Adição do material no aço, em polímeros e em tintas pretende promover melhorar durabilidade e desempenho dos veículos
A empresa caxiense Marcopolo anunciou nesta segunda, dia 4, que pretende iniciar, até o final deste ano, testes com grafeno aplicado a componentes visando produzir estruturas de ônibus mais leves e resistentes. A iniciativa resulta de termo de cooperação técnico-científica firmado há um ano entre a fabricante, a Universidade de Caxias do Sul e a 2D Materials (centro de pesquisas ligado à Universidade de Singapura, que presta consultoria à UCS) para o desenvolvimento de pesquisas, projetos e serviços tecnológicos em materiais avançados, especialmente o grafeno – que vem sendo produzido em escala industrial pelo UCSGraphene, unidade de negócio da Universidade, desde março.
“Iniciamos os estudos de caracterização, o que permitirá determinar qual a quantidade ideal de grafeno na composição do material que se relaciona diretamente com a resistência mecânica desejada para cada subsistema do nosso produto. São testes de ensaios químicos, térmicos e mecânicos, além de testes de durabilidade e confiabilidade do produto, representando as condições de utilização de nossos clientes”, descreve o diretor de Engenharia da Marcopolo, Luciano Resner.
Segundo ele, a empresa vem realizando estudos e pesquisas com grafeno associado ao aço, o que poderá resultar em grande redução de peso das carrocerias, além de aplicação na pintura, reduzindo a necessidade de camadas e melhorando as características contra a corrosão. Entre os desenvolvimentos mais avançados, a Marcopolo está a substituição de componentes metálicas por polímeros com a adição de grafeno. “Deveremos iniciar testes no campo de provas ainda no segundo semestre deste ano para apresentar novidades no mercado em 2021”, adianta.
Um dos grandes desafios da indústria automobilística mundial está na contínua redução de peso e elevação da resistência dos componentes e dos veículos como um todo. Outro é a redução no uso de combustíveis fósseis e nas emissões. Com a crescente adoção da tecnologia de motorização elétrica, estudos com grafeno também estão sendo realizados mundialmente para reduzir o peso das baterias.