Menu

Pelo Mundo

27/01/2020

Turquia

Visitar lugares descritos na Bíblia (já visitei regiões bíblicas no Egito, Israel e Grécia também), sem dúvida, é um privilégio que muito me emociona!  

Na Capadócia, um dos momentos mais esperados da viagem: o voo de balão. Como o voo foi bem cedo e o dia estava ensolarado, pudemos ver a beleza do nascer do sol e contemplar a linda paisagem. Foi fantástico! Chaminés de Fadas, Capadócia Istambul, Vista a partir da Torre de Gálata Estreito de Bósforo, Istambul Torre de Gálata, Istambul Anfiteatro das Ruínas de Éfeso Castelo de Algodão, Pamukkale Castelo de Algodão, Pamukkale Ankara, Capital Museu Islâmico Mevlana, Konia

Viajar para a Turquia foi uma decisão relativamente rápida, pois o país já era um destino sonhado. Com o convite e a companhia de dois casais amigos, ficou quase impossível resistir. Chegamos em Istambul em um voo direto de Dubai. Istambul, que é uma das maiores cidades do mundo, já levou o nome de Bizâncio e Constantinopla. Milenar e majestosa, a cidade sofreu influências culturais dos vários impérios que governaram a região, como gregos, romanos e otomanos. Geograficamente (e curiosamente), Istambul é metade asiática e metade europeia. Essa separação é feita pelo famoso Estreito de Bósforo, canal que faz também a ligação entre o mar de Mármora e o mar Negro.

Istambul também é conhecida como “Cidade das Mesquitas”, pois há muitas ali; quase três mil. Isso porque a maioria da população turca é muçulmana. Em nossa viagem, dentre as mesquitas mais famosas, visitamos a Basílica de Santa Sofia (que significa Santa Sabedoria de Deus), e é uma imponente obra. Construída pelo Império Bizantino para ser a catedral de Istambul, tornou-se mesquita após a invasão do Império Turco Otomano, e hoje é um museu secular controlado pelo Governo. A consrução encanta pela sua grande cúpula, mosaicos, mármores coloridos e muita arte. Também visitamos a famosa Mesquita Azul. Até pouco tempo, era a única de Istambul com seis minaretes (normalmente, são quatro). Ela tem esse nome por ser revestida de azulejos com diversos tons de azul. O seu interior é realmente impressionante, em especial pela elegância e harmonia.

Para além das mesquitas, algumas outras visitas são imperdíveis em Istambul, como subir na antiga torre Gálata, localizada na parte alta da cidade, com vista panorâmica de 360° em que é possível ver praticamente toda cidade. Outra visita que você não pode deixar de fazer (mesmo que em viagem não goste  perder muito tempo para compras, como eu) é o Bazar das Especiarias, que tem uma variedade enorme de temperos multicoloridos. Um verdadeiro show para quem gosta de culinária. Na mesma linha, mas muito maior, há o Grande Bazar, um dos maiores comércios do mundo, com tendas que vendem de especiarias até joias. Para quem quer conhecer um pouco mais do comércio turco, porém busca algo não tão típico quanto os mercados, recomendo uma caminhada na Praça Taksim e cercanias.

Saindo de Istambul, após um espetacular passeio de barco pelo Estreito de Bósforo, seguimos viagem para visitar Ancara, capital da Turquia, cidade histórica, moderna e agradável. Visitamos o  Museu das Civilizações da Anatólia, onde pudemos ver vestígios de grandes povos, como frígios, assírios e hititas. No dia seguinte, seguimos para a Capadócia, com uma parada considerada obrigatória no caminho, em Konia, para visitar o Museu Islâmico de Mevlana. Ele também é usado como mesquita e abriga um mausoléu em seu interior, onde estão sepultados alguns líderes religiosos muçulmanos. A construção impressiona pelo tamanho, minaretes, decoração interior e o espetacular domo verde.

Na Capadócia, um dos momentos mais esperados da viagem foi o voo de balão. Como o voo foi bem cedo (acordamos de madrugada), e o dia estava ensolarado, pudemos ver a beleza do nascer do sol e contemplar a linda paisagem. Fantástico! Essa paisagem é conhecida como “Chaminés de Fadas”, que são formações rochosas altas e estreitas, esculpidas pela natureza durante milhares de anos. Na Antiguidade, elas serviam como casas e prédios para muitas pessoas que chegavam na região em busca de segurança. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os cristãos perseguidos pelo Império Romano que ali se estabeleceram esculpindo casas e até igrejas nessas formações.

Também em busca de segurança, muitos grupos habitavam outra construção peculiar na Capadócia, as cidades subterrâneas. É inacreditável como podiam viver nessas cidades, que chegavam a ter 14 andares cravados nas rochas do subsolo. Visitamos uma parte de uma delas, com dois andares no subsolo. As passagens são muito estreitas, esculpidas nas rochas, e a sensação de claustrofobia precisa ser superada à medida que se avança. Mas o passeio vale a pena! Seguindo nosso programa, partimos para Pamukkale, que em turco significa “Castelo de Algodão”, e leva esse nome em alusão à uma imensa colina branca, formada pelos sedimentos de calcário depositados pela ação de águas termais que brotam de diversas fontes. O fenômeno provoca também a formação de muitas piscinas naturais que podem ser usufruídas por todos os visitantes. Um lugar surreal! Ali visitamos também as ruínas da antiga cidade de Hierápolis, bem como a famosa e cristalina piscina da Cleópatra.

Descobrimos durante a viagem que muitos grupos fazem esse percurso exclusivamente para visitar os locais das sete igrejas descritas nos capítulos 2 e 3 do livro do Apocalipse no Novo Testamento, em que o apóstolo João escreve cartas para essas igrejas. Essas igrejas se encontravam onde hoje é o território da Turquia. Desses sete lugares, passamos perto de quatro e visitamos três: Éfeso, Esmirna e Pérgamo. Nos impressionamos com as ruínas de Éfeso. O anfiteatro, por exemplo, está muito bem conservado. Na antiguidade, tinha capacidade para 25 mil pessoas. Imagine um lugar desses, lotado e funcionando, há 2 mil anos, ao ar livre, onde o som chegava nas arquibancadas apenas via correntes de ar!

Outro local de destaque que conhecemos foram as ruínas da cidade de Troia, local panorama da lendária guerra entre Gregos e Troianos, que teve como pretexto o triângulo amoroso entre Páris, Helena e Menelau. É claro que na entrada da cidade é possível entrar num enorme cavalo de madeira, símbolo da guerra e que originou a célebre expressão “presente de grego”. Minha única frustração nessa viagem foi não ter visitado a Ilha de Patmos, ilha em que, de acordo com a Bíblia, Jesus apareceu para o apóstolo João, pedindo que escrevesse aquilo que podemos ler no livro Apocalipse. Embora estivéssemos muito perto, a visita não foi possível, pois estávamos num grupo sem espaço para mudanças de programa. Seria esse um bom motivo para retornar um dia?

Para ter fé cristã, não é necessário visitar lugares ou orar voltado para cidades ou montes. Também não importa se temos pouco ou muito, se somos doutores ou analfabetos, ou a cor que temos, porque Deus, além de ser acessível a todos, sem distinção, está em toda parte e também dentro de cada um, quando convidado a entrar. Contudo, visitar lugares descritos na Bíblia (já visitei regiões bíblicas no Egito, Israel e Grécia também), sem dúvida, é um privilégio que muito me emociona!

 

Texto e Fotos | Ademir Pierosan