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For All Exclusive

08/04/2020

Covid-19 e os Olhos

Como a Doença Impacta a Saúde Ocular

Assim como diversos medicamentos, a cloroquina também possui potenciais e importantes efeitos adversos, sendo um deles devastador para a visão - a maculopatia. Quando a maculopatia deixa de ser diagnosticada no início, o dano à retina torna-se irreversível e a visão fica comprometida permanentemente.

Muita informação a respeito do novo coronavírus e da doença causada por ele, a COVID-19, tem sido ventilada na imprensa e redes sociais. Uma destas informações diz respeito aos olhos e uma medicação utilizada para tratamento da malária, artrite reumatóide e lúpus, entre outras. Estamos falando da Cloroquina, um medicamento sintetizado na década de quarenta e largamente utilizado e disponível no mundo inteiro. Estudos preliminares apontaram um hipotético benefício do uso desta medicação em associação com outras (comumente antibióticos) no tratamento da COVID-19. Entretanto, pouco se fala dos problemas que podem ocorrer com a sua utilização, especialmente quando se fala de auto-medicação, sem o devido acompanhamento médico.

Aqui vai um exemplo: Imagine que a Dona Maria utilize diariamente a Cloroquina receitada por seu reumatologista para controle dos sintomas de sua artrite reumatóide sem problemas, em baixa dosagem, por anos. O reumatologista pedirá a Dona Maria que visite o médico oftalmologista pelo menos anualmente, sem falta. Por quê? Porque assim como diversos medicamentos, a cloroquina também possui potenciais e importantes efeitos adversos, sendo um deles devastador para a visão - a maculopatia. Quando a maculopatia deixa de ser diagnosticada no início, o dano à retina torna-se irreversível e a visão fica comprometida permanentemente.

Ocorre que em tempos de “guerra de paus, pedras viram armas”, e, a cloroquina e outros medicamentos já disponíveis serão utilizados em caráter emergencial, sem as devidas comprovações de eficácia, efetividade e principalmente segurança em sua utilização. Sendo assim, recomendamos fortemente que todos os pacientes que utilizem cloroquina, passem por uma avaliação anual com seu oftalmologista e, principalmente, que ninguém utilize esta ou qualquer outra medicação sem a recomendação de seus médicos.

Outro aspecto que queremos ressaltar é o da prevenção à esta e outras doenças virais. As portas de entrada para os vírus estão no nosso rosto. Boca, nariz e olhos não devem ser tocados. Hábitos como cocar os olhos e o nariz e levar a mão à boca devem ser desencorajados, especialmente entre aqueles pacientes que possuem doenças respiratórias altas como rinite, asma e conjuntivite alérgica. Na verdade, o simples hábito de levar a mão ao rosto pode ser um fator de enorme aumento do risco para aquisição de diversas doenças infeciosas. Higienizar frequentemente as mãos (simplesmente lavando-as com água e sabão) deve ser o hábito a ser adquirido de agora para frente. A humanidade passará por mais essa provação em breve e as lições aprendidas neste tempo de crise serão lembradas por muito tempo. Estamos aqui para ajudá-los a superá-la.

 

Dr. Mauro Chies