Menu

Escrita Estratégica

17/01/2020

Errar Não É Errado

“Busco engajar minha equipe por meio dos desafios; o principal? Entregar resultado”  (Daniel Stedile)

"Errar não é errado. Não trabalhamos com punição em relação a erros, mas sim, com orientação sobre como fazer diferente" (Daniel Stedile) Foto: Josué Ferreira "A gente tem que errar rápido e resolver rápido também. Antigamente, antes de utilizarmos a metodologia ágil, levávamos 2, 3, até 5 meses de trabalho para chegar a uma conclusão" (Daniel Stedile) Foto: Josué Ferreira "A reunião diária é uma reunião de alinhamento. E ela não tem cadeiras para que fiquemos em pé. Justamente para sermos ágeis e rápidos na tomada de decisões" (Daniel Stedile) Foto: Josué Ferreira

Como ser o líder em um projeto e, em outro, ser o aprendiz? Como realizar uma reunião produtiva em apenas 15 minutos, em pé? Como identificar rapidamente erros e apontar soluções imediatas, tendo flexibilidade para alterar um planejamento, sempre que necessário? Qual a resiliência necessária para atender todos os pedidos do cliente e, ao mesmo tempo gerar resultado? Fazendo tudo isso, como inspirar pessoas e formar novos líderes? A seguir, Daniel Stedile, Gestor de Desenvolvimento da FOCCO Soluções de Gestão fala sobre esses importantes e dinâmicos desafios.

Caroline Pierosan: Estamos na “sala da reunião em pé”. Como é que funciona isso?

Daniel Stedile: A gente chama esse lugar de “sala das nossas diárias”. A reunião diária é uma reunião de alinhamento. A sala não tem cadeiras para que fiquemos em pé. Justamente para sermos ágeis e rápidos na tomada de decisões. A gente revisa se nossas tarefas estão em dia, se alguém precisa de ajuda, se existe algum impedimento, se há algo em que o restante do time pode apoiar, caso alguém esteja com dificuldade. Tudo isso para que consigamos concluir as nossas entregas programadas para os próximos 15 dias.

Você acha positivo ter reuniões assim tão rápidas?  

A gente tem que errar rápido e resolver rápido também. Antigamente, antes de utilizarmos a metodologia ágil, levávamos 2, 3, até 5 meses de trabalho para chegarmos a uma conclusão. Ou para nos darmos conta de que tínhamos um problema para resolver, ou que tínhamos esquecido um detalhe no meio do projeto, ou que um escopo precisava ser mudado e ainda não tínhamos feito porque não havia alinhamento entre nós, entre o time, ou com o cliente.

O que é a metodologia ágil?

A metodologia ágil veio para nos trazer flexibilidade e, principalmente, para possibilitar que entreguemos valor ao cliente. Na metodologia antiga (tradicional) nós entregávamos projetos e o cliente participava de forma pouco ativa. Nesse novo formato o cliente participa semanalmente, indicando possíveis mudanças. Somos mais flexíveis do que no método antigo. Antes tínhamos um escopo e obedecíamos ao escopo até o final. Hoje recebemos bem essa mudança e essa dinâmica. Isso porque sabemos que vamos estar entregando valor ao cliente, e sendo flexíveis em todas as etapas do processo.

Anteriormente vocês demoravam para diagnosticar desafios na execução, isso?

Exatamente. Hoje, quando, por exemplo, algo que acontece no final da tarde, se torna um impedimento ao projeto, na manhã seguinte já resolvemos, porque todo o time está sabendo o que está acontecendo, sempre, e todos trabalham unidos para “desatar o nó”.

Como ser um bom líder, numa empresa onde a proposta é que não exista hierarquia?

A FOCCO é uma empresa de oportunidades. Todos têm que estar preparados para assumí-las, porque elas chegarão. Eu falo todos os dias para o nosso time, ‘preparem-se, definam seu alvo’. Também nos apoiamos para que todos consigam alcançar suas metas, não só no Departamento de Desenvolvimento, mas entre todos que visam crescer. Temos muitos ciclos entre as áreas. Eu mesmo, já trabalhei com desenvolvimento, com suporte... agora, recentemente estou atuando como líder, mas já fui analista... então nós procuramos desafios. Eu busco sempre engajar minha equipe por meio deles. O principal é entregar resultado. Eles querem ser desafiados tanto em relação aos resultados quanto no que tange aspectos tecnológicos, obviamente. Temos que, de certa forma, entender que erros ocorrerão. Esses erros precisam ser corrigidos rapidamente, então errar não é errado. Não trabalhamos com punição em relação aos erros, mas sim, com orientação sobre como fazer diferente. A pessoas também buscam isso. Ou seja, quais os próximos passos, o que eu posso fazer nesse novo formato de trabalho, como eu posso me preparar par ir galgando degraus na minha carreira? E esse é um dos principais papeis de um líder: estar próximo para orientar. Longe de punir. O que um líder precisa, é desafiar, e estimular o desenvolvimento das pessoas.

Entendemos que, dependendo do projeto que está sendo desenvolvido, existe uma pessoa referência, porque ela tem mais conhecimento, mais aptidão para aquele projeto, então ela é referência daquela iniciativa. Mas isso pode variar, tu disseste que em alguns projetos tu foste o líder, em outros, o aprendiz...

Em um time eu vou ter uma pessoa como referência técnica, alguém que conhece aquela tecnologia mais a fundo, em outro, uma pessoa referência em negócio. Se eu estou trabalhando em um projeto da área comercial, e eu conheço bastante dessa área, serei referência para aquele time. São diversas valências que se complementam e que geram o resultado principal, que é gerar valor para os clientes.

É possível ser inovador, criativo, alcançar metas, obter resultados e, ainda assim, cuidar das pessoas?

É um quebra-cabeças, de certa forma, difícil de fechar. Mas eu acredito muito que a gente tem que dar valor às pessoas e acreditar nelas. Como? Desafiando, indicando caminhos, comunicando. Então, por vezes, a pessoa tem certas dificuldades porque ela não está alinhada ou não está inteirada de tudo o que está acontecendo. O desafio, nesse mundo extremamente dinâmico, é comunicar assertivamente, e deixar todo mundo a par do que está acontecendo. Todos precisam ter conhecimento das nossas estratégias, mirando na mesma direção, para atingirmos o alvo. Isso é o importante. Comunicar, desafiar e acreditar nas pessoas. Acredito que esse é o segredo.

 

Assista a Entrevista em Vídeo:

 

ENTREVISTA I CAROLINE PIEROSAN
IMAGENS I JOSUÉ FERREIRA
PRODUÇÃO I FERNANDA CARVALHO