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12/05/2019

A Pressão Arterial Elevada Pode Comprometer a Visão

A retinopatia hipertensiva pode ser o primeiro sinal de pressão alta

O exame oftalmológico pode detectar alterações relacionadas à pressão alta Exames como a retinografia colorida, a angiofluoresceinografia e a tomografia de coerência óptica (OCT) podem avaliar os danos causados pela doença hipertensiva Hábitos de vida saudáveis, como a realização de exercícios físicos regulares e uma dieta balanceada, são importantes para evitar o desenvolvimento de hipertensão

A Hipertensão Arterial Sistêmica, também conhecida como pressão alta, é uma doença que pode causar diversos problemas à saúde. Entre estes problemas estão as doenças que afetam os sistemas cardiovascular e nervoso. O infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC) são complicações conhecidas, mas a pressão arterial não tratada ou mal controlada pode também ter efeitos nos olhos o que, em alguns casos, leva à baixa de visão e até mesmo à cegueira.

O exame oftalmológico pode detectar alterações relacionadas à pressão alta. Em particular, o exame de fundo de olho realizado pelo oftalmologista pode auxiliar no diagnóstico de um paciente com hipertensão arterial sistêmica. Além disso, a fundoscopia permite uma avaliação das alterações apresentadas e também a classificação dos diferentes graus de hipertensão. Mas a hipertensão arterial sistêmica não deve ser confundida com a pressão alta nos olhos, o glaucoma, que é uma doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e acometimento do campo visual, podendo também levar à cegueira.

Nas alterações oculares relacionadas à hipertensão sistêmica, inclui-se o hiposfagma ou derrame ocular. Este se apresenta como um vazamento de sangue por rompimento de pequenos vasos sanguíneos localizados na conjuntiva, deixando uma mancha de sangue que geralmente é absorvida e não deixa sequelas. O derrame na região dos olhos abaixo da conjuntiva pode indicar picos de pressão alta. Mas a hipertensão arterial também pode acometer outras estruturas importantes do olho como a coróide, a retina e o nervo óptico. A presença de alterações nestas estruturas pode ser observada somente no exame de fundo de olho, realizado pelo médico oftalmologista, podendo ajudar na elaboração do diagnóstico, na decisão do tratamento e na definição do prognóstico do paciente.

A retina por sua vez é a região do olho mais afetada pela pressão alta. A retina é uma fina camada de células que se localiza no fundo do olho, internamente, e é responsável por transformar o estímulo luminoso em estímulo nervoso que é enviado ao cérebro. Quando esta está afetada chamamos de retinopatia hipertensiva, que assim como na doença que acomete o nervo óptico, a neuropatia óptica hipertensiva, pode causar baixa de visão em diferentes graus nos pacientes hipertensos. Uma das causas mais importantes relacionadas à baixa de visão é a presença de edema macular, um inchaço que ocorre na região central da retina, a mácula, que é uma área especializada responsável pela nitidez da visão. Outras causas de redução da visão decorrentes da pressão alta são as oclusões venosas e arteriais, que ocorrem quando veias ou artérias são obstruídas. Dependendo do caso os tratamentos oftalmológicos com laser ou injeções de medicações intra-oculares podem oferecer benefícios à saúde dos olhos, preservando até mesmo a visão.

Exames como a retinografia colorida, a angiofluoresceinografia e a tomografia de coerência óptica (OCT) podem ser necessários para avaliar os danos causados pela doença hipertensiva. Como a pressão alta é um problema crônico e muitas vezes silencioso, não apresentando sintomas iniciais, o exame oftalmológico de rotina torna-se imprescindível. Além disso, hábitos de vida saudáveis, como a realização de exercícios físicos regulares e uma dieta balanceada, são importantes para evitar o desenvolvimento de hipertensão e suas complicações oculares. Por outro lado, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e o estilo de vida sedentário podem piorar os quadros de hipertensão arterial sistêmica.

Embora a pressão alta não tenha cura, ela tem tratamento e deve ser controlada para evitar as complicações e seus efeitos nos olhos além de tantos outros órgãos importantes. A preservação da visão depende do diagnóstico precoce e do tratamento adequado conforme a orientação do médico oftalmologista.

 

Dr. Mauro Chies I Dra. Daniela Leães I Dra. Mariana Thorell
Clínica Visão