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For All Exclusive

06/07/2020

Saúde dos Olhos em Tempos de Pandemia

“Seguiremos tratando pacientes com problemas oftalmológicos que não podem aguardar devido aos riscos associados às doenças” (Dr. Mauro Chies)

"Este foi um momento muito importante para o médico oftalmologista decidir junto com o paciente, e baseado em sua experiência clínica e conhecimento científico, o que fazer com relação aos tratamentos a iniciar ou mesmo àqueles que já estavam em andamento"  (Mariana Thorell) Foto: Diogo Sallaberry "Casos de emergência oftalmológica, causados por traumas e acidentes, bem como doenças crônicas da retina e dos olhos em geral, frequentemente levam à perda de visão se não tratados" (Mariana Thorell) Foto: Diogo Sallaberry " Crianças e adolescentes devem consultar regularmente o oftalmologista, principalmente pacientes com costume de coçar olhos, com atopias (alergias) ou se houver histórico de familiares com Ceratocone" ( Daniela Leães) Foto: Diogo Sallaberry "O tratamento do glaucoma é realizado inicialmente com o uso de colírios especiais e, em alguns casos, com cirurgias. Sempre é importante o acompanhamento anual pois não existe cura para a patologia" (Mauro Chies) Foto: Diogo Sallaberry

A necessidade de isolamento social causada pela pandemia do coronavírus trouxe incertezas. “Seguimos protocolos rígidos de esterilização e higienização do consultório e de toda a Clínica Visão Serra, de acordo com as recomendações dos órgãos regulamentadores da saúde nacionais e locais para evitar a contaminação. Tais medidas são a realidade do nosso ambiente (para evitar transmissão agentes patológicos), há muito tempo”, afirma a Dra. Mariana Rossi Thorell. Acompanhe, a seguir, as orientações dela e dos demais médicos especializados da Clínica Visão Serra (Dr. Mauro Chies e Dra. Daniela Leães) que, em julho de 2020, celebra 4 anos de história.

 

DOENÇAS DA RETINA

“É preciso dar continuidade a muitos destes tratamentos mesmo durante o período da pandemia”

Dra. Mariana Rossi Thorell

Em meio a tantas dúvidas que surgiram em relação ao COVID-19 e sua transmissão, pacientes com problemas vítreo-retinianos ficaram confusos quanto ao manejo da doença. Este foi um momento muito importante para o médico oftalmologista decidir junto com o paciente, e baseado em sua experiência clínica e conhecimento científico, o que fazer com relação aos tratamentos a iniciar ou mesmo àqueles que já estavam em andamento. 

Casos de emergência oftalmológica, causados por traumas e acidentes, bem como doenças crônicas da retina e dos olhos em geral, frequentemente levam à perda de visão se não tratados. Dentre as doenças retinianas, destacam-se a degeneração macular relacionada à idade (dmri) e a retinopatia diabética que são causas de cegueira irreversível. Além destas, doenças vasculares da retina também estão entre as doenças que, se postergado o tratamento, causam prejuízo irreversível à visão. Por isso, seguindo as recomendações das Sociedades Brasileira e Americana de Retina, tem sido necessário dar continuidade a muitos destes tratamentos mesmo durante a pandemia. Tratamentos com injeções anti-angiogênicas ou laser, a intervalos regulares, previnem a cegueira.

O descolamento de retina, por sua vez, que pode iniciar com sintomas de moscas volantes, flashes de luz ou manchas escuras na visão, está entre os problemas mais graves que podem levar à cegueira se não tratados precocemente. Mesmo em tempos de pandemia, essa doença, bem como casos de infecção intra-ocular precisam ser adequadamente manejados para evitar danos irreversíveis à visão. 

 

CATARATA

“A técnica mais avançada é a cirurgia  por microincisão (MICS),  considerada o ‘state-of-the-art’ na correção do problema em todo o mundo”

Dr. Mauro Chies

Ao contrário do que se pode imaginar, a catarata não é exclusividade de faixas etárias maiores. A opacificação do cristalino (uma lente natural que possuímos no interior dos olhos) leva à diminuição da qualidade da visão. Não há tratamento clínico para a catarata. O tratamento é necessariamente cirúrgico. Toda a cirurgia é executada ambulatorialmente, em poucos minutos, por um cirurgião habilidoso e experiente, por meio de incisão autoselante (não requer pontos), com anestesia local. Isso permite a diminuição significativa do desconforto e de possíveis complicações no pós-operatório e o retorno do paciente às suas atividades em pouquíssimo tempo. A técnica mais avançada é a cirurgia de catarata por microincisão (MICS), aliando uma incisão menor que 2mm, a dissolução intraocular da catarata com ultrassom (facoemulsificação) e o implante de lentes intraoculares premium (inclusive multifocais). 

 

GLAUCOMA

“A tomografia de coerência óptica (OCT) é capaz de esmiuçar inúmeros aspectos do nervo óptico e da camada de fibras nervosas da retina, fornecendo informações muito detalhadas”

O glaucoma é uma das doenças oculares crônicas mais presentes e se relaciona diretamente com alterações na pressão interna dos olhos. O principal prejuízo à visão é a diminuição e até mesmo a perda da visão periférica. Imagine-se enxergando tudo por meio de um tubo. Geralmente acomete pessoas acima dos quarenta anos de idade apesar de haver formas juvenis e congênitas, essas mais raras. Em toda consulta oftalmológica em pacientes com ou acima de quarenta anos realiza-se a medida da pressão intra-ocular. Quando essa apresenta aumento ou o paciente tem histórico familiar de glaucoma realizamos os exames específicos para auxílio no diagnóstico e acompanhamento: campimetria computadorizada, goinioscopia, o exame do nervo óptico (visualização direta e registro fotográfico). 

Recentemente dispomos de um excelente exame de imagem que auxilia na tomada de decisões em casos mais difíceis, a tomografia de coerência óptica (OCT). O exame é capaz de esmiuçar inúmeros aspectos do nervo óptico e da camada de fibras nervosas da retina, fornecendo informações muito detalhadas. Também podemos gerar um relatório de imagem/função unindo os exames de OCT e campo visual computadorizado. O tratamento do glaucoma é realizado inicialmente com o uso de colírios especiais e, em alguns casos, com cirurgias. Sempre é importante o acompanhamento anual pois não existe cura para a patologia.

 

ESFREGAR E COÇAR OS OLHOS PREJUDICA A VISÃO

“O ceratocone é a distrofia mais comum da córnea e afeta uma a cada duas mil pessoas, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia”

Dra. Daniela Leães

Para divulgar informações sobre os riscos do Ceratocone, foi desenvolvida a campanha Junho Violeta. O ceratocone é uma enfermidade que gera ectasia, ou seja, faz com que a córnea se projete para frente, tendo um formato irregular e mais fino. Alterações na transparência e na curvatura da córnea podem comprometer a visão, pois impedem a projeção de imagens nítidas na retina, causando elevado grau de astigmatismo e miopia. Esta deformidade do tecido acarreta uma imagem distorcida e desfocada. O ceratocone costuma se manifestar entre 10 e 25 anos. Coçar muito os olhos, ter familiares com a doença e pré-disposição genética são os principais fatores de risco para desenvolvimento da enfermidade. Alguns sintomas incluem sensibilidade à luz (fotofobia), comprometimento da visão noturna, visão dupla (diplopia) e formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto. Embora não tenha cura, a doença tem tratamento. O diagnóstico precoce pode evitar a progressão da doença. Em casos iniciais, é prescrito óculos, que muitas vezes não é suficiente para oferecer uma visão com qualidade. Existem também lentes de contato específicas que regularizam a superfície corneana e melhoram a visão do paciente. Em casos refratários ao tratamento conservador, é recomendado o implante de anéis intracorneanos, que remodelam a córnea, tornando-a mais plana e reduzindo o astigmatismo e a miopia. Em último caso, é necessário o transplante de córnea. Crianças e adolescentes devem consultar regularmente o oftalmologista, principalmente pacientes com costume de coçar olhos, com atopias (alergias) ou se houver histórico de familiares com Ceratocone. Ninguém perde a visão se a doença for adequadamente tratada. 

 

Edição | Caroline Pierosan