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Carolina Pescador

28/08/2019

Obesidade Pet

Você sabia que a obesidade pode reduzir em até 2 anos o tempo de vida do seu pet?  

Sabe-se hoje que 59% dos cães e 52% dos gatos no mundo sofrem com o sobrepeso, condição que pode causar muitos prejuízos para saúde do pet, além de reduzir em 15% o tempo de vida desses animais

O sobrepeso em animais de estimação não deve ser encarado como uma condição normal e inofensiva, pois a obesidade é considerada uma doença grave com sérias consequências para a saúde e bem-estar dos pets.  O acúmulo de gordura corporal promove aparecimento de diversas doenças como problemas cardíacos, diabetes, problemas articulares e lesões em coluna. A obesidade em cães e gatos caracteriza-se quando o animal apresenta seu peso corporal 15% acima do peso ideal (de acordo com as tabelas de peso e raça) e é uma doença cada vez mais observada na rotina de clínicas veterinárias. Sabe-se hoje que 59% dos cães e 52% dos gatos no mundo sofrem com o sobrepeso, condição que pode causar muitos prejuízos para saúde do pet, além de reduzir em 15% o tempo de vida desses animais.

Quando um cão está obeso, assim como ocorre nos humanos, a primeira parte do corpo a sofrer é a coluna vertebral, que passa a ser exigida em excesso. Além da coluna sofrer com o sobrepeso, cães obesos têm mais predisposição a lesões ósseas, articulares e ligamentares, o que acaba causando dor, desconforto e lesões importantes que dificultam a locomoção. Animais que estão com sobrepeso também podem apresentar muitos problemas de pele e eczemas além de comportamentos sonolentos, dificuldade de andar, fadiga, e perda do fôlego com facilidade. Outro órgão bastante prejudicado com a obesidade é o coração, e, por consequência, todo sistema circulatório, levando os animais a sofrerem com problemas cardíacos.

Existem muitas raças que são propensas geneticamente à obesidade canina, entre elas: Dogue Alemão, Beagle, Dálmata, Cocker Spaniel, Labrador, Pug, Mastiff, Golden Retriever, São Bernardo, Shih Tzu, Schnauzer Miniatura, Basset e Dachshund. Porém a obesidade pode atingir cães e gatos de qualquer raça ou até mesmo os sem raça definida (SRD).

O tratamento da obesidade depende muito da conscientização do tutor sobre a gravidade do quadro e de seguir corretamente os protocolos indicados pelo médico veterinário. Um programa bem-sucedido de emagrecimento é um processo composto por várias etapas: um plano nutricional, programa de exercícios físicos acompanhados, monitoramento metabólico e hormonal do paciente, acompanhamento do médico veterinário especializado em endocrinologia e metabologia veterinária e do médico veterinário clínico geral. Para o sucesso do tratamento é necessário o comprometimento dos tutores e o diagnóstico correto da doença, para que, assim, o animal perca peso de forma satisfatória obtendo a melhora da sua qualidade de vida.

Sabe-se hoje que, quando se muda apenas a dieta do paciente, se chega a 60% de sucesso na perda de peso ideal. Já quando se associa ao plano alimentar um plano exercícios físicos controlados na esteira aquática, a taxa de sucesso aumenta para 87,5%.

Por que exercício controlado na esteira aquática?

O animal que possui sobrepeso tende a sentir dores e mais dificuldades para se movimentar no solo do que dentro da água. Quando os exercícios são realizados na hidro esteira, a flutuabilidade gerada pela água evita que o animal tenha sobrecarga articular e os movimentos ficam facilitados. Outra questão importante é a temperatura da água. Na esteira aquática é usada água aquecida, o que ajuda no relaxamento muscular e articular. Por isso a hidroterapia é uma das modalidades fisioterápicas mais importante, quando se fala em tratamento para a obesidade.

Como proteger o meu animal de estimação da obesidade?

O primeiro passo é escolher a alimentação ou ração mais adequada para a idade, porte e estilo de vida do seu pet. Sempre pergunte a um médico veterinário qual a melhor indicação. Outra opção para ajudar no controle de peso é fracionar a refeição, o pet precisa se alimentar de três a quatro vezes por dia para que ele mantenha seu metabolismo acelerado. Outra atitude importante é cuidar com petiscos extras. A dica é substituir os agrados por frutas, legumes ou petiscos naturais. Além disso, fazer um enriquecimento do ambiente estimulando que o animal brinque e se exercite, pode ajudar. Para os cachorros, passeios diários com mais duração é uma opção para melhorar o quadro de obesidade. Porém no caso dos cães que já sofrem com sobrepeso é preciso tomar cuidado para não forçar o animal para que ele se exercite mais do que pode, nesses casos a indicação é de realizar exercícios controlados na esteira aquática com o acompanhamento de um profissional habilitado.

A perda de peso deve ser um processo lento e regular, envolvendo não mais do que 1% de perda do peso corporal total por semana. O principal objetivo dessa meta é evitar o efeito rebote, muito frequente quando se perde peso com muita rapidez.

Como tutores somos responsáveis por zelar pela saúde dos nossos pets. Isso inclui o check-up regular do peso, a fim de evitar que os nossos animais cheguem a um quadro de obesidade, o que trará, além de prejuízos à saúde, a redução na sua expectativa e qualidade de vida.

Como ver se o seu pet está acima do peso?
Analise o escore corporal do meu pet:
Muito magro: as costelas e ossos são proeminentes, não se nota gordura corporal e a perda de massa muscular é aparente;
Ideal: costelas facilmente palpáveis com mínima camada de gordura, apresentando cintura e curva abdominal marcada;
Acima do peso ideal: Costelas palpáveis com leve excesso de camada de gordura, cintura evidente quando vista de cima mas não é proeminente.
Sobrepeso: costelas palpáveis mas com dificuldades, camada de gordura espessa. Depósitos de gordura na região lombar e base da cauda, cintura ausente ou imperceptível.
Obeso: costelas não palpáveis, cães com grande depósito de gordura no tórax e na base do rabo; ausência de cintura, sua espinha dorsal fica bastante curvada por causa do peso do abdômen.