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22/11/2018

Tratamentos Medicamentosos Intra-Oculares

Tais fármacos representam um avanço gigantesco na prevenção da cegueira evitável no mundo e sua utilização e acessibilidade têm crescido exponencialmente em nosso meio

São medicamentos em forma líquida, de ação imediata e também de polímeros de liberação lenta, que, ao serem injetados no interior do olho, dissolvem lentamente As injeções liberam doses muito pequenas de medicamento diretamente no local onde ele é necessário Fármacos representam um avanço gigantesco na prevenção da cegueira evitável no mundo  Os medicamentos agem por longos períodos, sem os efeitos adversos extra-oculares danosos de outras vias de administração

Na oftalmologia dispomos de diferentes vias de administração de medicamentos, sendo a mais óbvia e largamente utilizada a via local por meio de colírios além da via sistêmica pelo uso de medicações orais ou injetáveis. No entanto a maioria das pessoas desconhece uma terceira e muito eficaz via de administração de medicamentos oculares, a via intra-vítrea (ou intra-ocular). Podemos utilizar medicamentos muito específicos, formulados especialmente para serem injetados na intimidade do olho com relativa facilidade. Pode parecer assustador, a princípio, pensar em uma injeção no olho mas na realidade o procedimento é simples, rápido e seguro. Utilizamos medicamentos intra-oculares para doenças, que, normalmente, são muito impactantes para a visão.

Essas patologias que atingem o chamado segmento posterior do olho, como as inflamações (uveítes como a toxoplasmose), degenerações da retina como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), oclusões vasculares da retina, edema macular (inclusive o edema diabético) e outras, não dispunham de tratamentos medicamentosos eficazes até poucos anos. No passado não muito remoto utilizávamos os tratamentos com LASER no fundo do olho com o intuito de impedir maiores danos mas a recuperação da visão sempre era bastante limitada. Com a chegada dos medicamentos intra-oculares o panorama mudou radicalmente e o próprio tratamento com LASER precisou ser revisto, tendo, hoje em dia, um papel bem menos expressivo em relação ao passado.

Dispomos de medicamentos em forma líquida, de ação imediata e também de polímeros de liberação lenta, que, ao serem injetados no interior do olho, dissolvem lentamente, liberando doses muito pequenas de medicamento diretamente no local onde ele é necessário, por longos períodos, sem os efeitos adversos extra-oculares danosos de outras vias de administração. A classe de medicamento mais utilizada na via intra-ocular é o anti-VEGF (inibidor do fator de crescimento endotelial vascular humano). São fármacos destinados ao tratamento de problemas vasculares da retina (muito comuns nos diabéticos e pessoas com mais de sessenta anos) e quando aplicados com regularidade podem restaurar a visão desses pacientes e impedir o avanço da doença até a cegueira. Outra classe de medicamentos intra-oculares é corticosteróides, muito utilizada no tratamento de inflamações dentro do olho, assim como oclusões vasculares.

As principais indicações dos medicamentos intra-oculares são:

  • O tratamento da degeneração macular neovascular (exsudativa ou úmida) relacionada à idade (DMRI);
  • O tratamento de deficiência visual devido ao edema macular diabético (EMD);
  • O tratamento da deficiência visual devido ao edema macular secundário à oclusão de veia da retina (OVR): oclusão de ramo da veia da retina (ORVR) e oclusão da veia central da retina (OVCR);
  • O tratamento do comprometimento visual devido à neovascularização coroidal (NVC) secundária a miopia patológica (MP)
  • O tratamento de processos inflamatórios da parte posterior dos olhos, como a uveítes de origem não infecciosa.

Além dessas indicações formais (chamadas de on-label) temos outras indicações possíveis, em fase final de estudos e certificação pelas autoridades sanitárias (chamadas off-label). Seja qual for a indicação de utilização de medicamentos intra-oculares, estes devem ser administrados por um cirurgião oftalmológico, em ambiente cirúrgico, obedecendo às normas de uma cirurgia intra-ocular normal, jamais no consultório ou outro local. Dessa forma diminui-se enormemente a ocorrência de quaisquer possíveis complicações. Esses fármacos certamente representam um avanço gigantesco na prevenção da cegueira evitável no mundo todo e sua utilização e acessibilidade têm crescido exponencialmente em nosso meio.