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Oratória

09/07/2019

O Poder Do Afeto

Sentir-se amado é muito mais importante do que imaginamos

"Cuidar da saúde mental pode ser a chave para ser feliz nos relacionamentos, no trabalho e em todas as esferas da vida" (Foto: Tânia Losekan )

A psicóloga Marília Freitas é natural de Porto Alegre e mora em Farroupilha desde 2017. Atua com psicoterapia, avaliação psicológica e orientação parental. Além disso, é especialista em psicologia escolar, outro enfoque importante da sua atuação. A seguir, ela fala sobre como o afeto contribui para o desenvolvimento da pessoa como indivíduo, principalmente na fase infantil. Conheça melhor esta incrível profissional!

Qual é a forma mais saudável de aprendizagem?

A forma mais saudável é aquela coerente com o nível de desenvolvimento global da criança, que respeita o ritmo de maturação individual sem deixar de instigar a curiosidade pelas novas descobertas. Pular etapas não é bom, o que significa dizer que criança precisa de tempo e espaço para aquilo que corresponde a esta etapa da vida.

Qual é o maior desafio quando o assunto é psicologia escolar?

Nosso grande desafio é buscar contribuir para a inclusão de todas as crianças no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Isso nos leva a entender a Psicologia Escolar como uma área comprometida na promoção do desenvolvimento global, trazendo para a educação o ensinamento de competências socioemocionais que preparem as crianças para a vida.

Achas que a nossa sociedade valoriza a família como fonte fundamental para o desenvolvimento infantil?

Esta questão envolve desde políticas públicas que elevem a condição das famílias a este patamar permitindo que elas cumpram seu papel até ações diárias que todos nós podemos ter dentro de nossas casas. A família precisa estar presente para favorecer o desenvolvimento de seus filhos. Neste aspecto, como sociedade, ainda caminhamos a passos lentos, mas percebo que as pessoas estão mais disponíveis para questionar e rever a qualidade do tempo que dedicam aos seus filhos. Falta sairmos da teoria para a prática.

Sabemos que existem vários fatores internos e externos que influenciam o desempenho das famílias para que a criança possa se desenvolver plenamente. Ao teu ver, quais fatores são os mais determinantes para fortalecê-lo? E quais fatores acabam por prejudicar esse desenvolvimento?

Sentir-se amado é um fator determinante. Sem dúvida é a certeza do amor dos pais que faz com que a criança tenha autoconfiança, vença o medo de errar e se sinta forte e segura para crescer. Limites e regras são importantes e podem ser dados com afeto. Tem uma frase que diz assim: “Quando seus pais quiserem lhe ensinar algo, aprenda. Pois a vida não ensinará com tanto amor.” Desconheço a autoria, mas eu concordo, e penso que muitos pais ainda não tem consciência do poder do afeto na hora de inserir limites da educação dos filhos. Justamente no extremo oposto reside o principal fator prejudicial ao desenvolvimento que é a violência, tanto física quanto verbal. Palmada e voz alta não ensinam nada além de medo e insegurança. É inaceitável que com toda a evolução da ciência e todo acesso à informação que temos nos dias de hoje ainda ouvirmos coisas do tipo: eu apanhei e sobrevivi, eu bato, mas dói mais em mim do que nele... Pesquisas consistentes dos lugares mais diversos do mundo já comprovaram que o comportamento da criança que leva palmada só piora em vez de melhorar. Nas nossas casas não será diferente.

Uma lição que tiveste na vida?

Cuidar da minha saúde mental é a chave para ser feliz nos meus relacionamentos, no meu trabalho e em todas as esferas da minha vida. “Faça terapia, funciona” se tornou o slogan da minha marca por acreditar que a psicoterapia é uma grande ferramenta de autocuidado e autoconhecimento.

 

Entrevista | Marina Grandi - Edção | Caroline Pierosan - Foto | Tânia Losekan