Menu

Carolina Marchi

24/01/2020

O Sol Nasce Para Todos (No Brasil, Ainda Mais Intenso)

Por aqui, a incidência solar é maior do que em países líderes em produção de energia solar fotovoltaica no mundo, e o mercado vem percebendo esse potencial

A incidência solar diária sobre o Brasil, nas áreas de menor potencial, é 40% maior que na Alemanha, referência em energias renováveis, sendo o quarto lugar no ranking mundial dos líderes em energia fotovoltaica Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, a incidência solar diária sobre o Brasil, nas áreas de menor potencial, é 40% maior que na Alemanha, referência em energias renováveis Os avanços no setor, a geração de economia e renda e as características naturais que nos fazem mais "iluminados" pelo sol, tem firmado a energia solar como investimento certeiro para o futuro da energia no Brasil Nossa localização é privilegiada para a produção de energia solar fotovoltaica

O Brasil comemorou em 2019 um avanço significativo e recordes no setor de energia solar fotovoltaica, que produz energia elétrica a partir da radiação solar. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com 4.042 MW de potência operacional total, a fonte solar registrou em outubro a maior média (677,66 MW) e máxima (1785,33 MW) na geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional. Em setembro, alcançou a maior fatia histórica da oferta de energia elétrica no país: 1%.

Em nível mundial, ainda são números muito baixos. Temos 2,4 GW de potência instalada, nem a metade da Coreia do Sul, por exemplo, o último país no ranking dos dez líderes mundiais do setor. No entanto, há que se comemorar mesmo, especialmente quando se avalia o potencial do país para esse tipo de produção de energia, os benefícios dessa transformação na matriz energética brasileira e a contribuição da produção de energia solar, perfeita para o Brasil, nos setores econômico, social e ambiental.

Nossa localização é privilegiada para a produção de energia solar fotovoltaica. A posição geográfica do país oferece dias longos e irradiação solar abundante em qualquer parte do território. Segundo o Atlas Brasileiro de Energia Solar, a incidência solar diária sobre o Brasil, nas áreas de menor potencial, é 40% maior que na Alemanha, referência em energias renováveis, quarto lugar no ranking mundial dos líderes em energia fotovoltaica.

Com 12 mil micro e pequenas empresas atuando, a energia solar contribuiu com a economia nacional criando 92 empregos por dia em 2019. Além de participar do crescimento do PIB, o setor também gera economia no bolso dos brasileiros, inclusive os que não usam, diretamente, esse tipo de energia. Isso porque há perdas no sistema elétrico de distribuição de energia. Atualmente, esse percentual da energia que se produz mas não é entregue chega a 16% e ocupa o terceiro lugar no ranking do consumo nacional, atrás apenas da indústria e residências. O prejuízo dessa despesa vai para a conta de luz de cada consumidor.

 As novas usinas de geração distribuída, alimentadas pela energia solar, trazem mais segurança para o sistema elétrico e evitam essas perdas. A energia produzida no local ou próxima à unidade consumidora reduz o caminho percorrido do ponto de geração ao consumidor. Cabe salientar que, na maioria dos casos, um local que produz energia solar fotovoltaica compartilha sua produção com outras pessoas que utilizam a rede elétrica da concessionária. Isso é possível porque, enquanto os painéis fotovoltaicos produzem energia, equipamentos podem consumi-la instantaneamente, porém, todo o excedente é transportado para a rede elétrica pública, sendo utilizada pelos usuários mais próximos à fonte geradora. 

Comparada à energia produzida por hidrelétricas, responsável por 60,9% da matriz energética do país, a energia solar também apresenta vantagens no âmbito econômico. Ainda que valorizadas pelo uso de um recurso natural como fonte geradora de energia, as hidrelétricas passam por momentos críticos em períodos de seca. A diminuição da oferta de energia reflete em aumento na tarifa, além de prejudicar setores de agricultura e abastecimento de água, por exemplo, já que a prioridade de utilização dos recursos hídricos, nesses casos, é dada para a produção de eletricidade.

A preservação do meio ambiente, tema prioritário no debate sobre o futuro da energia no mundo, também tem a ganhar com o crescimento dos sistemas de energia solar. O módulo fotovoltaico, placa que capta os raios solares para transformar em energia, possui alto índice de reciclabilidade - 96% da sua estrutura pode ser reciclada ao final da sua vida útil, após 30, 40, 60 anos de atividade. O equipamento também é econômico desde a origem. Quando pronto, é capaz de gerar 17 vezes mais energia do que gastou para ser produzido.

Outro fator importante dessa tecnologia é a redução da emissão do gás que se tornou vilão do meio ambiente pelos altos índices que vem atingido na superfície terrestre: dióxido de carbono. Em um ano, uma família que utiliza energia solar fotovoltaica deixa de colaborar com a produção de 130 kg de dióxido de CO2. E isso é muito: uma árvore levaria de 15 a 20 anos – todo o período de crescimento até a vida adulta – para consumir um montante equivalente de CO2.

Os avanços no setor, a geração de economia e renda e as características naturais que nos fazem mais “iluminados” pelo sol, tem firmado a energia solar como investimento certeiro para o futuro da energia no Brasil. E o retorno de investimento de quem já saiu na frente nesse setor tem animado os pequenos negócios. Uma pesquisa da ABSOLAR, em parceria com o SEBRAE, revelou que 96% dos empreendimentos tiveram resultados positivos depois da implementação do sistema fotovoltaico; e 60% demonstraram interesse em investir novamente em energia renovável nos próximos dois anos.

 

Assista Entrevista Com Caroline Marchi e Guilherme Saraiva