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Escrita Estratégica

15/01/2020

Diversão é Trabalho

“É preciso aprender a ouvir a própria imaginação”

"Uma consciência inovadora é formada quando tu te permites dar mais atenção aos teus pensamentos, e à base do teu repertório, aliando esse movimento ao que está acontecendo no mundo" (Etiane Gobo) "Quando tu consegues compreender que tuas ideias importam, passas a ter uma consciência inovadora" (Etiane Gobo)

Olhar bondoso e sorriso fácil. Eis a tranquilidade pacificada que só possui quem sabe o seu valor. Imersa em uma equipe majoritariamente masculina composta por profissionais técnicos, a publicitária Etiane Gobo sabe que criatividade é coisa necessária para todas os seres humanos. Atesta, segura, que marketing é ferramenta fundamental para sobrevivência e relevância de qualquer negócio. Quando questionada sobre o desafio de engajar a equipe em suas propostas experienciais para despertar lados mais livres de preconceito do cérebro dos colegas, confidencia: “a parte mais técnica da equipe tem uma certa resistência. Mas, quando são convidados, e gostam, acabam comunicando aos demais. É bacana quando as pessoas vivem, quando voltam a imaginar, quando voltam a sentir as sensações conhecidas na infância”, celebra. A seguir ela fala sobre o que é, qual a importância e por que hoje, é fundamental, para profissionais de qualquer área, ter uma consciência inovadora.

Caroline Pierosan: O marketing da FOCCO tem a característica de fomentar, cultivar promover e ressaltar a importância de uma consciência inovadora. Como se faz para ter isso?

Etiane Gobo: Uma consciência inovadora é formada quando tu te permites dar mais atenção aos teus pensamentos, e à base do teu repertório, aliando esse movimento ao que está acontecendo no mundo. É quando tu te livras dos julgamentos e dos pré-conceitos e, a partir disso, consegues sugerir. É quando podes olhar para o mundo. Isso é o mais importante. Quando tu consegues compreender que tuas ideias importam, passas a ter uma consciência inovadora.

É basicamente aprender a ouvir-se, aprender a ouvir a própria imaginação, aos próprios insights?

Exato.

O que significa ter um olhar criativo? Como fazer para cultivar isso no nosso dia a dia?

Desde que nascemos, temos inúmeros repertórios que chegam até nós. Então vamos engavetando todas as ideias. Em algum momento, surge a necessidade de resgatar essa criatividade. Pode ser diante de algum problema, ou numa troca com o outro que surge “aquele insight”. Aí você acessa o repertório e consegue transformar tudo. Então eu acho que ter um olhar criativo significa ter atenção para com o mundo, atenção para com tudo que o mundo está te dizendo, e atenção também para com as pessoas com quem você está conversando, porque tudo é repertório e pode ser útil em algum momento.

É valorizar os momentos e as trocas...

Isso! É um senso de alerta: “presta atenção nisso, isso pode ser útil!”

Qual é tua estratégia aqui na FOCCO para provar o valor da criatividade, diante de uma equipe essencialmente técnica?

Quando as pessoas crescem elas acham que precisam passar uma imagem não muito infantil. Então ficam preocupadas em entrar dentro “da caixa” e perdem toda aquela coisa bacana que a criança tem, de imaginar, de brincar, de viver uma experiência diferente, de não ser podada. De uma hora para outra perdemos isso. Aí entramos no mundo de metas, de cobrança, de resultados.

Fechado, sério, sisudo...

E isso vai abafando a nossa criatividade. Eu acho que quando as pessoas técnicas, ou de qualquer outro setor, são convidadas a viver essa experiência da diversão, a conectarem-se com o mundo da imaginação, com o que o mundo infantil nos desperta, elas se divertem, se permitem. Então, nosso papel também é conseguir estimular as pessoas a experimentarem, a se permitirem viver isso...

Aqui na equipe, tu estimulas essas vivências?

Sim. Tu podes ter a tua meta, podes ter o teu trabalho sério, mas podes encarar esse trabalho como uma diversão, vivendo essa dualidade. Assim tu vais produzir cada vez melhor. Eu acho que a FOCCO sempre teve essa característica, de fazer com que as pessoas que estão aqui dentro se divirtam. Isso sempre foi muito fomentado aqui.

O pessoal se engaja fácil com as tuas propostas?

A parte mais técnica da equipe tem uma certa resistência. Mas, quando são convidados, e gostam, acabam comunicando aos demais. É bacana quando as pessoas vivem, quando voltam a imaginar, quando voltam a sentir as sensações conhecidas na infância.

Se tivesses que dar dica para outros colegas da área, que estão em outras empresas, lutando para conseguir convencer as suas equipes, da importância da criatividade, o que dirias?

Para experimentar, viver, proporcionar situações que incentivem as pessoas a “se permitirem”. Aí está a chave.

Problemas podem virar boas ideias? Como? Quando? Por quê?

Sempre! (risos) Quando tu começas a pensar sobre o problema e passas a olhar para ele sob vários ângulos, “aparas arestas”, vais para casa, tomas um banho, pensas..., daqui a pouco as soluções vão surgindo. Se tu tiveres alguma pessoa no trabalho que é teu par, ou uma pessoa que tu gostas de conversar, é importante ver esse relacionamento como uma oportunidade para lapidar problemas, sempre. Eu compreendo que resolver problemas faz parte de qualquer área. A forma como tu interages com as pessoas é que vai gerar a solução. Então é muito de ti, da forma com que tu olhas para o desafio e interages.

O que é mais gratificante no desenvolvimento do teu trabalho para a FOCCO?

Aqui é um lugar para o qual eu venho segunda-feira, sem ter “sofrido” no domingo a noite. Aqui eu me divirto. O meu propósito é trabalhar, aprender coisas novas, ter domínio sobre o que eu faço, e me divertir enquanto eu trilho essa jornada. Então um propósito muito bacana que eu cultivo aqui, é o de me divertir enquanto trabalho.

 

Assista o Vídeo Dessa Entrevista Em:

 

ENTREVISTA I CAROLINE PIEROSAN
FOTOS I JOSUÉ FERREIRA
DECUPAGEM E PRODUÇÃO I FERNANDA CARVALHO