli Studi di Padova. Já era graduada em Comunicação Social (desde 2008), com ênfase em Jornalismo pela mesma UCS. Tinha experiências de trabalho com televisão (passando por empresas como RBSTV e BANDTV), como produtora, repórter, diretora de imagem e editora de vídeo. Tinha atuado como assessora de imprensa e repórter, produtora e locutora de rádio. 

Todavia, aos 28 anos, ainda não havia realizado meu sonho profissional (à época): trabalhar com letras, arte e fotografia.

“A revista NOI procura uma editora”, me contou meu amigo Jair Motta, jornalista caxiense, recentemente falecido (início de 2021) acometido pela COVID-19. Jair me conheceu aos meus 18, 19 anos, quando realizei o meu primeiro estágio acadêmico (esse em Caxias do Sul - RS) numa agência de assessoria de imprensa. 

Éramos colegas de redação, redatores, ou seja, escritores. Produzíamos releases para empresas e tentávamos fazer com que os jornalistas “encontrassem uma pauta” naqueles textos que fazíamos, alcançando assim, em forma de “jornalismo”, alguma “publicidade espontânea” para o nosso cliente. Claro, espontâneo, espontâneo não era, já que o cliente pagava a agência de assessoria que, por sua vez, nos pagava para convencer o jornalista.

Eu não acredito muito na espontaneidade quando se trata de comunicação estratégica. Sei bem que toda comunicação qualificada nasce de planejamento, escolha, técnica, empenho e muito trabalho. Nada ocorre ao acaso, nem nos veículos tradicionais, nem nas mídias sociais. Estudiosos do tema, técnicos e profissionais da Comunicação Social, em suas diversas esferas (Jornalismo, Relações Públicas, Marketing, Publicidade e Propaganda e, até mesmo influencers), tenho certeza, concordarão comigo. 

Quem já trabalhou em algum bastidor na vida, sabe, que tudo que acontece “no palco”, “nas telas”, ou “nas páginas” de qualquer veículo de comunicação, só acontece porque alguma mente criativa, corajosa e competente decideagir. Ou seja, tudo que é publicado em algum meio de comunicação é resultado das decisões e atos de alguém. Aindafalarei muito sobre isso em minhas redes sociais e plataformas de ensino. 

Por ora, voltemos à história da revista NOI. 

Sabendo dessa oportunidade, procurei a então equipe da revista para oferecer meus serviços como editora. Recebi a função, assumindo a primeira edição como coordenadora de conteúdo em maio de 2014. Eu já havia publicado, como colaborada especial, uma entrevista enorme, na edição anterior daquele ano (março 2014) com ninguém menos que o sociólogo italiano Domenico De Mais. A entrevista foi realizada pelo Skype (eu em minha casa, em Caxias do Sul, e ele em sua, em Roma - sinal dos novos tempos), em língua italiana (pela qual transito fluentemente, pelo menos, de forma verbal), e traduzida livremente também por mim. 

Foi ao ver aquela minha entrevista, tão preciosa, publicada em páginas tão lindas, que eu me apaixonei pelo “fazer revista”. 

Fazer uma revista!

“Fazer revista” é muito diferente de “fazer jornal”, ou de “escrever um livro”. 

Uma revista é um projeto de comunicação “meio termo” (entre essas plataformas – jornal e livro). A revista publica conteúdo escrito de forma criativa e elegante. Ela é mais leve e menos densa do que o livro (em seu teor de texto),e constrói mensagens usando fortemente links das palavras com a linguagem visual (fotos e arte gráfica). Tudo isso para encantar o público que, normalmente é fascinado por elas. 

Por quê? 

Por que as pessoas adoram as revistas? 

Tenho uma teoria pessoal! Veja quantas fotos maravilhosas! Veja como a revista é, normalmente, um produto gráfico bonito e cheio de conceito, preparado com cuidado e perícia em sua arte, muito diferentemente do jornal, que precisa ser publicado, sempre, naquele mesmo dia, “seja como for”. 

É claro que os jornais também se esforçam por realizar um ótimo trabalho gráfico (e, inclusive têm uma função social muito diversa da revista - que é por natureza artística - principalmente voltada ao instantâneo, em dar visibilidade ao factual), porém, o maior tempo para produzir conteúdo, luxo das revistas, faz com que essas possam investir mais perícia em produção fotográfica, edição de texto e apresentação gráfica. 

Tudo o que é pensado com mais calma e revisado mais vezes, fica, obviamente melhor e mais atrativo ao olhar. 

As pessoas também amam revistas porque elas foram, por muito tempo, uma poderosa rede social. Ali podíamos ver as pessoas “famosas”, mostradas pelas lentes e palavras de profissionais (fotógrafos e jornalistas ou escritores). Hoje, podemos ver pessoas, por suas próprias mãos, em muitas telas digitais. Mas sobre isso, também falarei bastante, mais adiante.

Jornada Empresarial

Atuando como editora da revista, comecei, naturalmente, a promover os conteúdos que gerávamos, e a pensar em lugares, eventos e pessoas que precisavam receber a publicação ou “aparecer” nela. Sempre acreditei que o grande diferencial da NOI, quando comparada a outros veículos de comunicação, maiores que ela, era a sua regionalidade. Ou seja, a NOI mostraria, exclusivamente, as pessoas “daqui”, da Serra Gaúcha. 

Todo editor de revista recebe centenas de e-mails com conteúdos “sendo cedidos” para a publicação, todos os dias. Seria muito fácil, criar uma revista apenas a partir de um “composê” desses e-mails, com fotos compradas de algum ator global, ou de uma cena qualquer. Mas não. Na NOI, sob minha liderança, nós não faríamos isso.

Nós faríamos material original. E nada aquém.

Nossas fotos, nossos vídeos, nossos escritos, seriam todos autênticos!

Lembro de ter reformulado visão, missão e valores da revista, explicando esse propósito, justificando sua existência e forma de ser. Tais materiais foram utilizados para a venda e divulgação dos projetos da NOI até hoje! 

Agora pense no trabalho necessário para fazer isso tudo com qualidade. Imenso! Exigindo dedicação total!

Mas nós fizemos!  E vou seguir te contando como.

Naquela época (quando ingressei no projeto) a NOI tinha parcerias e valorizava, principalmente, empresários e entidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. Caxiense de nascimento que sou, comecei a desenvolver onetworking da revista entre a comunidade empresarial e entidades representativas de Caxias do Sul, cidade maravilhosa e pujante onde cresci, e me desenvolvi. Com o tempo passei a entrevistar os empresários caxienses, muitos dos quais conheço (mesmo que de nome, em alguns casos), desde a infância.

Passei a me inserir nesse meio. 

Entrevistando os empreendedores fui, edição a edição, formando a minha própria mente empresária. Eles me contavam suas histórias e eu, inspirada em tais lições, ia potencializando a minha. Toda essa pró-atividade culminou, em 2015, com o convite para ser sócia do negócio. Desde setembro daquele ano eu me tornava então, também, “dona” da revista NOI. 

Entretanto, publicamente, preferi manter meu posicionamento no mercado como coordenadora de projetos da revista, porque via no termo mais verdade e representatividade do que “de fato”, ocorria. Para publicar tanto conteúdo, num intervalo tão breve (nos últimos anos as edições eram lançadas a cada dois meses) era preciso um árduo e apaixonado trabalho de coordenação de projetos, arquivos e pessoas, que, com muito amor, realizei. 

Não saberia dizer quantas horas de vida investi nessa jornada (juntamente com as equipes), nas atividades da revista. Sempre participei de tudo, desde o planejamento, a comercialização e coordenação de projetos, a parte visual (produção e geração de fotos), o recebimento de material escrito, redação, decupagem de entrevistas, supervisão de arte gráfica e até, posteriormente, a postagem de todo o material no site e redes, ou o recebimento da revista impressa. 

Tudo isso, a cada dois meses. Imagine!

Mais do que retorno financeiro, foi sim, paixão, o que sempre nos fez cuidar tanto dos nossos projetos, das histórias que mostrávamos, e das pessoas que retratamos. A contar com essa, em que publico essas palavras, completo 35 edições da revista NOI totalmente coordenadas por mim. Esse foi um grande desafio para uma jornalista tão jovem, e uma aprendiz de empresária. 

Mas como com tudo na vida, a gente aprende muito mais na prática, fazendo, do que estudando. Eu executei e cresci, a cada dia, em aprendizado e valor.

Inserção Audiovisual 

Ao realizar as entrevistas para a revista impressa, eu percebia que, os momentos de interação com os empresários (fontes), eram muito ricos. Por que os seus olhares, expressões, sorrisos e vozes deveriam ficar apenas “para mim”? Todas aquelas coisas que cabem na palavra dita, mas não cabem na palavra escrita, se perdiam, mesmo que eu muito me esforçasse para traduzir tudo “no papel”. 

Foi então que decidi que, para as entrevistas principais e projetos de capa, realizaríamos produção audiovisual. 

Compus uma pequena (porém habilidosa) equipe ao lado do experiente diretor de imagem Josué Ferreira (que, emalguns projetos foi acompanhado de outros profissionais) para registrar as entrevistas em vídeo. Eu queria que todos pudessem ver o que eu via: o brilho nos olhos e as grandes ideias daquelas pessoas fenomenais. 

Dessa minha ânsia de compartilhar conhecimento e vidas nasceu o projeto NOI IN MOVIE, termo em inglês, visto que minha mente sempre foi “internacionalizada” e eu sempre desejei traduzir as falas dos nossos empreendedores (aqui da Serra Gaúcha) para pessoas de todos os continentes, coisa que, creio, ainda realizarei. 

Foram diversas entrevistas gravadas em vídeo. Algumas, muito especiais, com os maiores empreendedores da Região do nosso tempo, como Raul Randon e Jaime Andreazza, entre tantas outras conversas fenomenais. Você pode ter uma ideia da dimensão desse trabalho apenas olhando as capas ao redor desse relato.

Quantas faces? Quantas jornadas empreendedoras? Imagine se você pudesse abrir cada uma delas e conhecer as pessoas todas que mostramos, também, dentro das edições. Cada nome, foto e palavra do que você vê nessas molduras, passou por minha mente e coração.

Sinto muita gratidão em ter realizado esses registros, que, se tornaram, também, marcos históricos da vida dessas empresas e pessoas que confiaram em mim. 

Transformação Digital

Foram inúmeros nomes que assinaram ou apareceram nessas páginas: jornalistas, modelos, artistas, músicos, assessores de imprensa, fotógrafos, empresários e empresárias da Serra Gaúcha e, a cada um que “passou por aqui” e, por consequência, passou pelo meu coração, agradeço imensamente. 

Sou grata pela confiança, pelo talento empenhado e emprestado à revista, pelo brilhantismo, pela emoção. 

A minha missão como ser humano, por meio da NOI, sempre foi mostrar o melhor das pessoas. 

Acredito na prosperidade, na psicologia positiva e na comunicação que promove empresas, projetos e pessoas, ao invés daquela que derruba e expõe infelicidades. Sempre gostei de ver as pessoas alegres e orgulhosas ao encontrar acolhimento para contar a melhor parte de suas histórias, personalidades e vidas. Não faria, e já sei que não farei, nada diferente a partir de agora. 

Ocorre que essa visão, de vida e de negócio, é muito maior do que um projeto (essa linda aventura) chamado revista, publicado a cada dois meses, em plataforma papel (que, posteriormente veio a ser exposto, também, na íntegra, em site próprio e redes sociais). 

A multiplicação dos canais disponíveis a todas as pessoas tornou a exposição na revista “pouco” (em volume), perto de tudo que empresas e profissionais precisam aprender e gerar hoje, quando o assunto é comunicação estratégica voltada para venda ou promoção.

Por isso, compreendo que o momento é oportuno e excelente para reinvenção. 

Reinvenção de projetos, de propostas, de metodologias e de aplicação da comunicação que, prosseguirá, para sempre, sendo essencial para qualquer pessoa, e, muito mais, para uma pessoa empreendedora, ou para um profissional dedicado. Há muito por fazer, planejar, produzir e mostrar, em tantos canais e plataformas digitais que temos disponíveis e, a isso, passarei a me dedicar, profissionalmente. 

Se nunca mais publicarei revista? 

Muito provavelmente sim, afinal, como obra de arte, a revista jamais perderá sua beleza, seu destaque e relevância. Com certeza, porém, sua função social será readaptada, reservada para momentos emblemáticos, datas célebres, e marcos de ciclos e vidas (de pessoas, projetos e empresas). Sua frequente periodicidade já não é necessária, pois todos nós temos canais de comunicação disponíveis para acessar, na palma de nossa mão, todos os dias. 

Agradeço a você que me acompanhou por aqui e lhe convido para ficar perto, e ingressar nessa nova e incrível jornada, a da Comunicação All-Line. Você já pensou nisso para sua vida profissional e para sua empresa? Se você quer e precisa saber mais sobre esse assunto, te convido a ler o que vem a seguir! 

Te vejo nas redes? 

 

Fotos: Everton Reinaldo