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13/03/2019

O Que Esperar de 2019 na Economia?

Temas como a velocidade da recuperação econômica no Brasil e os setores que mais serão beneficiados geram debate

O Brasil parece finalmente ter encontrado o caminho da retomada econômica. Depois de anos consecutivos de retração, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a crescer em 2018 Porém segundo relatório divulgado no dia 07/01/19 pela agência Focus, os analistas reduziram a previsão de crescimento para 2019 e também estimam um crescimento menor na taxa básica de juros neste ano "Acredito que a taxa de juros ainda vai se manter neste viés por mais um tempo. Estamos no início de um novo governo. É provável que somente mais próximo do final do ano ela se eleve" (Daniele Gasperini) "Uma das razões fundamentais e óbvias de valorização das ações é o lucro das empresas, que terão um ambiente mais favorável. Por isso, além das reformas, os balanços podem surpreender" (Karen Focchesatto) "Tenho grandes expectativas com o novo governo, principalmente com as reformas da previdência, tributária e trabalhista. Essas mudanças ajudarão as empresas e farão a bolsa alcançar bons índices" (Guilherme Vens) "Pensando em longo prazo, investiria um pequeno valor em Bitcoins, pela disrupção que representa" (Fabio Silvestri)

O Brasil parece finalmente ter encontrado o caminho da retomada econômica. Depois de anos consecutivos de retração, o Produto Interno Bruto (PIB) voltou a crescer em 2018. Porém segundo relatório divulgado no dia 07/01/19 pela agência Focus, os analistas reduziram a previsão de crescimento para 2019 e também estimam um crescimento menor na taxa básica de juros neste ano. A dúvida de quanto teremos de inflação, taxa de juros e o que esperar de 2019 na economia persistem ao começarmos o ano. Ao se tratar de Economia, é natural encontrarmos opiniões divergentes. Por mais que existam ferramentas para previsibilidade, acontecimentos inesperados podem mudar o rumo do que era projetado, abalando (em curto prazo) as expectativas. Hoje há praticamente um consenso entre os profissionais da área de que o pior já passou em comparação à recessão vivida nos últimos anos. Entretanto, temas como a velocidade da recuperação e os setores que mais serão beneficiados ainda geram debate. A seguir, profissionais que convivem com as opiniões econômicas da Safe Investimentos respondem alguns dos mais comuns e frequentes questionamentos sobre esse tema.

 

(AM) Andreia Morello, fundadora e gestora da Safe, mestre em Administração (UFRGS)
(KF) Karen Focchesatto, economista (Corecon/RS 8.658), assessora de investimentos da Safe
(FS) Fabio Silvestri, sócio de câmbio e previdência da Safe e pós-graduado em mercado de capitais (UFRGS)
(DG) Daniele Gasperini, em formação para assessoria de investimentos na Safe, MBA em Finanças (FTEC) em andamento
(GV) Guilherme Vens, em formação para assessoria de investimentos na Safe, estudante de economia (UCS)

 

As aplicações conservadoras terão melhor rentabilidade em 2019? Por quê?

AM: Acredito que o crédito voltará junto com a confiança do consumidor e isso ajudará na retomada do crescimento das empresas, o que beneficiará mais a renda variável.

KF: Não. Ainda está na memória os 1% ao mês na renda fixa (embora isso já seja passado), mas o cenário converge mais à estabilização no patamar atual (0,5%), pois o exterior está menos desfavorável e a inflação, controlada.

FS: Acredito que não, visto que a atividade econômica ainda em recuperação não vai permitir ao Banco Central elevar de forma abrupta a Selic. Existe capacidade ociosa nas empresas, o que de certa forma vai segurar uma alta no IPCA, reduzindo a pressão de elevar a taxa de juros.

DG: Acredito que a taxa de juros ainda vai se manter neste viés por mais um tempo. Estamos no início de um novo governo. É provável que somente mais próximo do final do ano ela se eleve.

GV: Com o novo governo e sua filosofia inclinada ao liberalismo, acredito que a economia será aquecida e o consumo aumente. Consequentemente, a inflação, bem como a taxa de juros, também deve acompanhar essa alta. Podemos esquecer os patamares de 2016.

 

O que pode fazer a bolsa subir neste ano?

AM: A reforma da previdência acontecendo de forma eficiente (e não superficial) além da manutenção da composição ministerial do novo governo pode provocar uma maior confiança no investidor externo.

KF: Uma das razões fundamentais e óbvias de valorização das ações é o lucro das empresas, que terão um ambiente mais favorável. Por isso, além das reformas, os balanços podem surpreender.

FS: A reforma da previdência segue o principal “driver” da alta. Eventuais reformas tributárias, incentivos fiscais e o destravamento do crédito por parte dos bancos afetará o mercado positivamente, beneficiando ações voltadas para o consumo interno.

DG: Mesmo com o cenário externo de muitas incertezas, estou confiante na alta da bolsa, pois temos reformas a serem aprovadas ainda neste início de governo. A Safra de grãos deverá ser maior ainda do que no ano passado e isso pode gerar confiança no investidor.

GV: Tenho grandes expectativas com o novo governo, principalmente com as reformas da previdência, tributária e trabalhista. Essas mudanças ajudarão as empresas e farão a bolsa alcançar bons índices. A nova gestão do país precisa ser ágil e eficaz para manter a credibilidade.

 

Em que você investiria?

AM: Em previdência privada por pensar no longo prazo; em ações por acreditar na retomada da economia e, também, em fundos imobiliários por terem perdido bastante valor patrimonial.

KF: Pessoalmente aumentaria a posição em bolsa ao longo de 2019, mas de maneira gradual, observando se as reformas estão sendo encaminhadas.

FS: No caso de uma carteira mais agressiva, investiria em ações expostas ao consumo interno, pelo potencial de crescimento e estatais que estão extremamente descontadas ao longo dos anos.

DG: Uma carteira mais moderada, um pouco em bolsa para aproveitar o cenário otimista, fundos de Infraestrutura Incentivados que contam com a isenção de IR, COEs atrelados ao mercado global e um pouco em renda fixa.

GV: No primeiro momento, em oportunidades atreladas à inflação e fundos de renda fixa com boa liquidez. Se o governo provar ser produtivo, aprovando reformas e fazendo boa gestão, compraria ações e fundos multimercado.

 

Você compraria/investiria em BITCOINS? E em DÓLAR?

AM: Dólar é sempre dólar e em qualquer lugar do mundo. Acredito na moeda virtual ou criptomoedas no longo prazo...não necessariamente em bitcoins, a não ser para especular.

KF: O blockchain é a principal revolução do mundo desde a internet. Por isso, investiria em criptomoedas com tranquilidade (via plataformas confiáveis), inclusive Bitcoin, ainda líder. Já dólar, uma pequena posição é uma proteção aceitável, porém não como aposta de 2019.

FS: Pensando em longo prazo, investiria um pequeno valor em Bitcoins, pela disrupção que representa. Em dólar acredito em estabilidade na faixa de R$ 3,50, não sendo atrativo no médio prazo, visto que podemos ter uma entrada expressiva de capital no Brasil, que faria cair mais a cotação.

DG: Em criptomoedas não investiria ainda, pois é um mercado que não está regulamentado. Já em dólar, com certeza, pois muitas coisas que consumimos estão ligadas diretamente ao dólar.

GV: Alocaria uma pequena parcela em bitcoins, pois a moeda virtual ainda poderá surpreender. Mas não "apostaria todas fichas" nesse segmento. Os EUA estão sofrendo com algumas questões econômicas e políticas, e, por essa razão, não investiria em dólar.