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22/11/2016

Ozonioterapia no Tratamento Veterinário

A clínica Polivete aplica tratamento inovador com resultados impressionantes

Esse tratamento inovador pode ser utilizado em qualquer espécie, desde passarinhos até bovinos, como na cura de mastites em alternativa ao uso de antibióticos que exigiriam o descarte do leite enquanto que, com o Ozônio, colocado intra-mamário, não é necessário nem um dia de carência

Atenta às novidades e tendências mundiais em medicina veterinária, a Clínica Polivete trouxe para a Serra Gaúcha a Ozonioterapia, um tratamento muito conhecido e eficaz no tratamento humano, agora também aplicado aos animais. A Doutora Dafni T. Nicolaou, especialista na área, recentemente também fez curso de especialização em Medicina Interna de Felinos pela Equalis, e de Implante de Prótese de Traquéia (ocorrência especialmente em raças pequenas, que são mais acometidas pelo problema), um procedimento cirúrgico bastante simples e rápido. Preparando-se para fazer o pós em Dermatologia, Dafni especializou-se recentemente em Ozonioterapia na Ulbra. Esse tratamento inovador pode ser utilizado em qualquer espécie, desde passarinhos até bovinos, como na cura de mastites em alternativa ao uso de antibióticos que exigiriam o descarte do leite enquanto que, com o Ozônio, colocado intra-mamário, não é necessário nem um dia de carência.

Entenda a Ozonioterapia

A Ozonioterapia consiste no uso do Ozônio de forma terapêutica. Dentre seus efeitos pode-se citar: anti-inflamatório, analgésico, imunomodulador, antimicrobiano, fungicida, viricida e cicatrizante. O ozônio é capaz de reduzir a agregação plaquetária, desfazer o empilhamento de hemácias, modular o estresse oxidativo, reduzir a produção de tecido de granulação exuberante, melhorar a circulação local e a perfusão tecidual, promover desinfecção e desbridamento de tecidos e estimular a cicatrização e epitelização. “O Oxigênio que respiramos é uma molécula com dois átomos de Oxigênio (O2). Já o Ozônio é uma molécula com três átomos de Oxigênio (O3). Para produzir o Ozônio é preciso “quebrar” moléculas de O2 para que se reagrupem como O3”, explica a especialista.  Existem várias vias de aplicação do Ozônio. As principais formas são a aplicação do gás de forma local (que pode ser realizada em pontos de acupuntura ou não), por via intramuscular, subcutânea ou intra-articular, a insuflação retal e a auto-hematerapia maior ou menor (quando se ozoniza e, em seguida, reaplica o sangue do próprio paciente). Outras vias, como a aplicação intra-discal, peridural, bolsa de Ozônio, insuflação vesico-uretral e de fístulas dependem do caso a ser tratado e costumam ser menos frequentes em comparação às formas principais. Também pode-se ozonizar óleos e água para uso tópico, limpeza de tecido ou até mesmo uso oral.

A Ozonioterapia é indicada no tratamento complementar ou isolado de diversas doenças. Pode-se citar, dentre outras indicações, a doença do disco intervertebral, espondiose, osteoartrites, feridas contaminadas, infecção do trato urinário, fístulas e abcessos, piodermites, dermatopatias, otites, papilomas, artrite reumatoide, doença intestinal inflamatória crônica, diabetes, insuficiência renal crônica, doenças isquêmicas, tratamento de feridas e escaras de decúbito, queimaduras, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ceratoconjuntivite seca, glaucoma crônico, úlcera de córnea, hepatopatias, doenças neurodegenerativas, adjuvante no tratamento do câncer e para amenizar os efeitos colaterais da quimioterapia. Quanto a contraindicações, deve-se apenas ter cuidados com animais senis, debilitados ou com grande estresse oxidativo. Em casos assim a Ozonioterapia deve ser evitada ou então realizada de forma bastante cuidadosa para não agravar o quadro clínico do animal.

Os efeitos do Ozônio são rápidos e dependendo do caso pode-se ter resultados já a partir da primeira ou segunda aplicação (em quadros de dor crônica, por exemplo). Porém a resposta varia de acordo com o paciente e com a patologia. “O gás não causa dor, o animal pode sentir o desconforto da agulha e do volume do gás apenas mas, na maioria das vezes, eles não se incomodam, observando a resposta do animal e controlando a concentração de Ozônio é possível realizar um tratamento eficaz sem que o animal tenha desconforto”, explica a veterinária. “Nos casos de doenças sistêmicas, o uso da Ozonioterapia também precisa ser feito de forma sistêmica, ou seja, pode ser colocado dentro do próprio fluido intravenoso ou ser feita uma auto-hemoterapia maior ou menor. Em outros casos, de muita dor, como uma displasia coxo femoral, pode-se aplicar na articulação ou subcutâneo. Num problema de pele, isola-se a parte afetada com uma bolsinha onde injeta-se o gás. Também pode ser aplicado via retal, em caso de uso sistêmico. Dor na coluna? Aplica-se um pouco do gás na coluna, isso tira a dor na hora. É muito bom”, afirma. Embora seja uma terapia bastante antiga, relativamente barata, indolor e muito eficaz, ainda é pouco utilizada no Brasil. Localizada em Bento Gonçalves-RS, a Clínica Polivete é uma empresa familiar, formada por quatro médicos veterinários, Ioanis P Nicolaou (CRMV 3085) e Rosângela Nilsson Nicolaou (CRMV 3261) e suas filhas Dafni (CRMV 14495) e Yoanna K. Nicolaou (CRMV 11977). Além do atendimento veterinário e de hospedagem de animais, na clínica Polivete também são realizadas cirurgias com anestesia inalatória, internação em alas para cães e gatos separadamente, além de área de isolamento para doenças infecto-contagiosas.

Caroline Pierosan