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Caroline Pierosan

21/08/2020

Imagem

Nós não gostamos que nos julguem por nossa aparência, mas, intimamente, estamos sempre avaliando, também, a aparência alheia. É inevitável.

A roupa poderá (e deverá) abrir as cortinas do palco. Já o espetáculo, verdadeiro, depende do que você fizer a partir do primeiro olhar do outro.

A comunicação é um jogo de poder e, principalmente, de segurança. A sensação de segurança é a principal ferramenta do comunicador, pois é isso que passará credibilidade. Nesse caminho uma importante ferramenta pessoal é a auto-estima. E isso tem a ver com a forma como você se sente no seu próprio corpo. Poucas pessoas estão satisfeitas com sua imagem pessoal. E, atenção, não estou falando de padrão estético ou de modelo de beleza. Estou falando de segurança. De autoconfiança. É isso, muito mais que beleza, o que impressionará o seu ouvinte, cliente, público. 

Claro que há o aspecto da saúde - que sempre vai te deixar mais feliz, mais bonito, por isso mesmo, mais seguro - Por consequência sendo um melhor comunicador. É importante cultivá-la.

De fato, o importante é saber, desde já, seja qual for o seu trabalho ou posição social que, absolutamente, tudo o que somos e fazemos comunica. A começar pela atitude e, logo em seguida, pela aparência. Não é uma questão de ser superficial ou não, é uma questão de ser inteligente. Nós podemos ficar muito tempo brigando com o que as pessoas (mesmo que subconscientemente) sentem e entendem a nosso respeito. Ou podemos apenas entender que assim é feito o ser humano, totalmente tentando e fascinado pelo apelo visual. 

Nós não gostamos que nos julguem por nossa aparência, mas, intimamente, estamos sempre avaliando, também, a aparência alheia. É inevitável. A matéria, o corpo, a forma humana e a maneira como a vestimos, a nossa postura, os itens que lhe agregamos (brincos, aneis, sapatos) … tudo isso compõe uma figura, um quadro, uma tela. É como se fôssemos um livro, uma música, um espetáculo, um megafone, explicitando uma forte mensagem. Nós somos uma história. Nesse processo, é fácil “maquiar" o aspecto visual. O difícil é, realmente, assumir o controle da forma como nos expressamos. O olhar (e a direção dele), o sorriso (ou não), o tom da voz, a velocidade da fala, as expressões faciais e os gestos (ou a ausência deles). Tudo isso também conta, muito claramente “quem você é”. E quem você é (ou o que você está contando sobre você), muitas vezes pode não ser exatamente o que você gostaria de ser (ou de contar sobre si). Ainda, talvez, o que você é (ou insiste em ser) não é aquilo que o seu projeto precisa que você seja - hoje. 

Talvez, na sua forma de comunicar, você precise intensificar mais algum aspecto do seu ser, e ocultar outro. 

Talvez você precise abandonar algo que você vinha carregando há muito tempo (alguma convicção; teimosia cultural; crença), que vinha reforçando as certezas do que um outro alguém, um dia, quis que você fosse. Quem você quer ser? Quem você precisa ser? Você percebe absolutamente tudo o que você comunica? O que você comunica, é útil ao seu propósito presente e futuro? O que você comunica te traz "de volta" o que você busca nas outras pessoas? Além da roupa, é o seu aspecto intelectual e emocional que vai falar alto. Sempre. A roupa poderá (e deverá) abrir as cortinas do palco. Já o espetáculo, verdadeiro, dependerá do que você fizer a partir do primeiro olhar do outro. 

Nesses aspectos seria bom que estivéssemos em constante aperfeiçoamento.