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Pelo Mundo

22/06/2020

Canadá

“A região é tão linda que em determinados momentos tem-se a sensação de estarmos numa pintura do próprio Criador”

"A qualidade de vida é uma das melhores do mundo e os serviços essenciais, como saúde e educação, funcionam muito bem"  Niagara Falls Esmerald Lake  Banff_  The Butchart Gardens Louise Lake  Peyto Lake  Moraine Lake  Pintura Quebec Horta Comunitária CN Tower, Toronto

Conhecer o Canadá (segundo país do mundo em extensão) era um sonho antigo, e valeu muito a pena! Acompanhado de minha esposa visitei quatro das dez províncias: Ontario e Quebec (no Leste) e Alberta e British Columbia (no Oeste). O país é multicultural e muito acolhedor em termos de imigração legal, com dois idiomas oficiais: Inglês e Francês. Nossa chegada foi pela cidade de Toronto, a maior do país em número de habitantes. Ali, além de visitar os principais pontos turísticos, destaco a subida na CN Tower (cartão postal da cidade). Caminhar sobre uma base de vidros transparentes a 342m de altura não foi fácil! Na fronteira com os EUA, visitamos Niágara Falls, uma das maravilhas naturais do mundo, com uma das quedas do lado americano e a maior do lado canadense. Subimos num edifício próximo que tem um restaurante giratório no topo, onde pude bater ótimas fotos das cataratas, num dia limpo e ensolarado. Perto dali, fizemos um passeio de barco chamado “Mil Ilhas” pelo rio São Lourenço. Existem quase duas mil ilhas no arquipélago que impressiona pela natureza exuberante e pelas belas construções, antigas e modernas, em muitas das ilhas.

Seguimos para Ottawa, onde caminhamos bastante pelas ruas e praças pois a cidade é muito arborizada, florida e aconchegante, nem dá a impressão de estarmos em uma capital. Na colina do parlamento tem-se uma vista magnífica da cidade que fica às margens do rio Ottawa. Passamos pelo canal Rideau, ao lado de um belo parque, que fica repleto de patinadores no inverno, e de barcos no verão. No caminho para Quebec, paramos numa fazenda, onde pudemos ver como é feita a extração do mel da planta de Maple. Esse mel é muito consumido no Canadá e exportado para muitos países. A folha que está na bandeira canadense, faz alusão às folhas da planta de Maple.

Como estávamos no verão local, pudemos acompanhar o festival de música de Quebec, com shows gratuitos diários, ao ar livre, e em vários pontos da cidade. A horta comunitária, em frente ao parlamento de Quebec chamou minha atenção pela qualidade, diversidade e tamanho - foi muito bom poder caminhar entre os canteiros. Ali, qualquer pessoa pode colher o que deseja e levar para casa; há temperos, verduras, legumes... A cultura das hortas comunitárias é comum no país. É muito agradável caminhar pelas ruas, praças e parques de Quebec, onde há muito verde, flores e bela arquitetura, principalmente francesa.

Seguimos viagem para Montreal onde, além de conhecermos os principais pontos turísticos, passamos várias horas visitando o Complexo Olímpico e Biodôme. Do alto da torre inclinada, tem-se uma vista incrível dos arredores. O Biodôme mostra quatro biomas diferentes das Américas. Neste complexo, nas Olimpíadas de 1976 a ginasta romena Nadia Comaneci, então com 14 anos, ganhou 5 medalhas (sendo 3 de ouro). Em Montreal, que é a cidade onde surgiu o Cirque Du Soleil, tivemos o privilégio de assistir um belo espetáculo do grupo. Foi encantador! Caminhamos pela “cidade subterrânea” (conjunto de galerias construídas para interligar hotéis, shoppings, bancos, museus e cinemas, com o intuito de abrigar as pessoas do frio e da neve durante o rigoroso inverno local). Existem mais de 32 km destes túneis, galerias e corredores em Montreal.

Voamos para Calgary, com o objetivo de iniciarmos o passeio pelas montanhas rochosas. Ali contemplamos mais um show da natureza diante das montanhas, rios, cachoeiras, trilhas, geleiras e lagos, cujas águas são de tons azul turquesa e verde esmeralda. Em Banff, vimos um arco-íris, com as suas cores intensas, “tocando” o topo de uma gigantesca montanha rochosa branca. No caminho entre Banff e Jasper, vimos, da estrada, uma ursa com seu filhote. No Jasper National Park, subimos no skywalk e fomos novamente desafiados a caminhar sobre uma plataforma de vidro tendo abaixo um considerável penhasco. A região é tão linda que em determinados momentos tem-se a sensação de estarmos numa pintura do próprio Criador.

Em Jasper, embarcamos num trem para uma viajem de 18h até Vancouver. O trem, de forma intercalada, tem vagões panorâmicos cujas laterais e teto envidraçados permitem observar a exuberante natureza. Vancouver é uma cidade banhada pelo oceano pacífico, muito bonita e agradável, com muito verde e belos parques, considerada uma das melhores cidades do mundo para se morar. Sugiro reservar um dia para conhecer o Stanley Park.  Numa bela noite, na companhia de uma família brasileira que morava lá, fomos à beira do mar assistir a um espetáculo de fogos de artifício patrocinado pela Austrália. Numa tarde, fomos para Abostford (fronteira com EUA) visitar um casal de amigos, que viveram muitos anos em Caxias do Sul. Recomendo ir até Victória (localizada na ilha de Vancluver) que é a capital da província de British Columbia. Perto dali, e para quem gosta de flores (assim como eu) vale caminhar algumas horas no The Buthcart Gardens, considerado um dos jardins mais bonitos do mundo. O passeio é imperdível.

Apesar de ser imenso e um país relativamente novo, o Canadá é interligado por trem, de costa a costa (Vancouver-Montreal) desde 1885 e, atualmente, há mais de uma companhia operando nesta rota. A qualidade de vida é uma das melhores do mundo os serviços essenciais como saúde e educação funcionam muito bem. Quanto a segurança, esta preocupação está fora de questão para o turista. Caminhamos muito em muitas cidades, tanto de dia como a noite e não lembro de ter visto muros, cercas elétricas ou câmeras nas casas, a não ser nas cidades das montanhas rochosas, onde avistamos pequenas cercas de proteção contra animais, como ursos por exemplo.

Saímos do país com uma impressão muito boa em termos gerais, inclusive da gestão pública. Penso que não importa se os governos são de esquerda, centro ou direita, mas sim, se são honestos, competentes e empenhados em fazer o melhor para a população, em especial para os que mais precisam. Afinal, os governantes deveriam ter a consciência (e o comportamento) de que são empregados de quem paga os impostos, ou seja, do povo.

 

Ademir Pierosan