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Video Estratégico

17/07/2019

Aventura? Vá de Bike!

Saúde física e mental, superação e grandes parceiras são os resultados do ciclismo  

O grupo, formado por experientes e novatos, completou a distância entre Caxias do Sul e Capão da Canoa pedalando "É preciso sair da zona de conforto, não deixar que a quilometragem ou a falta de prática iniba. Qualquer pessoa pode andar de bike, em qualquer idade" afirma Serafini "Passamos em meio à água, pela represa, onde tem uma cascata enorme. A Serra tem lugares lindos, que a gente só vê quando vai de bicicleta", conta Gavazzoni "Uma dica importante é que cada um deve respeitar seu próprio ritmo. Não adianta ficar se comparando ao colega que anda mais rápido ou mais devagar. Encontre o estilo do seu melhor rendimento e procure sua evolução particular", sugere Grandi "Na foto, da esquerda para a direita Luiz Gustavo Oliveira, Marcos Grandi, Ricardo Tisott, Glover Peruzzo, Maguil Marsilio, Juliano Serafini, Henrique Echer, Roberto Clamer, Luiz Gavazzoni, Charles Gavazzoni (na frente), Vitor de Carvalho (atrás), Tainã Dossiatti, Flávio Ribas, Olir Gavazzoni, Felipe Gavazzoni, Pedro Gavazzoni e Alex Citton. Participaram também Maicon Gavazzoni, Rafael Cândido, Márcio Crestani e Elio Decimo"

Duzentos e trinta quilômetros, de bike, em dois dias. Muito? Não para quem está acostumado a percorrer, semanalmente, distância similar. Essa é a rotina de Juliano Serafini, Luiz Gavazzoni, Marcos Grandi e vários outros ciclistas da Serra. Eles mantém as metas em prol da saúde do corpo e da mente, mas também garantem - a bike é uma ótima ferramenta para quem quer construir grandes amizades.

Superação e parceria eram os objetivos dos três quando resolveram, juntamente com outros 16 ciclistas descer a Serra em direção ao litoral. O grupo, formado por experientes e novatos, completou a distância entre Caxias do Sul e Capão da Canoa pedalando. A saída de Caxias foi num sábado, por volta das 7h da manhã. O percurso do primeiro dia, composto por estradas vicinais à Rota do Sol, passando por Santa Lúcia do Piaí, Juá, Lava Pés, Barragem do Blangue e São Francisco de Paula foi concluído no início da noite.

“Queríamos evitar estradas de movimento e asfalto, então pesquisei lugares desconhecidos, de difícil acesso. Percorremos o interior, por acessos secundários, corredores de campo e até, por algumas propriedades particulares, claro, com autorização dos donos”, relata Serafini. “Passamos em meio à água, pela represa, onde tem uma cascata enorme. A Serra tem lugares lindos, que a gente só vê quando vai de bicicleta”, conta Gavazzoni. O grupo pernoitou em São Francisco de Paula.

Depois do merecido descanso, às 8h da manhã do domingo, os ciclistas recomeçaram a aventura. O segundo dia foi de pedalar a Serra do Umbu abaixo e passar pela Barra do Ouro (do lado do Rio do Ouro perto de Maquiné), em direção a Capão da Canoa. O roteiro também por estrada de chão, culminou na chegada à praia no fim da tarde. Como prêmio, o revigorante banho de mar.

“Praticamente todos conseguiram! Uns com o corpo mais doído outros um pouco menos, mas completamos o percurso. A convicção de que é possível, ajuda muito. É preciso sair da zona de conforto, não deixar que a quilometragem ou a falta de prática iniba”, aconselha Serafini. Qualquer pessoa pode andar de bike, em qualquer idade”,  afirma.

Luiz Gavazzoni que o diga. Aos 63 anos, completa em média 140 km por semana. “Eu evito o carro. A bike é meu esporte, meu lazer, meu principal meio de transporte e me traz benefícios fantásticos”, afirma. “Na fila preferencial do banco o pessoal sempre me olha atravessado. Com certeza se perguntam – será que esse cara aí tem mais de 60? “, brinca Gavazzoni, exibindo uma boa-forma admirável para a sua faixa etária. Ele tem como parceiros de bike os dois irmãos, Pedro e Olir, o sobrinho Felipe, os filhos, Charles, 35 anos e Maicon de 33 anos (que também participaram do percurso Serra – Capão da Canoa) e os quatro netos (de 12, seis, três e um ano). Todos praticam o ciclismo (o neto mais novo na garupa, é claro).

Para Serafini, que tem um preparo físico de alto rendimento (completa cerca de 300 km por semana) e foi o promotor da aventura, é importante incentivar os inexperientes. “O ciclismo envolve doação nos momentos de dificuldade. Foi muito legal ver pessoas que eu achava que não conseguiriam, completando o desafio”, conta. “Nos ajudamos, trocamos pneus juntos, regulamos o equipamento. Há um companheirismo, a gente se motiva”, completa Gavazzoni. “Existem grupos que focam na competitividade mas para nós não interessa quem chega primeiro, em quanto tempo chega, o importante é que todos consigam concluir. A parte humana da coisa é muito legal. Muitos criaram várias amizades durante o desafio, que se mantém até hoje”, conclui.

Detalhes Importantes

No fim do primeiro dia de aventura, ao chegar em São Francisco de Paula, um dos ciclistas do grupo passou mal e precisou ser encaminhado ao hospital para receber soro. “É preciso ter muito cuidado com a alimentação”, explica Marcos Grandi. “Nosso colega esqueceu de comer! Em trechos longos, além de tomar pelo menos um gole de água a cada meia hora, é bom sempre ter algo doce e salgado para comer. Não se deve comer muito, mas sim, pequenas porções em intervalos curtos”, aconselha.

Grandi (que completa em média 200 km por semana) considera-se um viciado na bike. “Faço porque me divirto! De carro a gente não vê nada. Eu gosto de pedalar para aproveitar a vista dos lugares que conheço pelo interior”, conta.

Outro contratempo, sofrido por Gavazzoni durante a aventura, foram as dores causadas por assaduras na pele, decorrentes do atrito com a roupa inadequada. “Errei na bermuda. Precisei parar depois dos primeiros 120 km. É preciso usar uma roupa de proteção para não se ferir com o atrito entre a pele e o tecido sintético, quando se percorre longas distâncias.

De acordo com Serafini também é fundamental observar que o ciclismo requer um equipamento de acordo com o perfil, tamanho e estrutura da pessoa. “É preciso ter o tamanho ideal de quadro, etc. Se tu não tiver isso bem adequado pode gerar lesões de joelho, lombar, coluna e no quadril”, alerta o veterano no esporte. Além desses cuidados, e dos equipamentos básicos de segurança (capacete, bermuda estofada, sapatilha, luzes, luva e óculos) é indispensável levar consigo utensílios de manutenção como uma câmera extra e uma boba para encher pneu.

“Uma dica importante é que cada um deve respeitar seu próprio ritmo. Não adianta ficar se comparando ao colega que anda mais rápido ou mais devagar. Encontre o estilo do seu melhor rendimento e procure sua evolução particular”, sugere Grandi.

Solitude, Determinação e Saúde Mental

Além de todos os benefícios à saúde, consequências da prática regular do ciclismo, uma das grande motivações de Gavazzoni, Serafini e Grandi para pedalar é revigorar a mente. “Eu gosto do silêncio absoluto que encontro nas trilhas. Eu me conecto com a natureza e busco renovar o espírito”, conta Gavazzoni.  “Eu gosto de pedalada rústica e do contato com as pessoas do interior. Temos uma região linda, que merece ser admirada. Ao redor de Caxias temos muitas cachoeiras”, relata Grandi.

“Nossa região é um lugar privilegiado para a prática do ciclismo – temos asfalto, trilhas de chão, subida descida, tem trajeto para todos os gostos”, afirma Serafini. “O ciclismo é uma terapia. Tu pensa muito em ti, filosofa muito, aprende teus limites”, explica. “Se Deus permitir eu vou até os 80 pedalando!”, conclui Gavazzoni.

Participaram do desafio:

Alex,Charles Gavazzoni, Felipe Gavazzoni, Flávio Ribas, Glover Peruzzo, Henrique Echer, Juliano Serafini, Luiz Gavazzoni, Luiz Gustavo, Maguil Marsilio, Maicon Gavazzoni, Márcio Crestani, Marcos Grandi, Roberto Clamer, Rafael Cândido, Ricardo Tisott, Olir Gavazzoni, Pedro Gavazzoni e Tainã Dossiatti

No apoio:

Elio Decimo e Vitor de Carvalho