Caroline Pierosan

Precisamos parar de vender tudo. É claro que o trabalho precisa ser mensurado no tempo e espaço, por diversas diretrizes: legislação do país em que vivemos, estratégia do negócio, forma de avaliar a qualidade das entregas, enfim, precisamos da matemática. Entretanto, existem, ainda, algumas “coisas” que não podem ser compradas. A maioria delas relativas às soft skills, ou seja, às ferramentas interpessoais. Quanto custa um sorriso? Um tom de voz assertivo? Alguém que chega disposto ao trabalho, com uma atitude positiva? Ainda não estamos medindo isso em moeda (talvez não declaradamente). Só que os negócios, os projetos, a vida, o progresso (tudo!), é feito por “pessoas”. Além de marcas, ou máquinas, são as pessoas que decidem. O que motiva tais decisões? Sabemos que mais de 90% das influências sobre uma escolha humana têm fundamentos emocionais. O que é que pede o coração de uma pessoa? Um relatório de horas “cumpridas” (muitas vezes não se sabe fazendo o quê)? Não! Pede emoção. Pede energia. Quer sentimento.

Nós não trabalhamos para os outros. Nós não trabalhamos para cumprir horário. Nós trabalhamos para nós mesmos. O que é que carregamos conosco, que ninguém pode nos tirar, sob hipótese alguma? Pensamentos, sentimentos, o aprendizado... Mas continuamos, muitas vezes, fingindo que engajamos, fingindo que trabalhamos - depois argumentando “veja quantas horas fizemos” - fingindo que “estamos ali”. O que aconteceria se nos importássemos com tudo o que fazemos? O que aconteceria, se, o tempo todo, déssemos valor à atividade que estamos executando? Faríamos diferente? Tiraríamos mais dúvidas? Daríamos mais ideias? “Compraríamos” mais debates? O que faríamos se entendêssemos que a nossa presença é a coisa mais valiosa desse mundo para os outros (e para nós mesmos)? Nos vestiríamos diferente? Falaríamos diferente? Seríamos mais críticos conosco? Mais disciplinados? Como seríamos nós realizando o melhor que podemos ser? Seria lindo? Isso! Seria! E pode ser, a cada momento. Hoje. Agora. Esse é o momento mais importante.

Sabemos que muitas vezes estamos exaustos (e precisamos nos organizar para descansar), estamos tristes (e devemos traçar um plano para curar as mágoas), nos sentimos sozinhos (e podemos sempre mandar aquele whatsapp para quem sabemos que vai poder nos dar uma força); às vezes estamos revoltados (e podemos procurar conhecimento sobre o tal problema para nos tornarmos a fonte da solução). Ou seja, não temos por que nos vitimizarmos mais. Não precisamos esperar nada mudar para que possamos começar a ser melhores, agora. Quando nós decidimos ser melhores, as coisas mudam ao nosso redor. Essa é a ordem do sucesso, do progresso, da alegria: começa “em mim”, começa hoje, começa agora. Ponto. Começou! E vai dar trabalho. Mas vai ser um trabalho bom! O nosso primeiro trabalho é sermos a nossa melhor versão. Nós não trabalhamos para ninguém mais. Trabalhamos para ter a melhor qualidade de tempo enquanto existirmos. O nosso primeiro trabalho é estar bem, é fazer o melhor, é cuidarmos de nós. Em seguida, vamos estar cheios de vontade de cuidar dos outros também, porque compartilhar felicidade é a melhor coisa que há.

Nesse ano, mais do que sermos espelho que reflete a originalidade das pessoas da Serra Gaúcha, seremos um convite para trocas. A NOI é uma plataforma (uma ocasião) onde encontros especiais e marcantes acontecem. Ao longo das entrevistas, colunas e matérias, cada personagem escolhido para “estar aqui” defenderá os porquês de seus valores, explicará sua forma de lidar com problemas e desafios e compartilhará sua visão e expectativas para esse novo capítulo da história das nossas vidas e da vida das “nossas empresas”, que, começa a ser escrito nesse 2020. Desejamos um ano fenomenal, com muito aprendizado, muitas trocas geradas por felicidade e sucesso (o verdadeiro) a todos! Uma ótima leitura!