Menu

Auber Césaro

09/05/2019

Dois Terços

Perspectivas da urbanização mundial

A perspectiva é que a parcela de habitantes vivendo em áreas urbanas seja de 66% (global) até 2050 Para assegurar que os benefícios de uma crescente urbanização beneficie a todos, as políticas de crescimento das cidades deverão, majoritariamente, concentrar esforços nas necessidades dos grupos mais vulneráveis, fomentando acesso a infraestrutura, serviços sociais, habitação, educação, saúde, trabalho, lazer e segurança

As cidades são, de longe, a mais complexa criação da humanidade. Nelas tudo se encontra. São nos centros urbanos que se concentram a grande parte das atividades econômicas. Neles encontramos mais acesso à educação, lazer, habitação, bem-estar, serviços e oportunidades de crescimento, tanto profissional quanto pessoal. Pela sua dita complexidade, as cidades são, também, a maior fonte de degradação e poluição que se tem conhecimento. Complexas, cheias de oportunidades e desafios. São elas também, as cidades, a parte mais resiliente da nossa civilização.

Nos últimas décadas, especialmente a partir dos anos 1950, o mundo se urbanizou a uma velocidade muito rápida. Para termos um número geral, e depois extratificarmos um pouco mais isso, no início da década de 50 apenas 30% da população mundial - ou algo próximo de 750 milhões de pessoas, vivia em centros urbanos. Já em 2018 esse número subiu para 4.2 bilhões de pessoas vivendo nas cidades, ou 55% da população do planeta.

Essa matéria trás uma perspectiva bastante técnica de dados extraídos de relatórios da ONU sobre urbanização. É muito importante vermos um panorama geral sobre isso, para entendermos o grande desafio que envolve legisladores, governo, promotores, empresas e sociedade civil.

Vamos conhecer mais alguns dados?

  • Globalmente, mais pessoas vivem em áreas urbanas que em áreas rurais. Como falamos acima, em 2018 esse percentual era de 55%, mas a perspectiva é que a parcela de habitantes vivendo em áreas urbanas seja de 66% (global) até 2050, ou seja, dois terços da população mundial viverá em cidades até lá. São 2,5 bilhões de pessoas a mais num intervalo de apenas 31 anos a partir de agora.
  • Hoje as regiões mais urbanizadas do mundo são a norte americana, com 82% da população vivendo em áreas urbanas, a região latino americana e caribenha, com 81% de população urbana, seguido pela Europa (74%) e Oceania (68%). Na Ásia o número agora já se aproxima dos 50%. O continente de maior contraste é ainda o Africano, com apenas 43% da população vivendo em áreas urbanas.
  • África e Ásia representam atualmente quase 90% da população global rural. Mas, apesar da Ásia hoje ser menos urbanizada que a maioria das regiões, é a região que abriga 54% da população do mundo, seguida por Europa e África.
  • Praticamente metade da população urbana mundial vive em aglomerados urbanos com pouco mais de 500.000 habitantes, enquanto um em cada oito habitantes vive em uma das 33 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes. Em 2030, a projeção é que teremos 43 megacidades, a grande maioria delas em regiões em desenvolvimento. Ainda, é esperado que em 2030, 80% da população mundial urbana viverá em países em desenvolvimento.

Essas são previsões tão impactantes quanto desafiadores. O desenvolvimento sustentável é a grande chave para o sucesso, de forma que para endereçar tais previsões, especialmente devido à concentração do crescimento em países em desenvolvimento e de baixa renda, uma grande agenda mundial deverá ser seguida de forma econômica, social e ambientalmente responsáveis. A urbanização bem conduzida, alinhada com o entendimento das necessidades das populações ao longo do percurso, são determinantes no sentido de maximizar os benefícios capazes de serem gerados pela aglomeração urbana, ao mesmo passo que deverá tratar de minimizar a degradação ambiental e outros potenciais pontos adversos de impacto gerado pelo crescente número de moradores das cidades. Para assegurar que os benefícios de uma crescente urbanização beneficie a todos, as políticas de crescimento das cidades deverão, majoritariamente, concentrar esforços nas necessidades dos grupos mais vulneráveis, fomentando acesso a infraestrutura, serviços sociais, habitação, educação, saúde, trabalho, lazer e segurança.

 

Para assegurar que os benefícios de uma crescente urbanização beneficie a todos, as políticas de crescimento das cidades deverão, majoritariamente, concentrar esforços nas necessidades dos grupos mais vulneráveis, fomentando acesso a infraestrutura, serviços sociais, habitação, educação, saúde, trabalho, lazer e segurança