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Consultoria Exclusiva

03/07/2019

Pessoas Motivadas e Sucesso

Marcopolo celebra 70 anos promovendo o transporte e aproximando pessoas  

"Vejo a Marcopolo totalmente inse­rida no mundo da mobilidade, sendo protagonista em um novo modelo de negócios voltado ao mundo digital e às soluções integradas de transporte coleti­vo, fazendo sua parte na construção de um futuro melhor para toda a huma­nidade, trazendo conforto, segurança e praticidade no transporte das pessoas" (James Bellini, CEO Marcopolo) A Compañia e Omnibus Pando S/A (Copsa), do Uruguai, foi o primeiro cliente do exterior e adquiriu (em 1961) ônibus urbanos com capacidade para 27 passageiros sentados Sempre houve o investimento na capacitação dos colaboradores para oferecer produtos de qualidade e manter a competitividade no mercado Pessoas, dedicação, inovação, tecnologia, esses são alguns dos elementos que acompanham a Marcopolo sem seus 70 anos A campanha de 70 anos, que tem como slogan "Todas as Gerações Pelo Mundo", traz em seu conceito uma forte mensagem no intuito de representar todas as etnias A Marcopolo completa 70 anos com a certeza de que fez parte da história de muitas gerações de pessoas que fazem a diferença No século XXI, a empresa chega aos cinco continentes com o ingresso na África, Rússia, China, Índia, Austrália O presidente emérito Paulo Bellini fazia questão de reforçar que "produzir ônibus depende das mãos, dos olhos e do coração das pessoas" (Viagem ao Japão 1986) A Marcopolo é uma das maiores companhias do mundo dedicadas ao desenvolvimento de soluções para o transporte de passageiros Bellini percebeu rapidamente que as pessoas eram a alma do negócio e elas precisavam estar preparadas para as demandas Em 70 anos de história sem dúvida tivemos muitos momentos marcantes e decisivos que contribuíram para a Marcopolo ser o que é hoje

À frente de uma das maiores com­panhias do mundo dedicadas ao desenvolvimento de solu­ções para o transporte de passageiros, o CEO e Presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, James Bellini, fala sobre os desafios de condu­zir essa gigante fabricante de carroce­rias de ônibus e de manter vivo o lega­do deixado pelo seu pai, Paulo Bellini. No ano em que completa 70 anos, a Marcopolo dá importantes e decisivos passos rumo à próxima década, prin­cipalmente focada em inovação, mas sem esquecer o que a trouxe até aqui: pessoas talentosas, motivadas e felizes.

NOI: A Marcopolo chegou aos 70 anos investindo fortemente na qua­lidade e inovação dos produtos e nas pessoas. O que podemos

James Bellini: Como diz o famo­so ditado, “em time que está ganhando não se mexe”. Sem dúvida continuare­mos investindo nesses três quesitos que são fundamentais para a continuidade de qualquer negócio. Com relação à qualidade, estamos trabalhando forte­mente no aperfeiçoamento de nossos processos produtivos de maneira a redu­zir e, em algum momento até eliminar, todo e qualquer custo relacionado com ànão-qualidade. Estamos convencidos de que qualidade não se controla e sim se produz. Estamos investindo em novos conceitos, processos melhor estruturados e sistemas de monitoramento da efici­ência de produção. Com relação à ino­vação estamos criando uma nova área de negócios que assegurará o crescimento da empresa nos novos territórios pelos quais pretendemos nos aventurar, como os das soluções em mobilidade, sistemas de transporte completos, sustentabilida­de e infraestrutura. Essa nova área será construída com base em um modelo de negócio novo e alinhada com as tendên­cias atuais das empresas digitais. Com relação às pessoas, queremos atrair no­vos talentos, por meio da criação de um ambiente de trabalho adequado para as aspirações das novas gerações, bem como montar um plano interno para retenção de nossos profissionais. Além disso, estamos investindo na formação e qualificação do nosso pessoal. Recen­temente inauguramos a Universidade Marcopolo que servirá como base para preparar nossa turma para o crescimen­to que nos espera nos próximos 70 anos.

Considerando a história da empresa, quais são os principais momentos, que o senhor destaca como decisivos, para a transformação da Marcopolo na companhia que é hoje?

Em 70 anos de história sem dúvida tivemos muitos momentos marcantes e decisivos que contribuíram para a Marcopolo ser o que é hoje. Entre os mais importantes destaco a primeira exportação da empresa para o Uruguai em 1961, que deu início à cultura da exportação. Depois dessa importante abertura internacional, exportamos ônibus para mais de 100 países sendo que hoje o mercado externo tem uma participação fundamental no resultado da empresa. Outro momento decisivo foi a viagem de Paulo Bellini para o Japão, que deu origem à filosofia do SIMPS e SUMAN, e que até hoje, revitalizada pelo LEAN, faz parte do DNA da empresa. Destaco também o primeiro negócio feito no México com a DINA, que deu origem à POLOMEX e serviu de base para a internacionalização da Marcopolo, hoje com fábricas em nove diferentes países.

Apesar do momento econômico delicado do país, a empresa conseguiu alcançar em 2018 os números projetados em crescimento, a que o senhor atribui esse resultado?

Tivemos um bom ano em 2018, apesar da crise, basicamente impulsionado por dois fatores: primeiro, uma demanda do mercado interno, gerada pela regulamentação da lei da acessibilidade que provocou um “adiantamento” dos pedidos dos nossos clientes, com isso, muitos anteciparam as compras aproveitando o último prazo negociado com o governo para fabricação de veículos sem elevador. E o outro fator foi o externo impulsionado por alguns mercados bastante aquecidos e também alguns projetos especiais de bons volumes, principalmente na África.

Hoje a Marcopolo está presente nos principais mercados mundiais, há algum ainda a ser conquistado?

Ainda temos alguns ajustes a fazer em alguns, como na Índia e na China, por exemplo. Em termos de novos mercados a conquistar nossa prioridade estará nos EUA e na Europa.

O envolvimento comunitário, seja por meio da Fundação Marcopolo ou da própria Marcopolo, sempre foram muito fortes. O senhor pretende ampliá-los ?

Sim, o alcance da Fundação, tanto no que diz respeito a projetos comunitários como nos benefícios aos colaboradores e seus familiares, aumentou muito nos últimos dois anos com a mudança na gestão. Designamos um diretor 100% focado nos projetos da Fundação, estra­tégia que deu muito certo. A essência da Fundação Marcopolo é ajudar a maior quantidade de pessoas possível.

O legado deixado pelo seu pai, Paulo Bellini, é inspirador, quais são os principais ensinamentos?

Creio que os principais ensinamentos deixados pelo pai estão relacionados à va­lorização das pessoas. Ele entendia como ninguém a relação indiscutível que existe entre Pessoas Motivadas e Sucesso. Se as pessoas saírem de casa para trabalhar por pura obrigação certamente teremos uma empresa medíocre. No entanto, se as pes­soas vierem trabalhar felizes, motivadas e se sentindo parte da empresa, com cer­teza o sucesso estaria garantido. É o que sempre aconteceu e ainda acontece na Marcopolo.

Estar à frente de uma empresa da grandiosidade da Marcopolo lhe traz qual sentimento?

Por um lado, muito orgulho, mas por outro o enorme peso da responsabilidade de dar continuidade a esse indiscutível legado. Não é apenas uma questão de manter as coisas como estão, isso até seria relativamente fácil. O difícil será reinven­tar-se para poder crescer nesses novos e desafiadores tempos de inovação. Os no­vos modelos de negócios disruptivos que estão surgindo todos os dias ameaçam a própria existência dos negócios tradicio­nais. O grande desafio será fazer a transi­ção para esse novo mundo sem perder a nossa essência.

Olhando para o futuro da empresa, onde o senhor vê a Marcopolo nos pró­ximos 10 anos?

Vejo a Marcopolo totalmente inse­rida no mundo da mobilidade, sendo protagonista em um novo modelo de negócios voltado ao mundo digital e às soluções integradas de transporte coleti­vo, fazendo sua parte na construção de um futuro melhor para toda a huma­nidade, trazendo conforto, segurança e praticidade no transporte das pessoas.

 

MARCOPOLO 70 ANOS: TODAS AS GERAÇÕES PELO MUNDO

 

A Marcopolo completa 70 anos com a certeza de que fez parte da história de muitas gerações de pessoas que fazem a diferença. A sua atuação no mercado também foi um divisor de águas no que tange produtos, com a Geração 7 e com a globalização, pois a empresa une o mundo por meio do ônibus. “É pelas pessoas que a Marcopolo existe, cresce e amplia a sua presença. Elas sempre foram o diferencial da marca para fazer acontecer. E para isso, é necessário trabalhar em equipe e confiar nas pessoas, colocando-se sempre no lugar do outro”, afirma James Bellini. A campanha de 70 anos, que tem como slogan “Todas as Gerações Pelo Mundo”, traz em seu conceito uma forte mensagem no intuito de representar todas as etnias (todas as diferentes pessoas, sem distinção) que compõe diversas gerações ao redor do planeta, sem limites ou fronteiras.

As comemorações de 70 anos iniciaram em fevereiro, durante a Festa Nacional da Uva, em Caxias do Sul. “Podemos olhar para trás e sentir orgulho do caminho percorrido. Temos a certeza de termos cumprido nosso dever. Temos ânsia de seguir em frente, por novos trajetos e estradas”, prevê Bellini. “Nesses 70 anos, muitas histórias já rodaram, juntamente com nossa marca, pelas estradas do Brasil e do mundo. Muitos sonhos embarcaram e desembarcaram na vida de colaboradores e familiares. E a nossa viagem não termina aqui!”.

Trajetória

Pessoas, dedicação, inovação, tecnologia. Esses são alguns dos elementos que acompanham a Marcopolo em seus 70 anos. Voltando ao ano de 1949 (quando nascia em Caxias do Sul a Nicola & Cia. Ltda, com oito sócios e 15 funcionários), é importante destacar que, na época, a ideia era criar uma empresa especializada em carrocerias para ônibus, focada no mercado brasileiro. No fim dos anos 60, com a saída dos Nicola da sociedade, foi preciso criar uma nova marca, surgindo então a Marcopolo, que hoje é uma das maiores companhias do mundo dedicadas ao desenvolvimento de soluções para o transporte de passageiros. A nova etapa da Nicola exigia um nome forte, de personalidade e que demonstrasse onde o grupo queria chegar. Movimento, viagem, estrada e pessoas eram as principais ideias que precisavam ser representadas. A associação dessas, então, deu origem ao nome: Marco Polo, um dos grandes exploradores e aventureiros da história. Mais tarde, veio a descoberta: o nome do pai do viajante Marco Polo era Nicola. A coincidência também poderia ser uma previsão para o futuro: o sucesso já batia a porta e os próximos anos seriam de muito trabalho e realizações.

A Alma do Negócio

Muita tecnologia e experiência eram necessárias para alcançar o topo, mas todos sabiam que nada daria certo se as pessoas não estivessem engajadas e motivadas. Desde os primeiros anos da fundação, houve o investimento na capacitação dos colaboradores para oferecer produtos de qualidade e manter a competitividade no mercado. O presidente emérito Paulo Bellini fazia questão de reforçar que “produzir ônibus depende das mãos, dos olhos e do coração das pessoas”. Bellini percebeu rapidamente que as pessoas eram a alma do negócio e elas precisavam estar preparadas para as demandas. Ano após ano, criou-se, na empresa, um ambiente de confiança para garantir a permanente motivação das equipes, o que acabou se transformando em um dos principais diferenciais competitivos da marca. 

Pela Estrada

Com pessoas dispostas a crescer junto com a empresa, o caminho se tornaria menos longo e mais tranquilo. Foram milhões de quilômetros percorridos em 70 anos e alguns deles levaram a Marcopolo à diferentes países. Há 56 anos, a antiga Carrocerias Nicola, dava os primeiros passos rumo à internacionalização. A Compañia e Omnibus Pando S/A (Copsa), do Uruguai, foi o primeiro cliente do exterior e adquiriu ônibus urbanos com capacidade para 27 passageiros sentados. Já com o nome Marcopolo, em 1973, a Europa recebia a primeira visita da marca para uma feira em Bruxelas, na Bélgica, a convite do ministro da Indústria, Comércio e Turismo, Pratini de Moraes. Como parte das comemorações de 70 anos, a Marcopolo volta a expor em Bruxelas, em outubro desse ano, na BusWorld.

A década de 90 foi marcada pela implantação da primeira fábrica fora do Brasil, em Portugal e, também, pela conquista de mercado em Cuba. No século XXI, a empresa chega aos cinco continentes com o ingresso na África, Rússia, China, Índia, Austrália por meio da compra ou construção de fábricas próprias, joint ventures, associações ou fornecimento de tecnologias.

 

Entrevista I Adriana Silva I Fotos I Marcopolo