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Oratória

05/07/2019

As Mais Exigentes do Mundo

Qual a melhor forma de lidar com os desejos dos pacientes?

"Durante uma cirurgia plástica o comprometimento e empenho de toda a equipe envolvida é muito grande para que o paciente tenha a maior segurança possível e alcance o resultado esperado" ( Foto: Daniel Hendler )

A cirurgiã plástica Ana Paula Deluchi Boz recém inaugurou sua clínica em Farroupilha. Ela conversou com a NOI sobre sua trajetória profissional e sobre a dinâmica entre as expectativas dos pacientes e o perfil da mulher brasileira. Ana também orienta a respeito do melhor caminho para encontrar um bom profissional na área da medicina estética.

Como te autodefines?

Como uma pessoa responsável, cuidadosa, que procura sempre fazer o melhor para os outros. Sou alguém que tenta melhorar a cada dia e que está sempre disposta a aprender cada vez mais sobre a vida e sobre a minha profissão. Sou uma esposa feliz e apaixonada e uma amiga grata pelo carinho e amor que recebo de quem está ao meu lado.

Qual é o aspecto mais desafiador da tua profissão como cirurgiã plástica?

Atender às expectativas dos pacientes em relação ao resultado das cirurgias. Muitas vezes os pacientes têm visões mágicas do que uma cirurgia poderia oferecer, como “quero o nariz igual ao da atriz, quero diminuir quatro números do meu manequim”. Cabe a nós, bons profissionais, tentar explicar e exemplificar da melhor forma possível o real resultado que se pode obter. E isso deve ser feito sempre antes de se realizar o procedimento, para que os pacientes estejam cientes e de acordo com o planejamento, sabendo o que vamos conseguir proporcionar.

Entre tantos profissionais renomados nesta área em que atuas. Como escolher?

A melhor forma de escolher é começando pela informação sobre a formação do médico, averiguando cursos de residência e especializações que o profissional tenha feito. Depois disso, vem a empatia e a concordância com o tratamento oferecido por ele. O mais importante é o paciente sentir confiança e segurança com o profissional que irá atendê-lo. Para se conseguir isso, é essencial ter uma boa conversa, tirando todas as dúvidas, ouvir mais de uma opinião, e optar pelo profissional que melhor tenha atendido às expectativas.

O Brasil oscila entre líder e vice líder em cirurgias plásticas. Como interpretas esse dado?

As mulheres brasileiras estão entre as mais exigentes do mundo no quesito beleza e estética. Por esse motivo, as cirurgias plásticas são muito procuradas, assim como procedimentos estéticos não cirúrgicos. Em minha opinião, esta exigência é estimulada pela mídia, com a exposição exagerada de mulheres com corpos perfeitos. Esse padrão já se tornou cultural. Somando-se a isso, temos uma oferta enorme de profissionais e técnicas, economicamente muito mais acessíveis do que em outros países, uma receita perfeita para um número cada vez maior de procedimentos.

Consegues detectar quando o paciente é neurótico por cirurgias?

Percebemos que algum paciente está ultrapassando os limites da mudança de visual, quando, após algumas intervenções indicadas e realizadas, tendo resultados positivos e objetivos alcançados, ele ainda não está satisfeito e procura por mais procedimentos que o levam ao exagero.

O que te faz não operar um paciente?

Ele ter expectativas além daquilo que a cirurgia plástica pode conseguir.

Quais as principais motivações que levam um paciente a fazer uma cirurgia estética?

A cirurgia plástica é um sonho que muitas pessoas têm, visando alcançar o bem estar pessoal e a melhora da autoestima. Essa, por sua vez, quando alcançada, acaba gerando uma melhora, também, em outros campos da vida daquela pessoa. “Esteja bem consigo mesmo e o mundo estará bem com você”.

 

Entrevista | Marina Grandi - Edição | Caroline Pierosan - Foto | Daniel Hendler