Pelo Mundo

Toda viagem tem suas peculiaridades, mas quem decide ir a Las Vegas, EUA, precisa estar disposto a viver uma experiência realmente única. Mesmo que você já tenha viajado por todos os principais pontos dos Estados Unidos, como era o meu caso, Las Vegas vai te provar ser diferente de tudo. Surpreendente. Impressionante. Inesquecível. Há quem considere a cidade brega e, de fato, ela é. Mas é como se o brega e o exagero fossem necessários para Las Vegas. E você precisa chegar lá sabendo disso. Las Vegas não é um lugar para férias tranquilas, para descansar a mente ou os olhos e, muito provavelmente, não seja o destino ideal para férias em família. Para qualquer lado que você olhar, vai ter luz, cor, brilho, barulho, mulheres e homens seminus. Tudo é demais, exagerado. Por isso a recomendação é, no máximo, cinco dias na cidade para viver a experiência completa, sem chegar a ficar cansado dela.

Pode parecer muito bobo, mas o principal passeio na cidade consiste em ficar entrando e saindo dos luxuosos hotéis (você se hospeda em um, mas pode visitar todos eles). Em cada hotel, um cenário completamente diferente. No mais famoso deles, o Bellagio, gigantescas fontes d’água ao ar livre, que dançam a cada meia hora conforme a música (de novo, brega, mas muito atrativo aos turistas, especialmente durante a trilha sonora de Titanic, que mesmo após 20 anos, continua sendo um hit). Em seu interior, o famoso Jardim do Bellagio, com cenário teatral (e, provavelmente, o cenário mais colorido que você vai presenciar em sua vida): estátuas de elefantes que se movem, outros animais, flores, cascatas. No Caesars Palace, o famoso hotel de “Se Beber, Não Case”, visuais de tirar o fôlego: tudo inspirado em Roma rodeando lojas de luxo das mais famosas marcas. No Mirage, fãs dos animais (meu caso) se realizam: é possível jogar bola com golfinhos nas piscinas do hotel e ver de perto os tigres de Siegfried & Roy.

Andando pela famosa Strip (nome da rua principal, onde é possível beber, diferente das outras cidades americanas), encante-se com a vista de Torre Eiffel (sim, há uma Torre Eiffel), Estátua da Liberdade, canais de Veneza, pirâmide do Egito. Dentro dos cassinos, sempre lotados de americanos e cigarros (é permitido fumar nos hotéis), as maquininhas caça-níquel funcionam dia e noite. Aliás, o interior dos cassinos é planejado para que você não saiba justamente se é dia ou noite, e, com isso, fique perdido na quantidade de horas que passa apostando. Mas é possível aproveitar Vegas sem jogar (só observar os americanos jogando já é uma diversão). Caso queira se arriscar nas máquinas, não é preciso grande investimento: moedas de $1 centavo já te garantem um jogo.

Só em Las Vegas você consegue ver tudo isso (e muito, muito mais — quem já foi sabe!), além de algumas outras experiências exóticas, como andar de limusine por menos de $10 (ou de graça, caso esteja indo para um stripclub) e casar em menos de 15 minutos. A cidade realiza tantas cerimônias por dia em suas capelinhas que é conhecida por ser uma “fábrica de casamentos”. No meio dessa loucura toda, no que deve ter sido a semana mais intensa da minha vida até agora, eu casei na capela do Elvis Presley (em menos de 15 minutos), carregando um buquê saído de uma pequena geladeira lotada de outros buquês que esperavam as próximas muitas noivas daquele sábado.

Se eu recomendo uma viagem a Las Vegas? Totalmente. Vá, mas vá sem preguiça, sem preconceito (e sem filhos) e abrace tudo o que a “Disney para adultos” tem a te oferecer.