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Pelo Mundo

08/04/2018

The Big 5: Os Gigantes da África do Sul

As maravilhas do país que abriga os cinco animais mais perigosos da selva africana: elefante, rinoceronte, leopardo, leão e búfalo

Table Mountain - vista Casa do Nelson Mandela Cape Point Kruger National Park Kruger National Park Búfalos Girafas Colônia dos Pinguins Zebras Kruger National Park Elefantes

Sou um grande apaixonado por viagens. Amo conhecer lugares novos, comidas típicas, pessoas e histórias. Fico imensamente feliz quando a vida me proporciona experiências que, outrora, eu nunca teria imaginado. A África do Sul é um dos destinos que sempre sonhei conhecer, por sua importância histórica para a humanidade, pela cultura de seu povo, por suas belezas naturais e por seus impressionantes animais. E o grande dia chegou! Eu e minha esposa partimos de Porto Alegre (RS) tendo como primeiro destino foi Johanesburgo, a maior cidade da África do Sul, principal núcleo urbano, industrial, comercial e cultural do país. 

Johanesburgo: Passado, História e Superação

A cidade é escala obrigatória para outras como Cape Town, Durban e para a maior atração do país, o Kruger National Park. Optamos por conhecer um pouco desta cidade em um único dia. Fomos ao Museu do Apartheid, ao bairro Soweto (onde na época do Apartheid o governo instituiu a mudança forçada da população não-européia para áreas delimitadas, sendo esta uma delas), e, é claro, à casa de Nelson Mandela. A residência lembra um passado triste, de pessoas marcadas pelo ódio, pela segregação racial e pela discriminação. Apesar deste contexto, os sul-africanos são um povo que soube se adaptar e continuar a vida sem grandes rancores, pelo menos aparentemente, embora a desigualdade social ainda seja muito grande por lá. A África do Sul é um país extremamente receptivo aos turistas. Os moradores locais procuram ser gentis e solícitos na maioria das vezes. A nossa próxima parada (e também a mais esperada) seria o Kruger National Park, a maior área protegida de fauna bravia da África do Sul, cobrindo cerca de 20.000 km2. No belo habitat vivem, aproximadamente, 147 espécies de mamíferos, mais de 500 espécies de pássaros, 114 de répteis, 34 de anfíbios, 49 de peixes e 227 de borboletas. Todos livres e cercados pela flora exuberante.

Não tem como ir à África do Sul e não fazer um Safari!

Na manhã seguinte saímos do hotel por volta de 6h em direção a um dos 10 portões de entrada para o Kruger Park. Lá recebemos as orientações de como seria o passeio e os cuidados que deveríamos tomar, como por exemplo: falar baixo (pois os animais se assustam e fogem com vozes), jamais colocar braços ou corpo para fora do veículo e sempre seguir as orientações do “ranger” (motorista e guia). O grande objetivo das pessoas ao fazer um safari é conhecer os BIG FIVE (os grande 5), que não são os 5 maiores animais, mas sim os 5 animais mais perigosos da selva africana: elefante, rinoceronte, leopardo, leão e búfalo.

Iniciamos nossa jornada em um jeep, com capacidade para 12 pessoas. As estradas em sua maioria são asfaltadas e proporcionam uma visão clara e ampla de todo o percurso e paisagem. Iniciamos avistando as girafas, os elefantes, hienas, gnus, impalas e zebras entre muitos outros animais. Os melhores horários para avistar os animais são pela manhã e no final do dia, pois quando o clima começa a esquentar eles se refugiam próximo as arvores e a visualização fica mais difícil. Paramos para o almoço em um restaurante tipo cabana, que serve pratos típicos africanos como: Bobotie (cozido de carne moída, pão, leite, cebola, castanhas, passas, damascos e curry), Fufu (vegetais cozidos, como mandioca, inhame ou banana, trituradas em uma consistência de massa de pão e servidos em pequenas bolas com uma sopa de imersão ou molho), entre outros pratos à base de carne de zebra, avestruz, crocodilo, gnu e impala, entre outros.

Seguindo o trajeto, conseguimos ver os rinocerontes banhando-se em um lago, um leão e uma leoa descansando na sombra de uma árvore, os búfalos enfurecidos atravessando a estrada e, por fim, ao longe, um leopardo, estirado no galho de uma árvore enorme, balançando o rabo. A felicidade de poder ver cada um dos 5 animais mais perigosos da natureza foi enorme! Nem todas pessoas têm a sorte de ver a todos, tampouco garantia disto. Foi um dos espetáculos da natureza mais incrível que já vivenciei. A emoção foi indescritível. No final do dia, voltamos ao nosso mui confortável hotel tipicamente africano, com comida e apresentação de dança nativa.

No dia seguinte seguimos viagem rumo a Cape Town (Cidade do Cabo),  capital legislativa do país, onde fica o Parlamento Nacional e muitos escritórios do governo. A Cidade do Cabo é famosa pelo seu porto natural, incluindo marcos bem conhecidos como a Montanha da Mesa (Table Mountain) e a Baía da Mesa. A cidade é um dos mais populares destinos turísticos nacionais. A primeira parada foi na própria Table Mountain, complexo de onde se pode ter uma vista magnífica de toda a cidade. Se o tempo estiver aberto, é possível ver tudo de lá de cima. Para nossa sorte, o céu estava limpidamente azul. Vimos as praias, o Waterfront e até mesmo a Robben Island (ilha onde Mandela ficou preso). A subida/descida de bondinho é um super passeio em si. O bondinho vai girando para proporcionar 360º de vista. A próxima parada foi Cape Point, ou Cabo da Boa Esperança, ponto extremo do país. Esse lugar histórico era chamado pelos navegadores do passado de “Cabo das Tormentas” pois é o ponto onde os Oceanos Índico e Atlântico se encontram. No Parque Nacional, há várias atrações, como local para avistar baleias, praias, trilhas, estradas rodeadas de verde e um funicular para subir até o alto do Cape Point (onde fica o farol). O passeio é sensacional.

Logo após esta parada seguimos para a Colônia dos Pinguins africanos, localizada em Simon’s Town (um município a cerca de 50km de Cape Town) - um passeio imperdível. Por lá, os pinguins vivem tranquilamente. Há passarelas para observá-los na areia. São milhares deles que se “se adonaram” da praia. A entrada é paga. Geralmente os turistas passam por Boulders Beach na ida ou na volta do Cabo da Boa Esperança. Para completar o dia, Waterfront também é parada obrigatória. Ali há muitos restaurantes, bares, cafés, lojas, shoppings, turistas, barcos e até uma roda gigante. O Waterfront é onde a vida noturna de Cape Town acontece, um lugar gostoso para passear. Uma das atrações imperdíveis da zona é o Two Oceans Aqurium.

A África do Sul é um exemplo de superação. O país enfrentou um dos piores momentos da história da humanidade, o Apartheid (quando, legalmente, a minoria branca oprimiu a maioria negra, classificando as pessoas por sua “raça”). Entretanto, a feiura de seu passado contrasta com a beleza de sua natureza preservada, com a riqueza de vida que há em seus animais e com o espírito de superação abraçado pelo seu povo. É um país que vale a pena conhecer !

CURIOSIDADES

Visto: Brasileiros não precisam de visto para a África do Sul, somente o passaporte com validade de pelo menos seis meses. É necessário o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela - a vacina deve ser tomada pelo menos 10 dias antes da viagem. 

Moeda: A unidade monetária da África do Sul é o Rand, cujo símbolo é o “ZAR”.
Trânsito: Mão inglesa, o motorista fica no lado direito do carro.

Idioma: A África do Sul tem 11 idiomas oficias. Entre eles estão o inglês e o africâner que são falados principalmente pelos brancos, e as línguas da família bantu, zulu e o xhosa. Além disso, há ainda diversos dialetos locais, o que evidencia a diversidade cultural do país.
Clima: Como o país está no Hemisfério Sul, as estações do ano coincidem com as do Brasil. O clima predominante é o semi-árido, com poucas chuvas ao longo do ano, verão bem quente e inverno frio.

Malária: A África do Sul tem algumas áreas de risco para a malária. É muito importante o uso de repelentes.

Daniel Sostisso - daniel@paglitur.com.br