Caroline Pierosan

Comunicar é arriscado? Obviamente! Pergunte a um comunicador profissional se ele não vive com um frio na barriga, com um senso de urgência massacrante e com um medo terrível de errar. 

Sim! 

Nossa rotina é sentir tudo isso! 

Precisamos ser criativos, rápidos e relevantes - ao mesmo tempo precisos e perfeccionistas (não erre o nome de alguém, não esqueça o crédito de nenhuma foto, olha aquela vírgula, aquele tom!). É uma imensa pressão, e uma grande carga, a que carrega um comunicador profissional. 

Mas se você considerar a repercussão posterior de um bom trabalho de comunicação, entenderá porque somos apaixonados por isso! Há um poder imenso em comunicar, um potencial enorme para gerar muitos relacionamentos positivos, novas oportunidades de negócios, de viagens, de projetos, enfim, de absolutamente tudo. 

Uma boa comunicação gera vida! 

É por isso que pessoas (e marcas) inteligentes optam pela comunicação em detrimento da inércia. 

Entretanto, como tudo, vale a pena ponderar riscos. 

Quais são os riscos de comunicar?

1)    VOCÊ ATRAIRÁ ATENÇÃO: qualquer ser que se mova, que se manifeste, que gesticule, que levante (sequer), que fale... chamará atenção. De quem vem essa atenção? Vem dos demais seres que estarão em “torno” a quem se manifesta (e hoje o “torno” pode ser físico ou virtual). Ou seja – apague da sua vida a frase “eu não gosto de aparecer”. Você foi convocado à vida e você aparecerá de qualquer forma – agora, você pode aparecer fazendo o seu melhor, ou você poderá ser notado ali, num canto, manifestando que preferia não existir. Pense bem em qual é a melhor estratégia... 

2)    VOCÊ SERÁ AVALIADO: junto com essa atenção que o comunicar gera, vem a AVALIAÇÃO, o QUESTIONAMENTO e o JULGAMENTO. Comunicar-se é como enfrentar o tribunal (informal) da vida. É ir para “o centro da roda” e deixar todo mundo te olhar. Para enfrentar esse medo é muito importante considerar que você sempre estará sendo avaliado, questionado e julgado por outros seres que são tão humanos, falhos e finitos quanto você. Somos apenas humanos, avaliando outros humanos. Mentalizar isso ajudará MUITO a enfrentar o medo de exposição.

3)    CRÍTICA e/ou ELOGIO: quem decide se comunicar precisa estar preparado para lidar com as repercussões. Mas costumo dizer que, se você tem certeza do que é, se você faz o seu melhor (em seu trabalho e na sua vida) se você tem uma boa estratégia de exposição, não há o que temer. Provavelmente você usará muito esses quatro gêneros de repostas: 

a)    Não sei, mas vou pesquisar mais sobre isso.

b)    Obrigada, que bom que você gostou!

c)     Que pena que você não gostou ou não concorda, essa é minha forma de pensar, mas vou refletir sobre o seu feedback. 

d)    Você adorou o assunto? Que máximo! Claro que eu posso falar mais sobre isso!

4)    INÉRCIA: o maior risco está em não fazer. A inércia não gera nada; o nada gera o esquecimento, e esse, pouco a pouco, a inexistência. A frase é forte, mas é verdadeira “quem não se comunica não existe”... quer dizer, existe, porém ali, oculto, sem explorar nada do seu potencial incrível. A inércia é nosso maior risco e, com certeza, nossa pior escolha. 

Riscos ponderados, tenha essa certeza:

VOCÊ NUNCA ESTARÁ PRONTO: essa é a realidade. Se você esperar para começar quando estiver pronto, você nunca começará. Sempre haverá algo mais que poderá ser aperfeiçoado, impedindo a sua ação. Você aprenderá e aperfeiçoará muito mais enquanto pratica. Claro que você pode se preparar o melhor possível e buscar algumas noções básicas para começar a comunicar-se com mais ênfase – e isso é extremamente recomendado (por isso eu estou aqui), mas decida começar. Faça o seu melhor, com o que você tem hoje e prossiga adiante, todos os dias. Ninguém é perfeito, mas você pode ser dedicado e genuíno e isso será incrível!

Por fim, a comunicação é para corajosos. 

Enfrentando os riscos da comunicação, você vence aquilo que seria o mais arriscado de tudo: não fazer nada.

Pese riscos, enfrente medos, busque ferramentas, evolua todos os dias, comunique muito, e viva mais!