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16/12/2020

Podemos Prevenir 100% dos Casos

O Papanicolau é melhor maneira de diagnosticar precocemente o câncer do colo do útero

"O exame permite que sejam precocemente encontradas alterações nas células do colo uterino que indiquem a presença do HPV, cuja infecção é responsável por praticamente todos os casos de câncer de colo de útero"

No atual momento de pandemia temos observado no nosso dia a dia significativa queda do diagnóstico de câncer. A estimativa que é que mais de 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer, de acordo com a o levantamento das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica. A mesma queda foi observada no exame de Papanicolau. O levantamento é preocupante porque o câncer de colo de útero é o segundo tumor mais frequente em mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama. O diagnóstico precoce oferece ao paciente uma chance maior de cura e o aumento da sobrevida, uma vez que possibilita a intervenção nos estágios iniciais da doença. O risco de interromper o processo de investigação é a doença avançar, levando a uma redução na resposta ao tratamento.

O popular exame Papanicolau se tornou célebre nos anos 1940 e leva esse nome por causa de seu inventor, o médico romeno George Papanicolaou. Sua descoberta é considerada um grande avanço para a saúde feminina, já que é o melhor exame para detecção precoce de lesões no colo do útero. É um exame simples e rápido que consiste na coleta de células do colo do útero para análise em laboratório. George Papanicolaou (1883-1962), seu inventor, nasceu em na vila grega Coumi, mas formou-se médico em Munique, na Alemanha. 

Em 1910, decidiu mudar-se para os Estados Unidos buscando oportunidades. Ao chegar em Nova York, conseguiu apenas trabalhar como vendedor de tapetes. Depois de um ano, surgiu a oportunidade de se tornar assistente de laboratório da Universidade de Cornell, onde acabou se tornando professor. Em 1923, Papanicolau começou a estudar as mudanças provocadas pelos hormônios no útero e, para isso, coletava material do colo uterino de pacientes voluntárias. Em determinado momento, ele detectou a presença de células deformadas em uma das amostras, que pertencia a uma paciente com câncer. 

Então ele reproduziu esta coleta em outras pacientes com câncer e concluiu que aquele tipo de análise era capaz de diagnosticar tumores. Para consagrar seu trabalho, ele apresentou um relatório com mais de 100 páginas durante um encontro médico em 1928, mas nenhum colega se entusiasmou com a apresentação. Somente em 1943, quando Papanicolau resumiu seu trabalho para oito páginas, ele conseguiu chamar a atenção da comunidade médica. Desde então, este exame é considerado a melhor maneira de prevenir o câncer do colo do útero. Ele permite que sejam precocemente encontradas alterações nas células do colo uterino que indiquem a presença do HPV, cuja infecção é responsável por praticamente todos os casos de câncer de colo de útero.

A recomendação do Ministério da Saúde é que o exame seja realizado em mulheres com idade entre 25 a 64 anos. O exame é feito coletando-se células do colo do útero por meio do uso de uma espátula e uma escova com cerdas. É um procedimento seguro, com pouco ou nenhum incômodo, realizado em alguns segundos. O material coletado é então enviado para que seja feita a análise em laboratório de patologia. O médico patologista realiza uma minuciosa avaliação em busca de células com deformidades, indicativas de uma possível lesão.

É interessante alertar para a importância da realização deste exame porque quando essas alterações (que antecedem o câncer) são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos.