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18/09/2020

Como melhorar As Experiências Com a Realidade Aumentada?

Do entretenimento para as redes sociais e os negócios, a tecnologia está cada vez mais presente no nosso cotidiano

Inúmeras são as experiências proporcionadas pela realidade aumentada, como brincar com os bichinhos 3D, neste caso da Núcleo IT, empresa caxiense que lançou o seu gato em RA em dezembro de 2019, antes mesmo da Google (Crédito: Divulgação Núcleo IT) "Entendo que a realidade aumentada poderia fazer muito mais parte do dia a dia das empresas se muitas delas deixassem de somente falar em inovação e investissem de fato nisso" (Renan Franz, cofundador da Meerkat e product manager da Acesso Digital) Crédito: Divulgação Meerkat "Hoje o segredo de tudo é criar uma experiência única para entregar algo diferente para o usuário e o cliente. Quem conseguir entregar isso antes vai sair na frente" (Pedro Augusto Bocchese, diretor da Núcleo IT, diretor pedagógico da FAP e Pós-Doutorando em Administração de Empresas)  Crédito: Fabiano Bryce "Na prática, a RA é uma dessas tecnologias queridinhas para tornar a vida do usuário melhor a custos menores para a companhia" (Rodrigo Koetz de Castro, diretor de inovação da Teevo e diretor de planejamento do Nexo Governança Corporativa e do Azure RS) Crédito: Matheus Salvador

Você já ouviu falar em realidade aumentada (RA)? Talvez você não saiba do que se trata realmente, mas certamente já se deparou com experiências com essa tecnologia no cotidiano, mesmo sem saber. Experimentar óculos virtualmente no seu rosto, receber indicações de direção ao apontar seu celular para a rua, usar filtros no TikTok, Instagram e Snapchat, simular a instalação de um móvel em algum local da sua casa ou trocar a cor da parede sem ter que pintá-la. Ou ainda brincar com os bichinhos 3D lançados recentemente pela Google. Todas essas são experiências com o uso de RA. A tecnologia começou a ficar conhecida com o famoso jogo Pokémon GO. Dos games e do entretenimento, migrou para as redes sociais até ser “descoberta” e disseminada no mundo dos negócios.

Mas o que é, afinal, essa tecnologia? É importante diferenciá-la da realidade virtual.
Embora os nomes se assemelhem, a realidade aumentada integra elementos a um ambiente real em tempo real, permitindo a interação do usuário com esses itens como se fossem uma expansão do mundo real, enquanto a realidade virtual faz com que o usuário entre completamente em um ambiente virtual ou que as coisas aconteçam no mundo virtual, sem qualquer interação. “Na prática, a RA é uma dessas tecnologias queridinhas para tornar a vida do usuário melhor a custos menores para a companhia”, sintetiza Rodrigo Koetz de Castro, diretor de inovação da Teevo e diretor de planejamento do Nexo Governança Corporativa e do Azure RS.

Ele explica que a experiência de RA acontece dentro da tela de um device, ou seja, um smartphone ou computador (e não fora dela) e a percepção visual é de uma camada digital aplicada sobre uma imagem real. A tecnologia combina um código bidimensional com um programa de computador e projeta virtualmente o objeto virtual sobre o real. É necessária uma câmera ou sensor para capturar a imagem física e um ou mais modelos virtuais a serem aplicados sobre a imagem na tela.

Experiência imersiva – A realidade aumentada passou a ser utilizada no mundo corporativo dentro do conceito de experiência imersiva, assim como outras tecnologias como realidade virtual, tour 360 e até mesmo inteligência artificial e sensores de IoT (Inteligência das Coisas). Com isso, ganhou aplicação e escalabilidade em áreas como entretenimento, educação, saúde, indústria 4.0, e-commerce, feiras, varejo, rótulos e embalagens de produtos. “Hoje o segredo de tudo é criar uma experiência única para entregar algo diferente para o usuário e o cliente. Quem conseguir entregar isso antes vai sair na frente. E a RA não é uma tecnologia cara, dá para fazer qualquer projeto gastando um ticket menor. Hoje já conseguimos executar projetos abaixo de R$ 10 mil, então é viável para qualquer porte de empresa”, afirma Pedro Augusto Bocchese, diretor da Núcleo IT, diretor pedagógico da Faculdade de Antônio Prado (FAP) e Pós-Doutorando em Administração de Empresas.

Essa imersividade da experiência do consumidor certamente terá impacto na qualidade da experiência, resultando em aumento das vendas e dos índices de fidelização. Além disso, a interação e o engajamento do usuário estimulados com o uso de RA irão fornecer dados e gerar indicadores para a empresa em um tempo em que dados têm grande valor. Na indústria 4.0 os ganhos com a utilização de RA em processos, treinamentos, análise de peças, identificação de problemas e simulação de situações passam por redução de riscos e de custos e aumento da qualidade e da segurança, entre outros.

Desafios – Apesar de ser uma grande aliada para convencer o cliente a comprar um produto ou aumentar o engajamento com a empresa através de experiências visuais, permitindo acesso à informações e experiências mais imersivas e emocionais, e de ser uma tecnologia de certa forma já madura e com usuários prontos para utilizá-la, a RA encontra alguns desafios para a sua maior escalabilidade. O principal, na opinião de Bocchese, é a mudança de mentalidade. “Diria que a tecnologia já é escalável. Hardware e software existem. A grande questão é as empresas entenderem que isso é necessário e essencial para o seu negócio. Acredito que o maior desafio está na cabeça dos gestores e na diretriz estratégica das empresas”, pondera.

Renan Franz, cofundador da Meerkat (especializada em visão computacional) e product manager da Acesso Digital, que acaba de adquirir a Meerkat, tem percepção semelhante. “Entendo que a realidade aumentada poderia fazer muito mais parte do dia a dia das empresas se muitas delas deixassem de somente falar em inovação e investissem de fato nisso”, defende. E alerta: “Com a minha startup, visitei dezenas de grandes empresas que queriam aplicar visão computacional no seu dia a dia, mas nunca foram para frente devido à aversão ao risco. Enquanto essa mentalidade não mudar, continuaremos adotando muito lentamente novas tecnologias”, conclui.

 

UNIVERSUM MÓVEIS CRIOU SOLUÇÃO NA PANDEMIA

Com a inovação no radar, a Universum Móveis, com sede em Antônio Prado, mantém-se antenada às mudanças que estão acontecendo e que repercutirão cada vez com mais intensidade nos fabricantes de mobiliário e no relacionamento com os clientes. A indústria já utiliza tanto a realidade aumentada (RA) como a virtual. A RA foi implantada no setor comercial há mais de um ano e na pandemia a empresa sentiu necessidade de uma ferramenta para se aproximar dos clientes. Em parceria com a Núcleo IT, desenvolveu um passeio virtual pelo showroom, no qual os clientes podem caminhar virtualmente pelo showroom na segurança dos seus lares.

A tecnologia permite inserir um móvel em 3D em qualquer ambiente já existente. Com a solução de RA, é possível testar móveis nos ambientes antes de comprá-los, com a sensação real de dimensão e textura. O consumidor pode testar diversos produtos para ver se combinarão com sua decoração e até mesmo ter novas ideias para mobiliar sua casa. O recurso reduz a necessidade de o cliente se deslocar até uma loja física para ver o móvel. “Conseguimos oferecer muito mais do que um produto de alto padrão, mas uma experiência inesquecível e enriquecedora para nossos clientes”, destaca Natália Susin Barison, consultora comercial.

A tecnologia é uma aliada para aperfeiçoar os serviços oferecidos no mercado de móveis de alto padrão. Com a ajuda da realidade aumentada e virtual, a empresa agrega valor ao produto e melhora a experiência de compra do cliente, investindo em uma inovação que gera diferenciais e facilita a venda. A Universum acredita que essa tecnologia veio para ficar, com aplicação em diversos processos da indústria moveleira. Por isso, já planeja ampliar as experiências com realidade aumentada e virtual para o relacionamento com os clientes.

 

Adriana Schio