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Pelo Mundo

22/07/2019

Cores, Cantos e Sabores do Pampa

Incontáveis espécies de pássaros, árvores e flores, exóticos aromas e delicados sabores, temperam a encantadora experiência de momentos de repouso e inspiração proporcionados pelo Parador Casa da Montanha

Cambará do Sul (RS) pode remeter à rústica e tradicional referência da vida no pampa, mas é a beleza dos aspectos mais delicados da natureza que marcam as impressões de quem fica no Parador Casa da Montanha Os intensos e espetaculares dourados, vermelhos e roxos do pôr-do-sol são apenas prelúdio, um instigante anúncio de que um dia (o amanhã) pode sempre ser melhor do que este agradável hoje, que finda Com o passar da horas, quando abre-se verdadeiramente o dia, o azul profundo dos céus do Sul e o amarelo solar radiante contrastam entre si, com todo o esplendor, convidando pássaros a seus balés pelos ares A trilha sonora de inúmeras espécies de pássaros, que cantam noite e dia, preenche todos os jardins do Parador. As raras aves passeiam diante de nossos olhos decorando o céu, árvores e grama com suas inusitadas penas multicor

Cambará do Sul (RS) pode remeter à rústica e tradicional referência da vida no pampa, mas é a beleza dos aspectos mais delicados da natureza que marcam as impressões de quem fica no Parador Casa da Montanha. Construído para ser um lindo refúgio logo antes do Cânion Itaimbezinho, o Parador proporciona a experiência de um acampamento com todo o conforto. As 19 barracas térmicas do ecovillage ficam numa fazenda próxima do Parque Nacional dos Aparados da Serra. As instalações, únicas no Brasil, são inspiradas nos famosos lodges africanos. Para quem fica, está preparada a imersão na fauna e flora local, além de uma jornada de sensações e experiências inesquecíveis com os sabores da deliciosa culinária tipicamente regional.

Cores

A paleta é infinita. O branco da neblina do início das manhãs carrega de mágica a atmosfera do Parador. Encobrindo barracas e paisagem, a névoa proporciona uma sensação de misticismo e solitude. Nos dias mais frios, o branco também estará no chão, na geada que cristaliza sobre grama e passarelas de madeira. Com o passar da horas, quando abre-se verdadeiramente o dia, o azul profundo dos céus do Sul e o amarelo solar radiante contrastam entre si, com todo o esplendor, convidando pássaros a seus balés pelos ares.

Entre as colinas há um vento que penteia os cabelos das árvores, as cinza barbas de pau históricas que enfeitam o bosque logo ali abaixo das cabanas, por onde se pode passear para escutar mais de perto o burburinho das águas do Rio Camarinhas, que correm em frente à pousada. Quem olhar bem encontrará algum rosa de orquídea, destacando-se em meio aos verdes de tantas e diversas folhas. Dentre eles, o mais bonito, o escuro daquele grupo de araucárias, situado um pouco acima, mas ainda no terreno do Parador.  Subindo o morro da colina à frente, e indo um pouco mais além, chega-se ali, sob as suntuosas e, quem sabe, centenárias senhoras araucárias. No chão, marrom e laranja, grinfas estalam ao pisar de nossas botas, transmitindo toda a paz que só a sinfonia do campo tem para oferecer. Cinza e amarelo queimado de pedra circundam a casa de banho, protegida pela rústica e linda taipa, onde a água quente leva ao silêncio, relaxamento e reflexão. Soltam-se os músculos, os nervos, e os pensamentos. Talvez ali, contemplando os jardins, imersos em calor, nasçam até alguns sonhos. Os intensos e espetaculares dourados, vermelhos e roxos do pôr-do-sol são apenas prelúdio, um instigante anúncio de que um dia (o amanhã) pode sempre ser melhor do que este agradável hoje, que finda.

Cantos

A trilha sonora de inúmeras espécies de pássaros, que cantam noite e dia, preenche todos os jardins do Parador. As raras aves passeiam diante de nossos olhos decorando o céu, árvores e grama com suas inusitadas penas multicor. Até parece que o ar fica mais bonito com essas pequenas e sonoras presenças. Nem sempre o dia é aberto e, quando chove, será a orquestra das gotas sobre o teto das cabanas de lona que embalará o repouso de um sono profundo, de quem busca aquele refúgio para dormir de verdade. De noite, é o tilintar do fogo que pontua as conversas felizes dos que descansam nos sofás de couro ao pé da imensa lareira da sala de estar. Quem preferir enfrentar as baixas temperaturas do deque em busca das estrelas de Cambará, também ouvirá os estampidos da madeira que queima, no fogo de chão preparado do lado de fora. Fogo tem também no restaurante, logo de manhã, e de noite, onde as refeições ficam mais saborosas, desfrutadas perto do aconchegante calor das lareiras de pedra.

Sabores

Logo cedo um dia cheio de expectativas começa com excelência, diante do farto café da manhã. Frutas, grãos, iogurtes e geleias, os mais diversos tipos de pães e bolos, além do café, aquecido no fogão à lenha são pura motivação para um dia inteiro de satisfação. Omeletes especialmente preparadas com as peculiaridades de quem quiser (com bacon, vegetais, queijo...). Momentos de delícia, desfrutados diante das janelas de vidro que emolduram a paisagem campeira de gramados, árvores e pássaros. Almoços e jantares especiais de receitas preparadas com os frutos da região, marcam o meio e o findar do dia. O meio da tarde é marcado pelo aroma de canela do chá de maçã, deliciosamente servido ao contorno de panquecas salpicadas com açúcar de confeiteiro onde podem derreter manteiga ou doce de leite. Todos os sentidos apurados, há muito para perceber. Momentos doces, como um fim de tarde, inspiram quem fica ali, sobre como a vida deveria - e realmente pode - ser, todos os dias.

Caroline Pierosan