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Oratória

04/07/2019

O Melhor Momento

“Somos ‘camaleônicas’ e se acreditássemos nesse poder o mundo, com certeza, seria melhor”

"Como dentista, posso afirmar que a saúde começa pela boca. Hoje em dia praticamos a Odontologia preventiva e cosmética, embora ainda tenhamos muita reabilitação" ( Foto: Gane Coloda) Cerca de 22 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. Em todas as profissões sempre pode haver saturação, porém o que preocupa mais é a qualidade, seriedade e comprometimento dos profissionais atuantes ( Foto: Gane Coloda )

A dentista Mônica Bardemaker não nasceu em berço de ouro. Com maturidade e determinação conquistou o que planejou e hoje vive seu melhor momento. A alegretense mora há 23 anos em Farroupilha e faz dos seus dias os mais felizes, atendendo seus pacientes, compartilhando momentos com seu marido e curtindo sua família. Conheça mais esta bela e determinada guria.

Quem é a Mônica Bardemaker? 

Uma mulher simples e vaidosa ao mesmo tempo. Complexo, né?! Sou muito feminina, mas também não sou fã de sapatos de salto. Adoro roupas leves e confortáveis. Sou muito determinada, me dedico ao meu trabalho, aos meus pacientes, família e amigos. Tenho muita empatia pelo próximo, acredito que até pela minha história de vida e pelo meu signo, sou uma descrita canceriana.

Qual é a tua característica principal?

Com certeza, perfeccionismo. Faço tudo com o maior cuidado e carinho possível dando sempre o meu melhor. Me entrego de corpo e alma.

Dos cursos que fizestes, qual consideras o mais importante? 

Me identifico muito com a Dentística, ou Odontologia Estética, ramo da cosmética e restauração dental. Gosto de ressaltar minha formação. Durante a minha jornada de aprendizado tive o privilégio de ser orientada por grandes mestres como Rogério Elsemann (Coordenador do curso de Odontologia da FSG), Marcos Fadanelli (Professor da Dentística da FSG), Edson Araújo, Fernando Mello, Tiago Spezia e Lucas Pizzolotto (Zenith - SC, Professores da Pós-graduação em Dentística). Adoro também a parte de harmonização orofacial. Acredito que completa o processo de reabilitação interna e externa, mexe muito na questão psicossocial, fazendo com que o paciente retome sua autoestima e a autoconfiança. Neste caso, me aperfeiçoei ainda mais nessa área em Belo Horizonte com a técnica de Fullface, juntamente ao grupo de professores do Transformando Faces, com destaque para o Igor Costa Alves, que é referência nacional na área.

Como um cirurgião-dentista pode atuar como um bom gestor do próprio consultório?

Eu senti falta de ter tido uma disciplina específica sobre gestão administrativa e financeira de consultório. Acredito que represento a maioria dos colegas de profissão. Atualmente existem consultores/administradores que são especialistas nessa dinâmica de atuação junto aos consultórios e nos auxiliam nas rotinas administrativas. Já diz o meu marido, que é administrador: precisamos ver o consultório como uma empresa”. Tenho muita sorte de ter ele, em todos os sentidos.

Existem cirurgiões-dentistas demais ou pacientes de menos no Brasil?

No Brasil temos mais de 300 mil dentistas com registro ativos no CFO, perdemos só para os EUA e a China. Num cálculo grosseiro, fazendo uma média da população total brasileira que está em torno de 208 milhões, teríamos uma média de mais de 600 pacientes por profissional. A questão não é a quantidade e, sim, o acesso. Cerca de 22 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. Em todas as profissões sempre pode haver saturação, porém o que preocupa mais é a qualidade, seriedade e comprometimento dos profissionais atuantes na área. É grande a necessidade de orientação. Talvez por meio de políticas públicas, ou de campanhas voltadas para a saúde bucal. Hoje, possuímos diversos mecanismos para abranger toda a população, então cabe a união e o comprometimento de todos para que consigamos mudar esta realidade. Aliadas a tecnologia (e redes sociais) pequenas ações comunitárias (em escolas e trabalho, por exemplo) já contribuem para que adotemos, cada vez mais, mudanças de hábitos.

Por quais transformações o mercado odontológico passou ao longo dos anos?

Como dentista, posso afirmar que a saúde começa pela boca. Hoje em dia praticamos a Odontologia preventiva e cosmética, embora ainda tenhamos muita reabilitação. Trabalhamos fortemente com a prevenção e com a conscientização sobre a extrema importância da higiene bucal. Estudos afirmam que a cárie ainda é a segunda doença mais comum, ficando apenas atrás do resfriado. Bactérias encontradas no tártaro dental são causadores de doenças como Endocardite bacteriana e, ainda, em pesquisas recentes, foram indicadas como um dos principais causadores do Alzheimer entre outras doenças. A Odontologia evoluiu juntamente com a tecnologia dos materiais e sistemas que favoreceram a rotina diária do dentista.

Qual o segredo para não deixar todos os rostos parecidos com a harmonização facial? 

Não tem segredo. Levando em consideração que cada paciente tem sua feição, sua característica física e busca um resultado específico. Explico para meus pacientes por meio de exemplos o que ficaria bom para cada caso. Cada procedimento tem uma indicação. Nesta questão, cabe o bom senso de ambas as partes.

Qual a diferença da Mônica de 15 anos atrás em relação a de agora? 

Há 15 anos eu era uma menina, uma adolescente com muita maturidade para a idade, já trabalhava e morava junto com a minha irmã, Patrícia, que é apenas um ano mais velha que eu. Hoje estou com 31 anos e o peso e a altura ainda são os mesmos. O rosto mudou um pouquinho, mas a experiência, o conhecimento, a maturidade e a beleza aumentaram. Graças àquela menina que foi persistente pelos seus ideais.

Qual foi a maior dificuldade da tua vida? 

Como venho de uma família desestruturada e muito humilde, minha maior dificuldade foi financeira. Eu sempre soube o que queria, mas não pude fazer faculdade logo após o ensino médio. Tive que trabalhar muito antes disso. Acredito que nada é por acaso, que todas as fases da vida me construíram como sou hoje, me geraram bons valores e me fortaleceram como pessoa.

Como te vês atualmente? 

Vejo que a jornada não foi fácil, mas até agora valeu muito a pena. Vivo meu melhor instante. Tenho uma pessoa maravilhosa, que está ao meu lado em todos os momentos. Tenho a minha profissão e amo muito o que faço. 

Achas que o mundo que queremos está nas mãos das mulheres? Por quê? 

Acho que sim, mas a maioria de nós desconhece esta alçada. A mulher tem uma intuição nata, uma destreza e um detalhismo maior. Somos “camaleônicas” e se acreditássemos nesse poder o mundo, com certeza, seria melhor.

Um sonho?

Eu vivo o meu sonho, mas deixo um recado, nunca foi sorte! Como disse Paulo Coelho: “O mundo está nas mãos daqueles que têm a coragem de sonhar e correr o risco de viver seus sonhos”. O que almejo é ver todas as pessoas que amo bem encaminhadas, daqui um tempo formar minha própria família, viajar e viver um dia de cada vez, sem atropelos.

Como cuidas da tua saúde?

Não sou muito restrita com a alimentação, gosto de comida simples, arroz, feijão… mas sou louca por doce. Então vale lembrar que pode sim comer, porém, moderadamente, e após realizar uma higiene bucal maravilhosa. Passar fio dental e escovar muito bem os dentes  é uma dupla crucial para limpar 100% a superfície dentária. Viu como fujo do assunto, não consigo falar só de mim, meu lado dentista é forte demais (risos). Faço exercício físico, exames periódicos, cuido da minha pele, protejo-a muito bem com protetor solar e após aquela “make” básica. Além desta parte física, cuido da minha higidez psíquica com terapia e acredito que a humanidade carece dar uma atenção maior para si nesta parte.

 

Entrevista | Marina Grandi - Edição | Caroline Pierosan