NOI: Você é responsável pela direção técnica capilar da Clínica Sterah. O que faz um profissional com essa função?
Bruna Andres: eu presto suporte ao paciente antes do tratamento, antes da cirurgia e do transplante capilar. Eu procuro realizar o acompanhamento pré e pós-transplante capilar, pré e pós-tratamento. Cuido de cada caso individualmente. Cada paciente é único.
O que a pessoa precisa fazer basicamente antes e depois do procedimento?
Sempre iniciamos com os exames pré-operatórios, pré-tratamentos e, depois, a partir disso, montamos um tratamento específico para cada caso. É preciso saber como está a saúde daquela pessoa antes do procedimento e cuidar dela no “pós”. Alguns pacientes vão precisar tomar vitamina D, zinco, etc. Por meio do acompanhamento prévio que realizamos temos uma base de como vai ser o pós-tratamento. Recomendamos, inclusive, suplementação alimentar, entre outras iniciativas, para um melhor resultado.
Por que você escolheu trabalhar com procedimentos estéticos?
Tive um trauma muito grande na minha adolescência. Achava que precisava fazer uma cirurgia plástica nas orelhas. Sempre sofri bullying e quando comecei a cursar o curso técnico de enfermagem tive oportunidade de estagiar com um cirurgião plástico. Quando percebi que o meu trauma, que o medo que eu tinha, era o mesmo de muitas pessoas, me apaixonei pela medicina estética. A partir daquele momento eu só trabalhei nessa área.
Você percebeu que não estava só...
Isso! E foi muito bom porque eu sempre tive aquele trauma que me deixava insegura para conversar com as pessoas. Andava cabisbaixa, com vergonha. Depois que passei a trabalhar com medicina estética, minha vida mudou.
Hoje você parece muito segura! Que características um profissional precisa ter, para ter êxito ao atuar com serviços estéticos?
Trato meus pacientes da forma como eu quero ser tratada. Se eu achar que o paciente não precisa de alguma coisa eu serei sincera. Sempre mostro os pontos positivos e negativos de cada opção, sendo muito transparente com o paciente. Como sempre falamos aqui na Clínica, gostamos de tudo o mais natural possível. Sempre queremos realçar a beleza da pessoa. Às vezes, não é necessariamente o que ele está vendo que está lhe deixando infeliz.
É preciso saber dizer “não”?
Muitas vezes.
As pessoas hoje estão sedentas por procedimentos estéticos...
Algumas vezes nós temos que “segurar”. Claro que, comercialmente, seria bom fazer muitos procedimentos, mas nós prezamos muito o tratar, o cuidar e por isso dizemos muitos “nãos”.
É uma visão de negócio a longo prazo.
Exato.
Como você avalia a experiência de um ano de empreendedorismo?
Tivemos a fase do riso, a fase do choro, da tristeza, da ansiedade. Mas eu digo que hoje, olhando para trás, valeu cada minuto. Fico feliz pelo crescimento das sócias. Acho que um relacionamento e uma sociedade só perduram por causa do carinho e da admiração que se tem uma com a outra. Nós conseguimos construir e preservar essa admiração. Cada passo juntas valeu a pena.
Então o crescimento não foi só profissional, mas também pessoal?
Desde que sentamos e colocamos o projeto no papel, formatando essa união da quatro para tornar o sonho realidade, temos aprendido muito umas com as outras.
São mais de 1.500 casos atendidos, com pacientes em todos os estados brasileiros. O que foi determinante para vocês alcançarem isso?
A experiência que nós já tínhamos contou bastante. Sinto muita gratidão em ver a mudança dos pacientes, como eles chegam na clínica Sterah e como saem. Eles são nosso melhor marketing, porque fazem questão de divulgar a Clínica. É por isso que somos referência.
Você acompanha a expectativa do paciente e o resultado. O que nesse processo é mais marcante?
O paciente chega aqui triste, às vezes depressivo, chorando, sem autoestima. Um episódio me marcou muito: um paciente que fez transplante e, quando terminou o procedimento, olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas, me abraçou e disse “muito obrigado por tornar meu sonho realidade”. Isso, para mim, é o mais gratificante. Não há nada que supere essa gratidão. Nós acompanhamos muitos casos de pacientes que não estão bem na vida profissional, no relacionamento e, depois do transplante nos falam “obrigado, vocês mudaram a minha vida”.
Quais são tuas perspectivas?
Que a Clínica continue evoluindo, crescendo e que, em breve, tenhamos muitas franquias da Sterah por aí!