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Pelo Mundo

29/10/2019

Rússia

História, Cultura, Arquitetura  

Catedral São Basílio, Moscou Jardins Palácio de Verão, São Petersburgo Universidade Estatal de Moscou Visitamos o mausoléu onde está exposto, numa tumba de vidro, o corpo do fundador da URSS, Lenin. Chocante! (Praça Vermelha - Moscou) Museu Hermitage, São Petersburgo Catedral Ortodoxa Sangue Derramado, São Petersburgo Catedral São Isaac,  São Petersburgo As estações de metrô de Moscou são consideradas as mais bonitas do mundo, algumas galerias podem ser confundidas com o salão de festas de um palácio Catedral São Basílio, Moscou Viajar é a melhor forma de aprender e vivenciar a história

Ao lado de minha esposa e de um pequeno grupo de brasileiros, tive a oportunidade de visitar a Rússia, maior país do mundo em extensão. Embarcando em um trem de alta velocidade, partimos de Helsinki, capital da Finlândia, para essa espetacular viagem.

São Petersburgo

Segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo é uma cidade portuária banhada pelo mar Báltico, muito bonita e agradável. Continua sendo o centro cultural do país. Lá, nos hospedamos no hotel Astória, preservado pelos nazistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial. O motivo da preservação é que o local foi escolhido por Hitler para comemoração da pretensa vitória alemã sobre os russos. Planos que foram frustrados, pois sabemos que a Alemanha foi derrotada. O café da manhã do hotel foi impressionantemente farto, mas o que mais chamou minha atenção foram os sete diferentes tipos de mel disponíveis para hóspedes. Ao lado do Astória, visitamos a Catedral Ortodoxa São Isaac, com capacidade para 14 mil pessoas.  É a maior catedral de São Petersburgo e também foi preservada pelos nazistas para não correr o risco de afetar o Hotel Astória. Hoje, a São Isaac é um museu. Falando em museu, visitamos o Hermitage, um dos mais famosos e importantes do mundo pela quantidade e importância das obras de arte e imponência de suas salas. Está localizado no palácio de inverno, moradia oficial dos czares Russos. Afastado da cidade, está o palácio de verão, onde também funciona um museu. O que mais impressiona nesse palácio são os enormes e lindos jardins, com grande quantidade de diferentes fontes de água, tudo isso, na beira do mar Báltico.

Moscou: A Capital

Partimos de São Petersburgo para mais 6 horas de viagem, novamente num trem de alta velocidade, rumo a Moscou. O Centro Histórico de Moscou tem arquitetura singular e muita arte. O formato e as cores das coberturas das igrejas ortodoxas russas impressionam. A catedral de São Basílio está na famosa praça vermelha e é Patrimônio Mundial pela Unesco. O projeto do edifício é em formato de chama subindo ao céu — para outros, suas cúpulas lembram cebolas. O fato é que sua visão surpreende pela originalidade, complexibilidade, beleza e arte.Também na Praça Vermelha, visitamos o mausoléu onde está exposto, numa tumba de vidro, o corpo do fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Vladimir Lenin. Confesso que achei um pouco chocante!

Conhecer as estações de metrô da cidade foi uma visita inusitada. Elas são consideradas as mais bonitas do mundo, algumas galerias podem ser confundidas com o salão de festas de um palácio. Muito mármore, lustres de cristal e obras de arte que costumamos ver em museus, lá estão. A explicação é que essas estações faziam parte das grandes obras com o propósito de fazer propaganda para o governo comunista.  Mesmo que você não precise usar o metrô, é um passeio imperdível em Moscou.  Continuando, passamos em frente ao edifício da Universidade Estatal de Moscou. Um prédio que também impressiona pelo tamanho e arquitetura, tendo nos arredores jardins encantadores. Infelizmente fomos desestimulados pela guia local, e acabamos por não assistir a uma peça do Bolshoi, do que nos arrependemos posteriormente. O fato serviu como alerta para não perdermos espetáculos representativos da cultura local nas futuras viagens que fizemos, pois são oportunidades únicas!

Por fim, nos chamou a atenção a seriedade e a introspecção do povo russo. Mesmo nos atendimentos em lugares considerados turísticos, foi difícil ver as pessoas sorrirem. Todos foram educados, porém extremamente sérios. Conversando com nossa guia, para tentar entender essa característica cultural, uma das explicações que recebi é que seria ainda efeito do medo que a ditadura provocou no povo. Como nos conta a História, essa ditadura iniciou em 1917, com a Revolução Socialista, e entrou em colapso no final dos anos 80 e início dos 90. Durante esse tempo, além do medo, cerceamento a todo tipo de liberdade, trabalhos forçados até a exaustão, fala-se em 20 milhões de assassinatos de opositores e minorias, como cristãos não ortodoxos, por exemplo. Também foi um tempo de muita fome e carestia, e, por consequência, doenças fatais. Isso nos leva a refletir sobre que tipo de governos queremos eleger em nosso país e o quanto viajar, para além de um lazer e de experiências estéticas, também é a melhor forma de aprender e vivenciar a história.

Texto e Fotos | Ademir Pierosan - Viagem Julho/2013