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Consultoria Exclusiva

05/08/2019

Mais Tempo Com as Pessoas

A Clínica Visão comemora um ano de práticas guiadas por um novo conceito de medicina e oftalmologia  

"Temos agendas um pouco mais alongadas. Ficamos mais tempo conversando com o paciente. Nossa aposta não é pelo atendimento em volume, mas pelo atendimento em qualidade" "Nós optamos por espaços grandes, amplos, para que a pessoa não se sinta oprimida, inclusive pela tecnologia toda que temos. Nós não temos uma sensação de confinamento aqui, pelo contrário, a sensação é agradável" "Existe um mantra, digamos assim, na área de negócios e na área médica , que é maximizar o tempo, produzir muito, faturar muito. De certa forma a gente pegou um caminho oposto a esse"

Poucas empresas celebram com tanto entusiasmo o aniversário de um ano de vida. Mauro Chies e Daniela Leães explicam: é porque estão fazendo algo muito diferente. Criaram uma Clínica Médica Oftalmológica dedicada a ter tempo para o relacionamento com os pacientes! A dupla investiu em espaço físico e tecnologia para proporcionar bem estar e os melhores recursos, desde o momento em que o paciente entra na clínica até a conclusão de seu tratamento. “Por isso, um ano merece ser celebrado”, explica Chies. “Um ano simboliza um ciclo de muita energia que acaba de começar”, complementa. A seguir, os jovens médicos, visionários e empreendedores falam sobre os desafios da proposta inovadora que criaram e administram na Serra Gaúcha.

NOI - Vocês falam muito em “mais qualidade” no atendimento ao paciente. Na prática, como funciona isso?

MAURO CHIES – Hoje em dia é muito tranquilo oferecer tecnologia nos serviços médicos. Temos acesso a ela facilmente, basta ter recursos financeiros para isso. Mas cada vez mais a tecnologia vem para amparar a falta de cuidado humano. Substituiu-se o cuidado mais próximo, a conversa, o olho no olho, por equipamentos. Enfim, nós apostamos, desde o início, num formato diferente. O nosso maior bem e patrimônio, o que temos para oferecer às pessoas de mais precioso, não é a nossa tecnologia, que sim, está presente aqui na Clínica, mas é o nosso tempo. Temos agendas um pouco mais alongadas. Ficamos mais tempo conversando com o paciente. Nossa aposta não é pelo atendimento em volume, mas pela qualidade no atendimento. Essa é a proposta da Clínica Visão.

NOI - Como essa nova abordagem tem repercutido entre os pacientes?

DANIELA LEÃES – Os pacientes sabem valorizar, percebem e indicam. Mesmo nas redes sociais eles avaliam, elogiam. O paciente consegue perceber que está sendo bem tratado, que está sendo ouvido, que está recebendo uma consulta personalizada. Que estamos tentado achar o melhor tratamento para ele.

CHIES – Desde o início, o fato de nós termos estacionamento, de ser um ambiente tranquilo, marca. O imóvel fica recuado da rua então não temos o ruído urbano constante. O paciente entra na Clínica e sente o ambiente amistoso, amigável, calmo, basicamente. Eu sempre pergunto a todos que chegaram até nós, ‘como foi a experiência?’. Em algumas ocasiões as respostas são engraçadas. Lembro de um paciente que ficou um pouco desconfiado, inclusive. Ele achou que seria feita alguma espécie de cobrança extra porque ele fora muito bem tratado (risos). As pessoas não estão acostumadas a um tratamento mais cordial, humano, e, principalmente, a dispor do tempo do médico. Então isso é o que mais toca quando se entra pela porta da Clínica Visão. Você não vai ficar numa sala de espera por uma hora. Você vai sentar e logo alguém virá falar com você. Você vai ter o seu acesso ao consultório médico, acesso aos exames, em um tempo curto, mas muito bem utilizado. Não queremos que o paciente dispenda muito tempo conosco. Nós é que queremos investir tempo com ele.

Como vocês têm lidado com o paciente moderno que chega ao consultório com sua pesquisa pronta, cheio de informação, e de perguntas sobre o seu problema?

CHIES – Eu sou da geração pré-computador, em que o grande problema nas famílias era a televisão. A TV era a grande preocupação das pessoas, quando, muitas vezes, era a informação que ela transmitia que fazia os pais levarem o filho no oftalmologista, por exemplo. Enfim, éramos acostumados a olhar para frente. Hoje em dia é muito engraçado mas a molecada mais nova, já super conectada, está sempre pendurada no smart phone. Às vezes a gente não consegue fazer contato visual com eles porque eles conversam olhando para baixo. Vejo isso com uma certa preocupação, até meio filosófica. Acho que a abertura que a tecnologia imprimiu na vida da gente é algo muito impactante. Essa turma mais nova é muito curiosa, mas tem uma demanda diferente. Eles precisam que as coisas sejam muito rápidas. A gente tem que dar uma resposta rápida, tem que manter a atenção. Até a conversa que a gente tem com alguém com mais que 50 anos é diferente, o pessoal quer contar coisas... já quem é mais novo, quer respostas. Acho que temos conseguido navegar nessas águas mais calmas e mais turbulentas com a mesma desenvoltura. É uma questão de adaptação. Mas eu tenho certeza de que a impressão que passamos para quem tem 20 anos, e para quem tem 40, 50 anos, é a mesma. É que temos uma coisa diferente do trivial aqui na Clínica.

De que forma o ambiente da Clínica foi planejado para acompanhar a proposta de atendimento personalizado?

CHIES – Nós temos um andar em um prédio comercial novo, bem localizado e estacionamento dentro do imóvel. Temos um andar inteiro à nossa disposição. São aproximadamente 300 metros quadrados. Desde as primeiras conversas com a nossa arquiteta ficou bastante claro que deveríamos explorar dois aspectos do nosso espaço: a iluminação natural – virados para o norte com bastante incidência solar – e, segundo, a amplitude do andar. A luz foi uma questão que nos norteou. Entra luz do Sol aqui! Os espaços são amplos. Eu posso falar sem nenhuma dúvida que neste espaço, que hoje abriga meu consultório, normalmente, em outros lugares, seriam construídos pelo menos três, seguindo uma proposta tradicional. Nós optamos por espaços amplos, para que a pessoa não se sinta oprimida, inclusive pela tecnologia toda que temos. Nós não temos uma sensação de confinamento aqui, pelo contrário, a sensação é agradável. Pé direito alto, espaço amplo, cores claras, luz natural, tudo isso graças à criatividade e à mão firme da nossa arquiteta e, de certa forma, ao toque feminino da Daniela. E é impressionante, é unanimidade que as pessoas elogiem nossa decoração, ‘que linda essa cor!’, ouvimos muito. Então, acertamos! Conseguimos agregar o melhor dos nossos dois universos aqui na Clínica.

Por ser um ambiente voltado para práticas de saúde, chamam a atenção os detalhes de arte nos móveis, na peças que a Clínica expõe. Por que preocupar-se com isso?

CHIES – Conversamos com a arquiteta e surgiu a possibilidade - inclusive foi ideia da Daniela - de nós construirmos a clínica e utilizarmos todo o mobiliário de uma única empresa. Graças à ideia da Daniela fechamos uma parceria muito produtiva com a Florense e toda nossa clínica conta com mobiliário Florense: cadeiras, mesas, divisórias da linha corporativa. Contamos sempre com a supervisão mais que personalizada do pessoal da empresa, Mateus Corrad, Fredy De Carli, da franquia de Caxias do Sul. Sei que também somos como uma ‘menina dos olhos’, para eles. Creio que sejamos a primeira clínica na Região a ter a assinatura Florense. Pensamos nisso também, em imprimir um toque de classe à Clínica, e a Florense conseguiu isso. Ficamos felizes em prestigiar o paciente e valorizar a empresa de móveis daqui, da Serra Gaúcha.

Notamos que há uma sala só para equipamentos.

MAURO – Procuramos dar ênfase à ideia de clínica conceito não só no ambiente por meio do mobiliário Florense, mas, também, na parte médica. Fizemos uma parceria com uma empresa alemã que é reconhecidamente de alto padrão no mundo da oftalmologia e em outras áreas da indústria e tecnologia, que é a Zeiss. Esta empresa atua em diversos segmentos e na medicina e oftalmologia de forma muito presente. Então conseguimos por meio de uma parceria sem igual na região trazer equipamentos de ponta, novos, de última geração, para a Clínica Visão. Hoje contamos por exemplo com recursos do porte de um tomógrafo de coerência óptica alemão. Então temos disponível aqui a possibilidade de fazer tomografias, ao toque de um botão. Procuramos também dar uma atenção especial ao aspecto de tratamento cirúrgico. Da mesma forma como nossa central diagnóstica conta com equipamentos da Zeiss, nós também temos nossos equipamentos, desde microscópio até a máquina que se destina a cirurgias de catarata, desta mesma marca. A Zeiss viu na Clínica Visão a oportunidade de fazer algo diferente, de construir uma ideia. Estamos aqui fazendo isso, construindo um conceito diferente. Neste conceito está presente a proposta do nosso atendimento personalizado, a alta tecnologia, o bom gosto e qualidade no ambiente mas, acima de tudo, uma parceria entre todos nós, que somos responsáveis um pelo outro. São empresas mais que parceiras; são nossos amigos.

Muitas vezes empresas hesitam em celebrar 15, 20, 30 anos de história. Vocês estão animados em comemorar um ano de Clínica. Por que esse ano é tão significativo para vocês?

CHIES – Tu tens fotografia de um ano de vida? A maioria têm! Um ano é emblemático. Talvez seja uma data mais auspiciosa que 50 anos. Um ano com alegria e confiança renova a esperança para mais um, mais dois, mais 10! Temos que comemorar este ano de maneira especial. Estamos muito felizes com o resultado, que foi acima das nossas expectativas. É uma data mais que emblemática. Consideramos isso como uma primeira medalha. Estamos ostentando-a no peito com muito orgulho.

Como a inauguração da Clínica repercutiu entre os colegas da mesma área?

MAURO - Se tivesse que resumir em uma palavra, eu usaria perplexidade, porque apostamos em coisas que não são usuais. Espaços amplos, luz natural, atendimentos alongados. Existe um mantra, digamos assim, na área de negócios e na área médica, que é maximizar o tempo, produzir muito, faturar muito. De certa forma a gente pegou um caminho diferente. Eu já ouvi colegas dizendo “estás louco”! “Você vai dar com a cara na parede”. “As pessoas não querem isso! Querem pressa, agilidade”... Eu acredito que o paciente não pode perder tempo conosco, mas nós temos que dar tempo ao paciente. É uma maneira diferente de ver as coisas. Creio que tenhamos causado perplexidade no nosso meio. Temos uma dose de loucura envolvida aqui, sim, mas no bom sentido. Estamos apostando num conceito que eu entendo como inovador na área, com ‘um pouco de loucura’! Mas espero que não sejamos os únicos, que o meio “dê a volta”, que o contato visual volte a ser valorizado.

Lembramos quando você anunciou a inauguração da Clínica no evento da CIC de Caxias do Sul...

CHIES – Chamou muito minha atenção a filha do Sr. Nelson Sbabo, presidente da CIC de Caxias do Sul, que me cumprimentou, na época, por apostar num momento de crise como vivemos hoje, e apostar na Região, por ter ficado aqui. Eu poderia inclusive pensar em procurar novos ares, mas acho que sou bairrista mesmo. Quero ficar por aqui na Serra, na cidade, é uma aposta que não faria diferente.

Ambos trabalhavam numa Clínica maior, num grande grupo. O que foi que os motivou a se desligarem da estabilidade que já tinham para começar algo novo?

CHIES – Em grupos grandes, seja em que área for, a convivência é comprometida. Temos hoje um convívio, menos formal, mais amistoso do que tínhamos antes. A aposta inicial foi minha e a Daniela percebeu o diferencial na proposta...

DANIELA – Percebi que o Mauro tinha ideias muito semelhantes às minhas. Queria modernizar, investir em algumas coisas que eu também já tinha vontade. Quando começamos a conversar percebemos que a gente pensava de maneira semelhante. Tudo começou muito rápido a convergir para o que hoje existe como Clínica Visão.

CHIES - Eu almejava dar mais qualidade no atendimento ao paciente e isso sempre implica em muito investimento. A Daniela percebeu isso. Nós tínhamos os mesmos objetivos e as mesmas queixas. Essas coisas todas convergiram para que sentássemos para conversar. Em pouco mais de 30 dias formatamos a Clínica, chamamos a arquiteta, nossa amiga Cristina Mioranza. Não tínhamos nem lugar no início. Tudo nasceu de uma espécie de brainstorm. Em 30 dias fizemos acontecer.

DANIELA – Das nossas primeiras conversas até a inauguração foram cerca de três meses.

Ambos saíram da cidade para estudar, tiveram diversas oportunidade profissionais fora daqui mas consideraram que estar na Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, seria oportuno, por quê?

CHIES: É minha terra natal, tenho raízes aqui. Eu me identifico com a gente e com a terra. Vejo com muito orgulho, que não escondo, o fato de a minha família, oriunda do interior de Caxias do Sul, ter começado, assim como seus antepassados imigrantes que vieram da Itália, galgando sua carreira, desde muito cedo. Meu avô era marceneiro, conhecedor de madeira, e meu pai trilhou o mesmo caminho. Construíram uma empresa bastante reconhecida na Região. Entretanto algo me desviou deste caminho natural. Sempre fui muito inquirido a respeito disso. Por que medicina? Por que não seguir os passos do avô e do pai? Acho que foi minha curiosidade pelo desconhecido. Eu sempre convivi muito com o meio empresarial, com a empresa familiar, sempre vi os lados bom e ruim disso. Mas a minha curiosidade por tudo que envolvia ciência sempre foi muito grande. Posso dizer que, de certa forma, eu briguei, bati o pé para fazer medicina. Não conheço outro médico que tenha brigado com a família por isso, mas eu briguei (risos!). Foi assim a contragosto, o pessoal não queria que eu fizesse. Mas sempre apostei muito na cidade assim como meu avô apostou. Eu aposto em Caxias do Sul, nesta terra e nesta Região. Temos muito a crescer e esse empreendedorismo do italiano, essa inquietude, trago junto comigo.

Pacientes e Patologias Modernas

DANIELA - “Recebemos muitas queixas de cansaço visual e ressecamento ocular. As pessoas trabalham muitas horas na frente do computador sem pausa. A gente sempre orienta a cada duas horas fazer um pequeno intervalo. Às vezes temos que indicar o uso de lágrimas artificiais pois sabemos que o computador resseca os olhos a gente pisca menos quando está usando o note” (Daniela Leães)

CHIES - “Hoje temos no nosso celular um mundo na palma da mão, mas o nosso projeto enquanto humanos não é para isso. Fomos feitos para enxergar à distância. Temos uma característica compartilhada com os predadores no mundo animal que é a binocularidade. Temos uma noção de distância muito boa pelo fato de nossos olhos estarem paralelos. Fomos projetados para olhar para longe, para “enxergar o nosso jantar”. Todos esses milênios de evolução da máquina humana foram para aguçar nossa visão à distância. Nosso principal sentido é a visão. Não temos um olfato bom, não temos boa audição. Temos visão boa. Visão de distância boa. Nosso mundo hoje não é mais voltado para isso. Temos uma  demanda muito grande para enxergarmos perto. Isso faz com que sobrecarreguemos nosso equipamento, nossos olhos. Temos um projeto que é para ter um resultado e estamos forçando outro. Nos últimos 10 anos houve uma guinada de 180 graus na direção das coisas. Hoje a demanda por leitura é absurdamente maior do que era uma vez. Cansaço, visão dupla, lacrimejamento, dores, são problemas frequentes. Escutamos isso todos os dias.

DANIELA – Para visão de perto a gente precisa contrair um músculo que temos dentro do olho – o músculo ciliar. A gente não consegue permanecer muitas horas com a musculatura contraída. as pessoas vêm à procura do óculos para descanso, quando na verdade não estão precisando de óculos e, sim, de descansar de outras formas.

CHIES – Um grupo de colegas, pesquisadores do Japão e da China, concluiu que a incidência de miopia é muito maior nas gerações mais novas do que nas anteriores, porque os jovens estão deixando de olhar para frente, para o horizonte. Estão olhando cada vez mais para perto, para o alcance de um braço de distância. Começa então a acontecer a adaptação do nosso corpo para essa nova realidade. Usar o olho, nossa visão, para distância aumenta nossa capacidade para enxergar à distância. Estamos colocando nossa demanda sobre visão para perto, esquecendo visão para distância e, por isso, começam a acontecer essas alterações adaptativas. Óculos para descanso não existem! Compre uma rede, descanse de verdade! É necessário olhar para o horizonte, para uma montanha, para o nascer do Sol, para o por do Sol, para ter um mundo mais amplo. Recomendamos fazer pausas no trabalho no computador, no escritório. Precisamos dar uma caminhada, relaxar, precisamos colocar nossos olhos para funcionar para o que eles foram projetados, olhar para longe...

American Society of Cataract and Refreactive Surgery Congress

Recentemente vocês participaram do Congresso anual ASCRS (American Society of Cataract and Refreactive Surgery), em Los Angeles, Califórnia. Como perceberam que o Brasil se posiciona neste segmento médico?

MAURO – Este Congresso da Sociedade Americana de Cirurgia de Catarata e Cirurgia Refrativa (de correção de grau) acontece anualmente. Nosso trabalho é muito voltado para isso, procedimentos cirúrgicos de ponta. Participamos e foi muito proveitoso porque nós percebemos que estamos no caminho certo. Já fazemos no Brasil coisas que os americanos estão começando a fazer agora. Existem basicamente duas escolas na Oftalmologia, a Americana e a Europeia. Elas têm pontos de vista diferentes tanto de posicionamento no mercado, quanto de demandas. Em geral os europeus são mais inovadores e os americanos mais comerciais. É bom para nós brasileiros termos as duas visões da América do Norte e da Europa. Às vezes temos acesso a tecnologias no Brasil antes dos Estados Unidos. Posso citar aqui as lentes trifocais intraoculares. Eu lembro de ter feito o primeiro implante no Rio Grande do Sul de lente trifocal há dois anos. Nos EUA eles começaram a fazer isso agora, no final do ano passado. Existe muita burocracia lá. Os critérios deles são mais rígidos então isso às vezes gera morosidade na solução dos problemas. Aqui no Brasil temos acesso um pouco mais rápido a algumas coisas. Conseguimos oferecer tecnologias antes. Mas precisamos olhar para frente, para o futuro. A medicina, assim como qualquer área do conhecimento, é muito dinâmica. A oftalmologia também é e tudo muda muito rápido. E a tecnologia tem um impacto imediato no nosso segmento. Oferecemos soluções no presente, mas sempre olhando adiante. Pretendemos todos os anos participar dos congressos europeu e americano. Temos esse compromisso com a atualização e nada melhor do que ver o que se faz fora do nosso país para ampliar as fronteiras.

Por que Oftalmologia?

DANIELA – Acompanhei toda a época da residência do meu pai (que é anestesista). Sabia que era uma profissão que exigia muito estudo e trabalho e gostava muito disso. Comecei a fazer medicina. Sabia que queria fazer uma especialidade que tivesse clínica, porque gosto do consultório, gosto de conversar com o paciente. Mas também gosto da parte cirúrgica. Quando estava no quarto ano da faculdade de medicina fui para Porto Alegre fazer estágio em oftalmologia e percebi que era isso que eu queria. Adorei toda a parte clínica, várias cirurgias que pude acompanhar. Então me decidi.

CHIES -  Sou o primeiro médico da família mas sempre fui curioso. Quando criança eu não podia ganhar um brinquedo sem que tivesse vontade de desmontá-lo. Em 1977 meu pai fez uma viagem para os EUA para tentar colocar no mercado americano um produto que ele desenvolveu na empresa (eram Cadeiras Diretor). Ele viajou e me trouxe um robô. Quando meu pai chegou e me mostrou o brinquedo eu adorei, mas dois dias depois, o robô estava desmontado. Eu queria saber como aquilo funcionava. Minha família via isso com preocupação. Mas era uma curiosidade nata minha. Com o tempo acabei concluindo que medicina era interessante para mim. Oftalmologia entrou mais adiante na metade do meu curso. Chega uma hora em que você tem que escolher uma especialidade, e fui apresentado à oftalmologia de uma maneira que foi avassaladora, com cirurgia. E eu adorei lidar com o microscópio, com delicadeza, estruturas pequenas. Isso despertou em mim uma curiosidade maior. Fui para a área cirúrgica da oftalmologia, talvez porque fosse, das especialidades, a com mais apelo científico.

Entrevista | Caroline Pierosan - Fotos | Josué Ferreira