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Caroline Pierosan

17/08/2020

Produção!

Gosto Pessoal, Beleza ou Estratégia?

Vamos desmistificar algumas ideias no intuito de posicionar a produção visual (que também podemos chamar de "aparência pessoal") como uma ferramenta de trabalho, e nada a além disso!

O assunto é controverso e, muitas vezes, pode até ser incômodo (embora eu prefira o termo ‘desafiador’). A aparência é um tópico delicado pois envolve questões profundas da nossa formação como pessoas, influências culturais, opiniões da nossa família, da mídia, campanhas da indústria da moda, nossas referências enquanto jovens e hábitos consolidados que, talvez, não harmonizem com nosso propósito de vida e trabalho hoje. A seguir, vamos desmistificar algumas ideias no intuito de posicionar a produção visual (que também podemos chamar de ‘aparência pessoal’) como uma ferramenta de trabalho, e nada a além disso.

 

     1) GOSTO PESSOAL

MITO: eu devo me arrumar respeitando meu gosto pessoal.

VERDADE: o seu gosto pessoal muitas vezes não é o gosto do seu cliente, ou, melhor dito, não atende a expectativa dele em relação ao papel que você desempenha. Ou seja, ele não correlaciona a sua imagem ao que você deveria simbolizar, de acordo com a sua profissão. Uma pergunta importante de responder para si mesmo, antes de se produzir é: como o meu cliente quer me ver?

2) TENDÊNCIA DE MODA

MITO: Devo seguir as tendências de moda no que tange roupas, assessórios e demais elementos.

VERDADE: isso depende! Você trabalha com moda? Então é importante estar atualizado. Se esse não for o seu caso, é melhor não mudar muito drasticamente a sua forma de vestir – a não ser que você tenha mudado (também drasticamente) o perfil do cliente que está atendendo no momento. Busque uma identidade visual própria, que terá uma lógica em todas as estações, bem como harmonizará acessórios, roupas e demais elementos que você usa. Cuidado com itens fashionistas que chamam muita atenção para o produto e para o autor da peça, roubando o seu protagonismo. Lembre: quem precisa aparecer é você, a sua competência – e não o talento do estilista. Evite “fazer propaganda” de grifes, como se você fosse um “embaixador” da logomarca – a não ser que isso sirva ao seu propósito com determinado cliente. 

3) BEM – ARRUMADO

MITO: basta estar “bem arrumado” e tudo andará bem!

VERDADE: o “bem-arrumado” é um conceito relativo, pois se relaciona ao primeiro tópico (gosto pessoal). Portanto, o que significa “bem-arrumado” para você pode não significar “bem arrumado” para o cliente... você corre o risco de estar “aquém” ou “além” da expectativa, ou, pior, totalmente destoante, mesmo estando “bem arrumado”, na sua concepção. Novamente, pense na sua produção como uma ferramenta de trabalho que comunica informações sobre o que você vai fazer. O que você quer comunicar? Qual a melhor ferramenta para isso?

4) PRODUÇÃO CUSTA MUITO CARO

MITO: roupas “boas” são as de marcas caras.

VERDADE: roupas (e acessórios) bons são os que comunicam as mensagens que lhe servem. As roupas não precisam ser necessariamente caras, ou de marcas renomadas, mas precisam comunicar, principalmente com elementos como cor, corte e texturas, as informações que harmonizam com a sua função, cargo, posto ou papel em determinado projeto.

5) É MELHOR AQUÉM

MITO: é melhor ser a pessoa mais simples na sala.

VERDADE: não necessariamente. Dependendo da situação e do objetivo, você deve ser a pessoa que “nivela por cima”, principalmente se você for o líder do projeto (por exemplo). Você precisará aprender a “ler” o cenário e identificar o perfil do receptor das suas mensagens para optar com sabedoria a respeito das suas ferramentas de comunicação visual.

6) A ROUPA RESOLVERÁ TUDO

MITO: se eu estiver vestido da cabeça aos pés com roupas caras, não precisarei fazer mais nada.

VERDADE: não basta vestir o corpo, é preciso vestir a mente. É preciso estar confortável naquela produção, como se fosse naturalmente sua. Como se fosse rotineira, como se fizesse sentido. Se você ficar o tempo todo rejeitando as suas próprias ferramentas (principalmente com a atitude e trejeitos corporais), as pessoas perceberão que isso “não faz parte” da sua essência, e você prejudicará a sua comunicação.

7) A OPINIÃO DE ALGUÉM

MITO: devo sempre perguntar a opinião de algum familiar ou amigo sobre minha produção

VERDADE: você (quando está trabalhando) não se veste para seus familiares e amigos. Você tem um propósito com as suas ferramentas visuais. Não deixe o gosto pessoal de pessoas que não são seus clientes lhe influenciar (quando o propósito for trabalho). Foque no seu objetivo, e use suas ferramentas visuais com propriedade e confiança.

 

SCANNER VISUAL:

 

  1. Rosto: maquiagem, barba, sobrancelhas, pele, etc.
  2. Cabelos: corte, comprimento, penteado, preso ou solto, pintando (cor) ou não, etc.
  3. Assessórios: brincos, chapéu, toca, boné, piercings, relógio, anéis, broches, etc.
  4. Tronco: textura do tecido (marcação), corte, tamanho, estampa, cor, etc.
  5. Pernas: textura do tecido (marcação), corte, tamanho, estampa, cor, etc.
  6. Pés: material, salto ou não, cor, marca, conservação, harmonia com a roupa, tratamento e cor das unhas, etc.
  7. Objetos que levamos com a mão: caneta, bolsa, carteira, etc.
  8. Ferramentas de trabalho que utilizamos na frente do cliente: computador, celular, equipamentos, (trena, etc).

 

ATENÇÃO: sempre que você for tirar uma foto, ou sair numa foto (posando para alguém), revise a sua aparência. Lembre-se: ela importa sempre, pois está falando sobre você o tempo todo, ainda mais quando publicada em uma rede social.

DICA 1: poucas pessoas usam sua aparência como ferramenta de trabalho e comunicação, mas podemos (e devemos, na minha opinião) fazer isso. Da mesma forma, você poderá “ler” as pessoas pela aparência – mesmo que elas não estejam cuidado disso de forma estratégica. Muito cuidado, nesse caso, com aspectos culturais. 

DICA 2: a postura é um importante elemento da sua aparência. Nesse sentido vale a pena pesquisar sobre linguagem corporal, observar a sua postura em fotos, os seus trejeitos faciais, e as suas tendências de apoio. Você pode estar comunicando algo que não lhe favorece mais.