Foram colhidos 663,2 milhões de quilos de uvas destinados ao processamento de produtos vinícolas. Estado gaúcho responde por 90% da produção nacional
Festejada pelos vitivinicultores como uma das melhores safras de uva da década em termos de qualidade, a colheita 2018 contabilizou o ingresso de 663,2 milhões de quilos da fruta nas vinícolas gaúchas. O volume, considerado dentro da normalidade histórica, é 12% menor que a vindima anterior. Do total, 597.699.541 foram de uvas americanas e híbridas e 65.540.421 de Vitis viniferas. Nesta safra, 113 variedades de uva foram colhidas em 129 municípios do Rio Grande do Sul, com processamento realizado em 64 cidades do Estado. Assim como nos últimos seis anos, 50% da produção foi destinada à elaboração de suco.
“A queda na produção já era esperada, devido, principalmente, a supersafra de 2017 – a maior da história –, quando foram colhidos 753,2 milhões de quilos de uva para processamento. Naturalmente, depois de uma colheita muito grande a parreira fica debilitada, sofrendo uma redução na produção. Também tivemos poucas horas de frio no inverno de 2017, o que fez com ela brotasse menos e, consequentemente, diminuísse o volume”, assinala Marcio Ferrari, vice-presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e coordenador da Comissão Interestadual da Uva.
O dirigente ressalta, ainda, a importância de uma boa matéria-prima para que os rótulos brasileiros continuem se destacando no mercado interno e no Exterior. “A qualidade desta safra se mostrou muito superior, tanto para os viticultores que vendem a uva para o processamento, como os que comercializam in natura. Quando falamos em qualidade é importante destacar que não levamos apenas em consideração a graduação de açúcar (brix), mas a sanidade e a cor da fruta. São esses os três fatores determinantes para gerar produtos de excelência”, pontua.
“Será uma safra de referência, especialmente para os vinhos tintos de guarda. A nossa expectativa é que reflita positivamente no setor, ajudando impulsionar as vendas”, afirma Oscar Ló, presidente do Ibravin elogiando a qualidade da matéria-prima produzida na Região para a elaboração de vinhos, espumantes e sucos de uva.
Entre as cultivares com maior produtividade neste ano no Estado estão a Isabel, Bordô e Niágara branca, entre as americanas e híbridas, e a Moscato branco, Merlot e Chardonnay, nas Vitis viniferas. “Pelos números, a variedade Bordô mostrou um crescimento no volume, aproximando-se mais da produção da Isabel, pois é uma uva mais rentável, que vem sendo bastante solicitada para a produção de suco. Também percebemos uma grande produção da Niágara, que praticamente não tinha produzido na safra passada”, explica Ferrari.
Flores da Cunha foi cidade que mais produziu uvas para processamento. Já Bento Gonçalves teve o maior volume de vinificação. Neste ano, a safra de uva começou na segunda quinzena de dezembro, no Vale dos Vinhedos, e encerrou no início de abril, nos Campos de Cima da Serra, região de maior altitude no Rio Grande do Sul. O Estado responde por 90% das uvas para processamento no Brasil.
As safras anteriores*:
Ano |
Volume (milhões de kg) |
2011 |
709,6 |
2012 |
696,9 |
2013 |
611,3 |
2014 |
606,1 |
2015 |
702,9 |
2016 |
300,3 |
2017 |
753,2 |
* Uvas para processamento de vinhos, espumantes, sucos e derivados. Dados referentes ao Rio Grande do Sul, provenientes do Cadastro Vitícola, mantido por meio de parceria entre Ibravin e Embrapa Uva e Vinho, com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (Fundovitis).
MUNICÍPIOS COM MAIOR PRODUÇÃO |
|
Flores da Cunha |
100.955.699 quilos |
Bento Gonçalves |
98.519.420 quilos |
Farroupilha |
58.824.662 quilos |
Caxias do Sul |
54.376.210 quilos |
Garibaldi |
46.018.252 quilos |
MUNICÍPIOS COM MAIOR PROCESSAMENTO |
|
|
Bento Gonçalves |
214.034.814 quilos |
|
Flores da Cunha |
171.074.079 quilos |
|
Caxias do Sul |
57.558.581 quilos |
|
Farroupilha |
56.296.016 quilos |
|
Garibaldi |
36.064.892 quilos |
|
Dados - Assessoria de Imprensa Ibravin: www.ibravin.org.br