Menu

For All Exclusive

26/09/2018

Fertilização in Vitro

Como funciona esse tratamento?

Após a fertilização, o desenvolvimento embrionário é acompanhado. A característica morfológica é um dos indicativos da qualidade do embrião A médica Eleonora Bedin Pasqualotto, especializada em Reprodução Humana Assistida, explica que fertilização in vitro é diferente da inseminação artificial 
Gabriela Prelle Ledur é embriologista do Conception Centro de Reprodução Humana Oito milhões. Esse é o número de brasileiros que podem ser inférteis, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde

Oito milhões. Esse é o número de brasileiros que podem ser inférteis, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde. Mas nem todo casal que não consegue engravidar necessita realizar a fertilização in vitro (FIV). “Há muita confusão quando se fala dos tratamentos de Reprodução Assistida”, comenta a ginecologista com especialização em Reprodução Humana Assistida, Dra. Eleonora B. Pasqualotto. A médica esclarece que, além da fertilização in vitro, há outros tratamentos que podem auxiliar casais a alcançar a gravidez. “Dependendo da causa da infertilidade, é possível realizar relações programadas, uso de medicamentos indutores da ovulação ou realizar inseminação intra-uterina, por exemplo. Mas é necessário a orientação médica para individualizar o esquema a ser utilizado em cada caso”. A médica explica ainda que a inseminação artificial é um procedimento diferente da fertilização in vitro. Na inseminação, o sêmen é coletado, concentrado e colocado dentro do útero da mulher enquanto ela está ovulando. O encontro do óvulo e do espermatozoide acontece nas trompas femininas. “Já na fertilização in vitro (bebê de proveta), o óvulo da mulher é coletado e fecundado com o espermatozoide no laboratório. A fertilização acontece fora do corpo da mulher”, simplifica a médica, que também é Diretora do Conception Centro de Reprodução Humana.  “Ao ocorrer a fertilização, é formado um embrião, que é posteriormente transferido para o útero da futura mamãe”. Na maioria das vezes o tratamento de FIV tem a duração de um ciclo menstrual. Inicia no 2º dia da menstruação, com uso de medicações, geralmente aplicadas no abdômen, objetivando aumentar o número de óvulos disponíveis para serem coletados. São os medicamentos “indutores de ovulação”. A indução de ovulação é acompanhada por exames de ultrassom, e quando os folículos (espécie de “bolsas” que contém os óvulos dentro) atingem um determinado tamanho, estes são coletados. Enquanto os óvulos são captados, o sêmen é colhido por masturbação ou punção. No laboratório, os gametas são unidos e o embrião formado é colocado no útero após 3 a 5 dias da fertilização. O número máximo de embriões a ser transferido é definido pelo Conselho Federal de Medicina, de acordo com a idade materna. Mulheres até 35 anos podem implantar até dois embriões, de 36 anos até 40 anos podem implantar até 3 embriões e mulheres acima desta idade podem transferir para o útero até 4 embriões. “Consequentemente, quanto mais embriões colocados no útero, maior a chance de que pelo menos um deles se implante e se desenvolva. Mas isso não significa que todos embriões implantados irão evoluir para uma gestação”, esclarece a médica.

O que acontece no laboratório de fertilização in vitro

O trabalho no laboratório de fertilização in vitro inicia com recebimento dos óvulos coletados. “Recebemos do médico o conteúdo dos folículos, no qual procuramos os óvulos, com o auxílio de uma lupa. Esses óvulos são denudados (retirada de uma camada de células ao seu redor) e classificados como maduros ou imaturos”, comenta a embriologista do Conception Centro de Reprodução Humana, Gabriela Prelle Ledur. “Quando maduros, estão prontos para serem fertilizados pelo espermatozoide”. Ao mesmo tempo em que os óvulos estão sendo avaliados, é coletado o sêmen do futuro pai. Esse sêmen é concentrado para a realização da fertilização in vitro. Com os óvulos maduros e os espermatozoides concentrados, é chegada a hora da fertilização in vitro propriamente dita. “Há duas técnicas possíveis para sua realização. Na primeira, clássica, colocamos em uma placa de Petry o óvulo e os espermatozoides, e o encontro das duas células é realizado espontaneamente”, explica Gabriela. “Há também a técnica de ICSI, onde selecionamos o melhor espermatozoide e, com o auxilio de uma agulha, o colocamos no interior do óvulo, realizando a fecundação”. A partir do segundo dia após o contato dos dois gametas, é averiguado se houve a fertilização e o desenvolvimento do embrião. Os embriões ficam em incubadoras que mimetizam as condições uterinas por 3 a 6 dias, enquanto multiplicam suas células e se desenvolvem. “A partir da avaliação morfológica embrionária é possível predizer as chances de sucesso”, enfatiza a embriologista. seleção do embrião para transferência é feita baseada na morfologia no momento da avaliação. De acordo com cada caso e cada protocolo médico, os embriões viáveis são transferidos no terceiro ou quinto dia após a fecundação. “Para a transferência do embrião para o útero, inserimos o embrião em um catéter com uma seringa na ponta. O médico insere esse catéter na cavidade uterina e delicadamente o coloca no endométrio, expulsando-o com a seringa”, detalha Gabriela.