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For All Exclusive

01/04/2018

Desvendando as Pintas

Elas podem sofrer transformação maligna tornando-se um câncer de pele perigoso, conhecido como melanoma


"Importante salientar que o melanoma pode acometer pessoas jovens e pessoas de pele escura, não sendo privilégio dos idosos e das peles claras", alertam as dermatologistas Themis Hepp e Alice Toigo Lesões que estão em crescimento, mudando de cor, escurecendo ou que surgem repentinamente precisam ser avaliadas pelo dermatologista com brevidade O principal fator que faz com que uma pinta se transforme em melanoma é o excesso de exposição solar

               As pintas, sinais ou nevos melanocíticos são pequenos aglomerados de melanócitos, células que produzem melanina, a substância responsável pela produção da cor da pele. Ninguém sabe exatamente sua função, ou por que  aparecem porém existe uma predisposição genética para desenvolvermos um número maior ou menor delas. O grande perigo com as pintas é que elas podem sofrer transformação maligna e tornarem-se um câncer de pele perigoso, conhecido como melanoma. Uma das formas de identificar o problema é observar e conhecer as próprias pintas para detectar mudanças suspeitas. O teste do ABCDE é uma forma de autoexame que deve ser familiar a todas as pessoas para que avaliem seus sinais. A letra A corresponde à assimetria – quando dividimos uma pinta em quatro metades como uma pizza, as metades devem ser semelhantes entre si. A letra B se refere às bordas – as benignas têm bordas mais lisas e regulares, enquanto as perigosas tem margens irregulares lembrando um mapa geográfico. A letra C representas as cores, que normalmente não devem ter mais de dois tons. Tons enegrecidos que surgem em pintas que antes eram mais claras também são suspeitos. A letra D de diâmetro chama atenção para as lesões maiores de 5mm. E finalmente a letra mais importante o E de EVOLUÇÃO: lesões que estão em crescimento, mudando de cor, escurecendo ou que surgem repentinamente precisam ser avaliadas pelo dermatologista com brevidade.

            Pensando nesses conceitos a dermatologia desenvolveu uma técnica extremamente apurada para avaliar os nevos: a dermatoscopia. O dermatoscópio é uma aparelho com lentes de aumento e iluminação específicos para obervar os padrões de coloração e distribuição do pigmento das pintas. Este exame lembra muito a radiografia, ou seja, é o RX das pintas. Ele pode ser realizado com dermatoscópios manuais e também digitais, que fotografam e medem as pintas para comparações ao longo do tempo. Na TH&AT Dermatologia utilizamos ambos os métodos. A avaliação por meio do aparelho digital é especialmente indicada para os pacientes de maior risco, como aqueles com histórico pessoal ou familiar de melanoma e para pintas perigosas, peles muito claras ou presença de muitos nevos.

            O principal fator que faz com que uma pinta se transforme em melanoma é o excesso de exposição solar. Ainda assim é mais frequente esse câncer de pele se apresentar como uma lesão nova, que aparece repentinamente do que sobre nevos prévios. A pinta perigosa ou nevo displásico não necessariamente irá virar um melanoma, acima de tudo ela é um sinalizador de que o paciente apresenta risco aumentado de câncer de pele. Se você tem ou teve nevos displásicos a avaliação dermatológica deve ser mais frequente, pelo menos anual, e os cuidados com o sol redobrados. Temos que considerar também manchas pigmentadas nas unhas, tanto dos pés quanto das mãos, mais comuns nas etnias amarela e negra. Elas podem surgir também nas cutículas, acompanhando a lesão ungueal, que muitas vezes é confundida com uma micose ou um hematoma.

            Importante salientar que o melanoma pode acometer pessoas jovens e pessoas de pele escura, não sendo privilégio dos idosos e das peles claras. Estes sofrem também, muito frequentemente, de outros cânceres de pele: o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide. Podemos fazer o mapeamento corporal total com a tecnologia avançada de um Dermatoscópio Digital, exame que monitora todos os nevos de um paciente com quadro anterior melanoma, visto que estará sujeito a novas lesões. O aparelho fotografa e mede as lesões névicas, comparando-as a um banco de dados desenvolvido na Universidade de Tübingen, na Alemanha. Além disso, registra as lesões para análise comparativa posterior.

            Muitas vezes as lesões se localizam em áreas onde o paciente não pode observar mudanças e crescimento. Surge então a necessidade da feitura do exame que, além de tudo, contará as lesões e avisará o surgimento de uma nova. Por último, gostaríamos de ressaltar a ação de especialistas da Sociedade Brasileira de Dermatologia de todo o país: a Campanha Nacional do Câncer de Pele, que tem salvado inúmeros brasileiros de tais moléstias extremamente comuns entre nós.

Themis Hepp e Alice Toigo, Médicas Dermatologistas - atdermatologia.com.br