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09/07/2018

28º Congresso Movergs confirma retomada da economia nacional, enquanto política é incógnita

Cerca de 300 gestores do setor moveleiro (e segmentos afins) reuniram-se em Bento Gonçalves para ouvir especialistas, debater sobre os rumos da economia brasileira, além de refletir sobre o futuro de suas empresas

"Precisamos de Políticos que saibam gerir o dinheiro público de forma séria e justa, o que refletirá diretamente na sustentabilidade de nossas empresas e dos nossos negócios", enfatizou Volnei Benini, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) - foto: Carlos Ferrari O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, acredita que o Brasil está no fim da recessão - foto: Carlos Ferrari Rodrigo Pimentel ressaltou a importância do reconhecimento profissional, não apenas de forma financeira, mas também em gestos e palavras e sugeriu que os empresários criem um lema para suas equipes, a exemplo do Bope "Vá e vença" - foto: Carlos Ferrari De acordo com Marcelo Prado, economista e diretor do Iemi Inteligência de Mercado, existem enormes oportunidades internamente sem a necessidade de buscar opções no exterior - foto: Carlos Ferrari "Buscamos trabalhar com um propósito, que é facilitar o acesso das pessoas aos seus sonhos. Hoje, o cliente quer comprar, não importando de onde o produto vem",  (Otelmo Drebes - presidente do Grupo Lebes) - foto: Carlos Ferrari Rogério Francio, Volnei Benini, Cleiton Signor Paludo, Vinícius Geremia, Marcelo Haefliger, Artur Bertolini, Douglas Giordani, Sílvia Spiller e Henrique Tecchio - Diretora Movergs-FIMMA Brasil 2019 - foto: Carlos Ferrari

‘É a informação que transforma o comum em extraordinário’. O tema gerou a reflexão proposta pelo 28º Congresso MOVERGS (realizado na última quinta-feira  - 05.07 -  em Bento Gonçalves - RS) não apenas relacionada ao setor moveleiro, mas ao momento econômico e político do país. Mais de 300 participantes puderam interpretar os números apresentados por especialistas, constatando o delicado momento pré-eleições. “Precisamos de renovação, de políticos íntegros, pessoas de caráter, que estejam dispostos a realmente desempenhar o seu papel. Políticos que saibam gerir o dinheiro público de forma séria e justa, o que refletirá diretamente na sustentabilidade de nossas empresas e dos nossos negócios”, enfatizou Volnei Benini, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). De acordo com ele não há como dissociar os cenários econômicos e políticos em se tratando do setor empresarial. Na oportunidade, o presidente da FIMMA Brasil 2019, Henrique Tecchio, fez um pronunciamento para divulgar a edição do próximo ano, que acontece de 26 a 29 de março. “Estamos a oito meses da 14ª edição da quinta maior feira do mundo, a maior da América Latina, no segmento de máquinas e matérias-primas. Temos 50,12% da FIMMA Brasil já comercializada e a expectativa é que tenhamos a presença de 360 expositores, representando mais de 450 marcas, de 30 países, gerando 290 milhões de dólares em negócios”, anunciou.

O mercado nacional de móveis - Marcelo Prado, economista e diretor do Iemi Inteligência de Mercado

A primeira palestra do dia foi do economista e diretor do Iemi Inteligência de Mercado, Marcelo Prado, que tratou do mercado brasileiro de móveis no pós-crise. De acordo com Prado, existem enormes oportunidades internamente sem a necessidade de buscar opções no exterior. Os dados apresentados por ele mostram que, em 2017, o brasileiro gastou R$ 83 bilhões em colchões e móveis no varejo brasileiro, enquanto a produção da indústria local atingiu R$ 62 bilhões. Em 2018, a estimativa do varejo é de alta de 4,5% em volumes e 12,3% em valores nominais. O economista também trouxe informações sobre as oportunidades do setor imobiliário, que mesmo com a queda de 40% de 2013 para 2016, mostrou que até 2025 serão entregues 10 milhões de novos imóveis, uma grande oportunidade para o setor moveleiro, com destaque para a região Nordeste, seguida pelo Sudeste e Sul do país. Quanto ao futuro, Prado apontou que a estimativa, até 2022, é de expansão de 15,4% na produção de móveis e colchões, sendo 2,9% ao ano em média. “A informação, o design e a atuação nas lojas agregarão o ‘algo mais’ ao produto, visto que o consumidor está cada vez mais exigente. Qualquer plano estratégico produzirá resultados efetivos, se houver uma boa gestão da informação”, concluiu Prado.

Como vamos competir na indústria 4.0 se não completamos o ciclo da 3.0? - André Nunes de Nunes - economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs)

O economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes de Nunes, acredita que o Brasil está no fim da recessão. “2018 apresenta a maior sequência de altas desde 2013. Estamos vivendo a retomada mais lenta da história, sendo que em 2021 o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria ainda não retomará o pico de 2013. A lentidão é ainda maior para o PIB per capita, sendo atingido apenas em 2023. É uma década perdida. Entretanto o pior já passou e estamos  em processo de retomada”, afirma. Os fatores que sustentam a retomada da economia, de acordo com Nunes, é o consumo das famílias brasileiras, consumo maior do que o PIB, graças a uma inflação controlada, principalmente por uma inflação de serviços com queda substancial. “A queda da inflação abre espaço para cortes de juros e a previsão da Selic para 2018 é de 6,50% enquanto em 2019 de 8,0%”. Nunes também enfatizou a burocracia como um dos entraves para o desenvolvimento econômico, assim como a precária infraestrutura logística e questionou: “Como vamos competir na indústria 4.0 se não completamos o ciclo da 3.0?” Os desafios para o próximo Governo Federal, do ponto de vista econômico, passam pela necessidade de administrar a trajetória explosiva do gasto, o anúncio de reformas para melhorar o ambiente de negócios, o investimento em infraestrutura. “A reforma da previdência deverá ser o primeiro passo”, pontuou. 

A operação varejo e multicanal - Otelmo Drebes - presidente do Grupo Lebes

O presidente do Grupo Lebes, Otelmo Drebes, que comanda oito empresas nos segmentos de varejo, eletromóveis, moda e logística e conta atualmente com 160 filiais nas principais cidades do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina,  marcou presença no 28º Congresso Movergs. Drebes destacou que o grupo utiliza mais de 170 indicadores de desempenho, o que permitiu registrar cerca de R$ 1 bilhão em faturamento em 2017 com 57% de crescimento no resultado líquido da empresa. “Reduzimos a inadimplência em mais de 20%, oportunizando às pessoas condições especiais para que pudessem colocar sua vida em dia, com redução ou até mesmo a não cobrança de juros e estendendo prazos”. O empresário também destacou as mais de 70 mil horas de treinamento de todas as formas, online, presencial, com consultores ou professores, e 20 mil horas de treinamentos para um grupo de desenvolvimento de executivos formado há 10 anos. “Buscamos trabalhar com um propósito, que é facilitar o acesso das pessoas aos seus sonhos. Hoje, o cliente quer comprar, não importando de onde o produto vem”, destacou. Para o futuro, a Lebes se prepara com o apoio das tecnologias, mas também com o apoio da gestão, com uma governança corporativa clara, organizada, estruturada.

Conjuntura econômica brasileira - William Waack - jornalista

O jornalista William Waack abordou o cenário político do país e enfatizou que o brasileiro atualmente vivencia sentimentos de raiva e indignação, assim como a demanda por rompimento do que está aí, além da perda de confiança do sistema político e de governo. “O sistema faliu. Há uma crise de representatividade brasileira”. Sobre a Lava Jato, Waack enfatizou que há um Brasil antes e depois das investigações, que trouxeram dos porões algo que o brasileiro tentava negar, mas que existia. Waack falou com preocupação do peso da crise fiscal e se ela não for atacada será impossível o crescimento do país. “Se um candidato disser que não existe crise fiscal, ele é um farsante, pois essa crise está nos esmagando e a solução precisa vir do setor político. A partir de janeiro há uma certa previsibilidade, pois seja qual for o segundo turno, o próximo presidente começa a pedalar em fevereiro, pois não é possível atender o teto de gastos. Não tem como atacar o gasto público sem uma série de reformas”, avisou.

Formação de equipes - Rodrigo Pimentel – autor do filme Tropa de Elite

Rodrigo Pimentel encerrou o dia do 28º Congresso Movergs por meio do tema ‘Construindo tropas de elite’, uma palestra motivacional e que provocou boas gargalhadas. Em 2006, Pimentel saiu do Bope e foi trabalhar no banco Santander e durante esse período escreveu 70 histórias de experiências no Batalhão. Foi então que percebeu ter um roteiro de filme. Pimentel contou a história de como o filme Tropa de Elite foi concebido, o funcionamento e alguns casos envolvendo o Bope do Rio de Janeiro. Ele ressaltou a importância do reconhecimento profissional, não apenas de forma financeira, mas também em gestos e palavras e sugeriu que os empresários criem um lema para suas equipes, a exemplo do Bope ‘Vá e vença’.

O 28º Congresso Movergs contou com o patrocínio do Banrisul e BNDES e o apoio da Fiergs

Cobertura: Rosângela Longhi, Adriana Silva Assessoria de Imprensa