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Clara Vargas

17/09/2020

Gestão por Competências ou Competências para Gestão?

“Cuidar das questões humanas e interpessoais, mostra-se como um dos principais aspectos a serem trabalhados em uma evolução organizacional em Gestão de Pessoas”

"A necessidade de acompanhamento de um profissional habilitado com conhecimento e experiência a respeito de comportamento humano no trabalho, é imprescindível"

Das várias metodologias de estruturação de uma área estratégica de Gestão de Pessoas, o método conhecido como Gestão por Competências vem ocupando cada vez mais espaço e credibilidade entre organizações que buscam resultados elevados, através de uma relação recíproca de busca de objetivos empresariais e profissionais, com base no entendimento de que todo profissional está sempre em desenvolvimento, e que a capacidade de aprender deve ser um de seus principais pilares, assim como uma visão sistêmica de todos estes processos dentro da organização.

Mais do que uma metodologia, a implantação de um RH estratégico com base na Gestão por Competências, oportuniza um crescimento que vai além de seu “passo-a-passo”, ou do que eu costumo chamar da parte fria da implantação. Esta metodologia, oportuniza para quem a implanta e para os gestores em geral da organização a possibilidade de desenvolver suas Competências para Gestão, e somente desta forma, uma utilização eficaz desta metodologia.

Processos e ferramentas bem estruturadas de nada servem se ao longo do trabalho, se o amadurecimento das competências, crenças e valores dos Gestores que as utilizarão não forem abordados de forma planejada e com técnicas específicas para este fim; pois se o “pacote” de crenças e valores a respeito da natureza humana e da relação do homem com o trabalho, forem muito diferentes das crenças que embasam tal metodologia, com certeza teremos somente uma política guardada em uma gaveta, e uma elevada probabilidade de situações de conflitos interpessoais acionados e/ou deflagrados, e não tratados, gerando danos ao invés de ganhos.

Por este motivo, a necessidade de acompanhamento de um profissional habilitado com conhecimento e experiência a respeito de comportamento humano no trabalho, torna-se imprescindível para este tipo de desenvolvimento. Cuidar das questões humanas e interpessoais, mostra-se como um dos principais aspectos a serem trabalhados em uma evolução organizacional em Gestão de Pessoas como esta.

A Gestão por Competências parte do princípio de que todo e qualquer profissional pode desenvolver-se constantemente, já possui talentos e oportunidades de desenvolvimentos estabelecidos, e que sua motivação para fomentar seu crescimento de acordo com os propósitos de seu cargo e carreira dentro da organização, irão necessariamente passar por uma identificação deste com as bases da Cultura Organizacional que apoia este método, e uma efetiva relação de reciprocidade entre ele e a própria organização, evidenciados em Processos de Gestão de Pessoas e Comportamentos de lideranças que reflitam claramente isto.

Precisa, então, haver uma congruência consistentemente percebida com a Cultura Organizacional na qual irá ser estruturada e implantada, e os Gestores que a utilizarão precisarão estar sendo desenvolvidos não só em ferramentas; mas principalmente em suas crenças, valores e competências comportamentais e interpessoais para que sua utilização seja realmente eficaz, e efetive resultados de crescimento profissional e organizacional buscado por todos os envolvidos.

Um olhar profissionalizado sobre estes aspectos tem se mostrado o ponto nevrálgico entre uma implantação dar certo ou não. Fortalecer os Gestores, o RH e o alinhamento com a Cultura da Organização são aspectos iniciais do trabalho, e devem estar abordados na primeira das cinco etapas de implantação. Realizar um bom mapeamento da cultura da organização, entender sua história em gestão de pessoas, os objetivos visados pela Organização, pela área de RH e pelos Gestores de áreas com a implantação de Gestão por Competências, são passos necessários para um planejamento aderente a realidade de cada organização, visto que cada uma é única.

Entender se esta organização e seus Gestores – de todos os níveis – são alinhados com crenças sobre capacidade de aprendizagem e desenvolvimento humano, capacidade de comprometimento, senso de reciprocidade e visão sistêmica, fortalecendo tais modelos mentais de forma consistente é a base fundamental para a construção do trabalho e dela dependerá todo o resultado do que está sendo almejado. Não! Não é rápido, nem fácil! Requer um bom investimento de energia, tempo e seriedade de todos os envolvidos, e o resultado faz tudo valer muito a pena!

“Pílulas da Felicidade” ou “Passo-a-Passo Mágico” no desenvolvimento de profissionais e da relação entre estes e suas organizações, não existem. Felizmente, cada vez mais temos encontrado empresas dispostas e alinhadas com os conceitos base da Gestão por Competências em suas Culturas, ou em busca destas; fazendo com que uma metodologia da década de 70 mantenha-se continuamente sendo atualizada e procurada, em função dos resultados apresentados com cada vez mais solidez! Como está a relação de seus profissionais para com sua empresa? Pense em suas estratégias de Gestão de Pessoas!