Menu

All-Line Relations

06/05/2020

Em parceria com o projeto UCSGraphene, Marcopolo anuncia testes com grafeno para fabricar ônibus mais leves e resistentes

Adição do material no aço, em polímeros e em tintas pretende promover melhorar durabilidade e desempenho dos veículos

Acordo de cooperação técnico-científica entre Marcopolo, UCS e 2D Materials, da Universidade de Singapura, firmado há um ano, foi um dos primeiros para o desenvolvimento de pesquisas, projetos e serviços tecnológicos em materiais avançados (Foto: Julio Soares/Marcopolo)

A empresa caxiense Marcopolo anunciou nesta segunda, dia 4, que pretende iniciar, até o final deste ano, testes com grafeno aplicado a componentes visando produzir estruturas de ônibus mais leves e resistentes. A iniciativa resulta de termo de cooperação técnico-científica firmado há um ano entre a fabricante, a Universidade de Caxias do Sul e a 2D Materials (centro de pesquisas ligado à Universidade de Singapura, que presta consultoria à UCS) para o desenvolvimento de pesquisas, projetos e serviços tecnológicos em materiais avançados, especialmente o grafeno – que vem sendo produzido em escala industrial pelo UCSGraphene, unidade de negócio da Universidade, desde março.

“Iniciamos os estudos de caracterização, o que permitirá determinar qual a quantidade ideal de grafeno na composição do material que se relaciona diretamente com a resistência mecânica desejada para cada subsistema do nosso produto. São testes de ensaios químicos, térmicos e mecânicos, além de testes de durabilidade e confiabilidade do produto, representando as condições de utilização de nossos clientes”, descreve o diretor de Engenharia da Marcopolo, Luciano Resner.

Segundo ele, a empresa vem realizando estudos e pesquisas com grafeno associado ao aço, o que poderá resultar em grande redução de peso das carrocerias, além de aplicação na pintura, reduzindo a necessidade de camadas e melhorando as características contra a corrosão. Entre os desenvolvimentos mais avançados, a Marcopolo está a substituição de componentes metálicas por polímeros com a adição de grafeno. “Deveremos iniciar testes no campo de provas ainda no segundo semestre deste ano para apresentar novidades no mercado em 2021”, adianta.

Um dos grandes desafios da indústria automobilística mundial está na contínua redução de peso e elevação da resistência dos componentes e dos veículos como um todo. Outro é a redução no uso de combustíveis fósseis e nas emissões. Com a crescente adoção da tecnologia de motorização elétrica, estudos com grafeno também estão sendo realizados mundialmente para reduzir o peso das baterias.

 

O UCSGraphene:
- Conectado ao Parque de Ciência, Tecnologia e Inovação da Universidade de Caxias do Sul - TecnoUCS, resulta de 15 anos de pesquisa avançada da UCS em nanomateriais.
- Atua com a produção, a aplicação e a caracterização de grafeno e seus derivados, nanomateriais e demais materiais.
- Entrou em operação em 14 de março, com capacidade de produção de até 500 kg/ano e possibilidade de ampliação a até 5.000 kg/ano em 12 meses.
- Está habilitado à prestação de serviços tecnológicos para setores portadores de futuro dos mercados nacional e internacional.
- Dentre as aplicações pesquisadas e que a UCS alcançou expertise estão os segmentos de revestimentos avançados, materiais inteligentes, medicina regenerativa, energias alternativas, blindagem, metais, compósitos, polímeros e cerâmicas.
- É a primeira planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina instalada por uma universidade ou centro de pesquisa, e a maior em capacidade produtiva, suplantando inclusive as fábricas existentes, do setor privado. 

 

O Grafeno:
- É obtido do grafite a partir da reordenação hexagonal dos átomos do carbono. Foi isolado pela primeira vez em 2004, na Inglaterra, em pesquisa que ganharia o Prêmio Nobel de Física em 2010.
- É o material mais leve e resistente do mundo (200 vezes mais resistente do que o aço), superando até mesmo o diamante, e o mais fino que existe (da espessura de um átomo, ou 1 milhão de vezes menor que um fio de cabelo).
- Possui excelente condutividade térmica e elétrica, transparência e maleabilidade, sendo resistente ao impacto e à flexão.
- Devido à alta resistência mecânica, capacidade de transmissão de dados e economia de energia é considerado um dos maiores recursos da atualidade para aplicações em alta tecnologia.
- Em nanotecnologia é bastante utilizado na produção de componentes eletrônicos, baterias, telas e displays LCD, anticorrosivos, solventes, revestimentos, entre outros.