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Quando um casal não consegue ter filhos, normalmente imagina-se que a mulher tenha algum problema que a impeça de engravidar. Mas nem sempre é assim. Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva apontam que 30% dos casais que não conseguem engravidar têm como causa exclusiva da infertilidade algum problema de saúde reprodutiva masculina. Alguns homens podem apresentar baixa qualidade do sêmen por causas genéticas, adquiridas ou ainda por tratamentos de saúde como a quimioterapia e radioterapia. “Essa baixa qualidade pode afetar a fertilidade do casal. Inclusive há homens que são azoospérmicos (não apresentam espermatozoides no líquido ejaculado) e só descobrem  isso quando tentam engravidar”, explica Fábio Firmbach Pasqualotto, urologista e diretor do Conception Centro de Reprodução Humana. Neste cenário, o banco de sêmen é uma alternativa para gestação quando o homem possui problemas na produção ou qualidade dos espermatozoides, ou ainda para gestações de casais homossexuais e para mulheres que não possuem parceiro.

Como funciona ?

“Quando o assunto é banco de sêmen, as pessoas sempre têm muitas dúvidas, tais como ‘Posso saber quem é o doador? Posso trazer um amigo para ser o doador? Como faço para doar?’, comenta Pasqualotto. Ele explica que de acordo com as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina para a utilização dos bancos de sêmen, é obrigatório o anonimato entre doador e receptor. Desta forma o doador não saberá a quem doou o sêmen. Quem o recebe tampouco conhecerá a identidade do doador. “Esta medida procura proteger a família contra a possibilidade de um indesejável vínculo do doador com a criança, diferente do que, muitas vezes é apresentado na ficção – isso porque a legislação sobre o uso do sêmen varia de país para país”, explica o médico. “Assim, no Brasil, já que deve-se preservar o anonimato, não é possível que os casais tragam um parente ou pessoa conhecida para realizar a doação”, esclarece Pasqualotto. Ele explica ainda que, ao ser diagnosticada a necessidade de utilização de sêmen de doador, o médico ou centro de reprodução humana contata o banco de sêmen para compra da amostra. “No Conception trabalhamos com mais de um banco de sêmen, para que o paciente possa ter mais opções de características e de diferentes nacionalidades, se assim o desejar”, afirma, salientando que todo sêmen disponível nos bancos é testado para inúmeras doenças antes de ser disponibilizado para uso. “Temos acesso ao resultado de todos os exames realizados naquela amostra e doador, assim o sêmen é livre de doenças sexualmente transmissíveis”, assegura. O casal que irá utilizar os espermatozoides escolhe o sêmen com base em características do doador. Os Bancos de Sêmen fornecem às clínicas de reprodução humana um ‘catálogo’ com os dados físicos e pessoais do doador: tipo de sangue, tipo físico, estatura, cor dos olhos, cabelo, pele, qualificações profissionais, hobby, etc. Também são oferecidas informações técnicas de cada sêmen, acerca da qualidade da amostra. Escolhido o sêmen, ele é transportado congelado até o Centro de Reprodução Humana para ser utilizado em tratamentos como inseminação artificial e fertilização in vitro após descongelamento apropriado. Os doadores são selecionados diretamente nos bancos de sêmen. No Rio Grande do Sul, BR, não há nenhum Banco de sêmen disponível. Os homens interessados em doar precisariam buscar estas instituições fora do Estado. Os critérios gerais para ser um doador incluem idade superior a 21 anos e inferior a 40 anos, integridade física e mental comprovada e fertilidade reconhecida. Após a doação e comprovação dos exames negativos, o sêmen é congelado e disponibilizado para utilização. A amostra pode ficar congelada por tempo indeterminado, sem afetar sua fertilidade.

O Caminho do Sêmen Doado: