Menu

Oratória

02/04/2020

Um Grande Propósito

“Trabalhar com diagnósticos seguros aos pacientes e viabilizar uma nova forma de comunicação entre o especialista e o patologista sempre foi no que acreditamos”

"Felicidade é um estado de espírito mutável e depende muito do momento de vida que estamos vivendo. Acredito mais na palavra &quotequilíbrio" de vida" (Gabriela Fredo)

Gabriela Fredo é veterinária e atua na linha-de-frente do primeiro laboratório da Serra Gaúcha focado exclusivamente na área de patologia animal. Entende que na empresa existe uma equipe que depende da sua motivação, imparcialidade e foco. Seu objetivo é fornecer diagnósticos seguros aos pacientes e viabilizar uma nova forma de comunicação entre o especialista e o patologista além de consolidar o nome de sua clínica em todo estado e Brasil.

 

Como foi teu envolvimento com a patologia?

Iniciei na área de patologia animal ainda durante o quarto semestre da faculdade. Sempre fui interessada por investigar o porquê das coisas e é exatamente isso que me chama atenção na patologia, o estudo do porquê aquela doença aconteceu. É como ir montando um quebra-cabeça. E isso faz parte da minha personalidade, eu gosto da investigação, de estudar cada caso e correlacionar a o resultado clínico do paciente com o que as células estão me falando pelo microscópio. Lembro que já durante o início da faculdade me encantei pela área, por estudar onde tudo se encaixava, por analisar o que era anatômico e normal em todas as espécies. Seguir para a patologia foi só um pulo. É uma área que me fascina muito. Gosto de estar em contato com meus colegas clínicos e especialistas discutindo os diagnósticos e prognósticos dos pacientes. Além disso, a parte da pesquisa era o que, durante toda faculdade e, após ela, eu amava, então por isso segui a área dando continuidade aos estudos durante a residência e mestrado. Há quase três anos eu voltei de Porto Alegre para a Serra Gaúcha, com planos iniciais típicos do início da vida de docente. Porém, a possibilidade de empreender e de estar em contato com o diagnóstico final sempre me chamou a atenção, até porque eu acredito que eu tenha espírito de “ir à luta”, então nunca esperei as coisas caírem no meu colo. E foi assim que, em 2017, conjuntamente com o Grupo Diagnose iniciamos as atividades do Diagnose Vet, o primeiro laboratório da Serra Gaúcha focado exclusivamente na área de patologia animal.

Poucas pessoas sabem como a saúde animal influencia a saúde humana. Na tua visão, qual é a importância do médico veterinário para a humanidade?

Existe ainda uma mistificação de que médico veterinário trata apenas dos animais, mas nosso papel com a saúde humana vai muito além. Poucas pessoas sabem que todo produto de origem animal passa pela inspeção de um médico veterinário. Além de diversas áreas, como, na área da saúde, o médico veterinário pode atuar em muitos setores do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Nas áreas de vigilância em saúde, pode compor as equipes das vigilâncias, áreas de atuação do médico veterinário na Saúde Pública, na atuação no controle e vigilância contra zoonoses (doenças de ocorrência nos animais e homem). Pode também atuar na área da assistência à saúde, compondo as equipes dos núcleos de apoio à saúde da família (NASF). Na agricultura, pode atuar em diversos setores do Ministério da Agricultura e Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura nas atividades de defesa sanitária animal e de inspeção de produtos de origem animal. Na área de meio ambiente, o médico veterinário trabalha principalmente na gestão e no manejo de faunas, urbanas e silvestres, atuando na interrelação entre os animais e o ambiente.

Qual livro não pode faltar na tua biblioteca particular?

Eu passei um tempo em leituras técnicas, as quais adoro, então hoje não passo um dia no laboratório sem ler pelo menos dois a três artigos científicos vinculados a doenças que venham a diagnosticar na rotina ou a novas formas de diagnósticos. E atualmente na minha cabeceira tem livros na área de patologia animal, e livros de leitura espírita. Não sou de me prender muito a leituras do momento, acho que leio conforme meu momento de vida.

Quem é tua referência feminina e por quê?

Minha mãe. Acho que com o amadurecimento eu passei a parar de admirar pessoas que nem era do meu convívio e passei a dar valor às mulheres que deram a vida por mim. E nada mais forte que saber reconhecer que minha mãe hoje é meu estímulo de vida. Por mais que sim, tenhamos brigas e personalidades diferentes, hoje existe respeito por toda educação e todo o sacrifício que ela teve em sua vida. Então me espelho muito nela, principalmente no âmbito profissional.

Algo te mobiliza na luta pela igualdade de gênero e qual é o teu desejo para o alcance da equidade?

Não sou extremista. Mas acredito que as mulheres estão cada vez mais ocupando lugar e cargos no mercado e empreendendo cada vez mais e isso é uma vitória a ser comemorada. Mas não gosto de utilizar termos extremistas como “feminista”, “machista”. Acho que ainda nossa sociedade tem a crescer e valorizar que somos todos seres humanos com liberdade de escolha e de crescimento.

Defina felicidade...

Eu não acredito na ideia de felicidade. Acredito que não existe fórmula perfeita, e sou adepta da opinião que a “felicidade” é um estado de espírito mutável e depende muito do momento de vida em que estamos vivendo. Acredito mais na palavra “equilíbrio” de vida do que felicidade. Somos seres humanos com fraquezas, tristezas e alegrias, então não existe uma fórmula para sorrir o tempo todo. Penso que o equilíbrio de vida é saber que vão existir perrengues, momentos de luta, alegria, mas que nada irá durar para sempre, nem a alegria e nem as tristezas, tudo passa. Claro que todo esse conceito aplicado à prática é difícil e é algo que eu venho trabalhando e acreditando cada dia mais. Acho que o equilíbrio é, a cada dia, nos superarmos pessoalmente e profissionalmente. É pensar que hoje eu quero ser alguém melhor que ontem e totalmente diferente do que eu pensava há 3, 5, 10 anos atrás. É acreditar que a forma do equilíbrio de vida vem sempre com nosso amadurecimento. E quando tiver momentos difíceis saber que há muitos males que vem para o bem, por mais que na hora não consigamos decifrar, tudo vem para um bem maior e para nossa transformação. Hoje o equilíbrio na minha vida está voltado aos meus cuidados com meu âmbito mental, físico e espiritual.

Quais são os teus planos pessoais e profissionais a curto, médio e longo prazo?

Quando se é empreendedora acredito que os planos pessoais e profissionais sempre e de alguma forma vão interferir um no outro. Hoje o laboratório depende muito do meu trabalho e do que eu quero para a empresa. Então não tem como estes planos não serem influenciados pela maneira como eu levo o meu lado pessoal. E sem sombra de dúvidas este é o ponto crucial e mais difícil para quem está à frente de uma empresa. É saber que aqueles dias ruins podem vir a influenciar no seu negócio, e, além disso, é deixá-los da porta para fora, pois dentro da empresa existe uma equipe que depende da tua motivação, imparcialidade e foco. Sempre quando se fala em planos, penso que os mesmos devem estar alinhados com o que a empresa tem em sua essência e na forma de trabalhar que eu acredito. Então, trabalhar com diagnósticos seguros aos pacientes e viabilizar uma nova forma de comunicação entre o especialista e o patologista sempre foi no que acreditamos. Sempre trabalharemos vinculados a este propósito. Temos planos para o futuro da empresa que são consolidar nossa marca em todo estado e Brasil, seguindo o modelo das unidades do Grupo Diagnose. Meus planos pessoais, no momento, estão vinculados ao crescimento do laboratório e em focar em mais aperfeiçoamento técnico/científico. Pretendo sempre seguir planos baseados no que eu acredito que vai trazer um equilíbrio para minha vida. Às vezes é difícil, mas é o que busco, sempre.

 

ENTREVISTA I MARINA GRANDI
EDIÇÃO I CAROLINE PIEROSAN