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Oratória

18/09/2020

Marina Elisa Rombaldi

"Meu sonho sempre foi ser médica. Vi no empreendedorismo uma oportunidade de fazer as coisas que eu acho certas. Quando sou dona do meu próprio negócio, posso tratar os pacientes da forma que acredito ser correta, da melhor forma possível. Sempre saio da clínica, todos os dias, com a certeza de que fiz o melhor para cada paciente que atendi" (Marina Elisa Rombaldi) Foto: Josué Ferreira

Caroline Pierosan: Podemos falar hoje que beleza é saúde?

Marina Elisa Rombaldi: Meu trabalho aqui na Clínica é realçar o que a pessoa tem de bonito. Por consequência ela vai ficar mais autoconfiante, com mais autoestima. Isso acaba interferindo em todos os aspectos da sua vida. Beleza está sim relacionada à saúde, tanto física, quanto mental.

A insatisfação com a própria imagem pode acabar gerando uma série de outras inseguranças, uma série de outros distúrbios. Podemos compreender hoje de uma forma bastante razoável, que a autoestima é um dos critérios para dizer que se tem uma boa qualidade de vida?

Acho importante a pessoa se olhar no espelho e sentir feliz com aquilo que está enxergando. Acredito que a beleza é relativa. Cada um tem o seu parâmetro, a sua forma de ser belo.

Por que você escolheu atuar nessa área?

Fiz minha pós-graduação em Tricologia (que é um mercado que cresce muito mundialmente). As pessoas que sofrem com problemas capilares, problemas de alopecia, queda e falta de cabelo, têm essa condição crônica e sofrem muito com isso. Desde quando comecei a trabalhar nessa área compreendi que o sofrimento dos pacientes era maior do que eu imaginava. Vi nessa área da medicina estética uma oportunidade de mudar a vida das pessoas. Percebemos isso no retorno que os pacientes nos dão quando começam o tratamento, o quanto isso melhora a sua autoestima e a autoconfiança.

Basicamente, o que é Tricologia?

É a área da Medicina que cuida dos cabelos e do couro cabeludo. Nós tratamos a área estética. Há diversas doenças do couro cabeludo e nosso objetivo aqui é fazer tratamento para pacientes que tenham pouco cabelo, que tenham evolução de calvície e que sofrem muito com isso. Acompanhamos histórias muito particulares na Clínica, de pacientes que têm problemas de depressão, que não querem sair para festas nas quais não possam usar boné... isso afeta muito a sua autoestima. Restaurar a saúde gera aumento de confiança, melhor desempenho na vida profissional, na vida pessoal, na vida amorosa... em todos os aspectos.

Quando observamos que uma pessoa está com perda de cabelo automaticamente pensamos no fator genético, que isso é normal, que é “assim mesmo”. Poucas vezes ouvimos falar de uma busca mais aprofundada para entender qual é o problema e se há solução. Mas existe então, muito mais que possa ser feito, do que a maioria das pessoas sabe?

Exatamente. É um mundo muito amplo. Há outras doenças do couro cabeludo, e doenças inflamatórias. Sempre tentamos descobrir as causas, e o que realmente incomoda o paciente. Temos a disposição uma variedade de tratamentos.

Existe calvície sem solução ou todos os tipos de calvíce podem ter algum tipo de evolução ou de melhoria?

Para a calvíce não há cura. Falamos em tratamento e melhora. Há casos sim de calvíce em estágios muito avançados, diante dos quais não conseguimos fazer transplante capilar. Mas somos sinceros com todos os nossos pacientes sobre até que ponto podemos chegar com o tratamento. As realidades são muito individualizadas. Não existe uma fórmula mágica. Precisamos investigar e saber até onde podemos chegar em cada caso. Por isso é importante a avaliação, que é uma investigação completa, para que possamos propor o melhor tratamento para o paciente.

Observamos no mercado da beleza uma série de propostas de tratamentos de mudança radical, tanto na forma dos cabelos quanto na cor. Isso tudo pode gerar algum tipo de problema de saúde, culminando em uma perda excessiva de fios, por exemplo? Sobre o que as pessoas precisam ser alertadas nesse sentido?

Sim! Tanto no que tange propostas de mudança de cabelos, quanto na parte facial, há exageros. Nós temos todo o cuidado para entender o que o paciente quer e o que ele precisa.  

E quanto as pessoas que fazem tratamentos nos salões de beleza, coloração, mudança de cacheado pra liso...

Sim, isso gera problemas de saúde para os fios e para o couro cabeludo. Às vezes, em alguns salões, realizam grandes transformações de coloração ou de penteado, só que estão pensando momentaneamente. Aí, muitas vezes, ocorre o corte químico, por exemplo. Pacientes que chegam a nós com os cabelos literalmente “picoteados” na raiz.

A Tricologia ainda não é tão popularizada. Você sente que tem a missão de informar as pessoas que essa especialidade existe, como ela funciona, e que respostas ela propõe para a saúde? 

Apesar do “mercado do cabelo” estar crescendo mundialmente, a especialidade ainda é pouco difundida. Alguns pacientes que nos procuram normalmente já tentaram muitas outras coisas, e já chegam com uma desconfiança. Os pacientes que, hoje em dia, procuram por tratamentos sérios, buscam médicos tricologistas. Nós recebemos pacientes de todo o Brasil e é muito gratificante o retorno que eles nos dão sobre como o tratamento mudou a sua vida. O cabelo faz parte da beleza, ele é um dos protagonistas do nosso rosto. É como se fosse uma porta de entrada para a nossa imagem. Aos poucos a especialidade vai sendo mais conhecida e vai tomando mais forma no sentido de auxiliar os pacientes que precisam disso e que já tentaram tantos outros tratamentos sem sucesso. Nós podemos oferecer uma resposta!

O desafio então é se diferenciar dos tratamentos “amadores”, que as pessoas já tentaram, e mostrar como um profissional da saúde qualificado pode ajudar com este problema?

Exatamente. O objetivo é sempre fazer com que o paciente sinta segurança no tratamento. Que ele olhe no espelho e veja resultado. Nessa evolução de perda de cabelo, de queda, corte químico e tantas outras coisas que podem acontecer com o couro cabeludo, o paciente precisa notar que há melhora. Com nossos tratamentos observamos que há resultados depois de três, quatro sessões.

Quais são os principais desafios de ser uma profissional tão jovem, com uma responsabilidade tão grande de divulgar essa especialidade, de mostrar para os pacientes a diferença entre um tratamento amador e um tratamento profissional e, além disso tudo, de ser empresária?

É conciliar tanto a vida de médica quanto a vida de empresária. A responsabilidade de ser diretora médica da nossa Clínica Sterah é muito grande. Hoje, além de estudar a medicina, de me aperfeiçoar, de fazer cursos, preciso conhecer também sobre a administração de um empreendimento. Isso exige tempo, dedicação e coragem.

Quando escolheu estudar medicina você imaginava que um dia seria empresária?  

O meu sonho sempre foi ser médica. Vi no empreendedorismo uma oportunidade de fazer as coisas que eu acho certas. Então quando sou dona do meu próprio negócio, posso tratar os pacientes da forma que eu acredito ser correta, da melhor forma possível. Sempre saio da Clínica, todos os dias, com a certeza de que fiz o melhor para cada paciente que atendi.

Como você avalia a atuação da Sterah nesse primeiro ano e qual é a perspectiva para o futuro?

Quando decidimos abrir a Clínica passamos por muitas dificuldades. Todo empreendedor passa. Nesse um ano, olhando para trás, lembro exatamente de tudo o que vivemos até aqui, desde o momento em que encontramos a sala onde funciona a clínica, as primeiras reuniões, todos os planejamentos, as inseguranças... então tudo isso acabou formando nossa história. Hoje, um ano depois, vejo o crescimento da Clínica e um potencial enorme. Nós escolhemos a Serra Gaúcha não somente por sermos daqui, mas por ser um lugar que tem um potencial de crescimento muito grande. Nosso povo se preocupa com o bem-estar, com a beleza, com a saúde. Entretanto, para nós, o objetivo é “crescer”, principalmente, em qualidade, acompanhando a quantidade.

 

Entrevista | Caroline Pierosan