Menu

Clara Vargas

31/03/2018

Inteligência Emocional: Nato ou Aprendido?

“Qual nível de consciência você tem sobre sua economia emocional? Quanto de utilização o mundo lhe exige e quanto você está repondo?

Como estão sua Inteligência e Competências Emocionais?

Quando falamos em Inteligência Emocional, geralmente pensamos em uma habilidade nata, um dom que poucos possuem, e como ouço frequentemente nos grupos de Desenvolvimento, “teria que nascer novamente para tê-la”! Grande engano! A Inteligência Emocional, tem por conceito ser a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e emoções, assim como os de outras pessoas, e aprender a lidar com eles. A habilidade desenvolvida/aprendida para tanto chama-se de Competência Emocional. Lidar com emoções e sentimento, nada mais é do que, a partir de seu reconhecimento, partir do princípio de que nossas emoções são uma quantidade de energia que necessita de expressão, de vazão, e não de aprisionamento; e que é humanamente impossível retê-las ou não as sentir. De alguma forma elas irão se manifestar: com ou sem nossa permissão! Então é melhor que seja sob nossa condução. As emoções, são instigadas por percepções do ambiente externo ou interno, que buscando naturalmente e com intensidade própria um canal de vazão, irão se manifestar, gerando impacto em seu entorno. Lidar com elas, é tornar-se consciente da sua presença, e criar/aprender formas de vazão para as mesmas (formas que estejam sob seu gerenciamento).

 Isto não é nato ou construído como mágica. Para o desenvolvimento da Competência Emocional, é necessário investimento de tempo e desejo para tanto, como em qualquer tipo de nova aprendizagem. O mundo constantemente nos provoca à interação, exigindo de nós a utilização e gerenciamento (utilização e reposição) de nossas energias físicas, mentais e emocionais; e neste processo de entradas e saídas, precisamos assumir a responsabilidade pela gestão das mesmas, ou o custo será o adoecimento destas dimensões ao longo do tempo; primeiramente emocional, e logo em seguida social, mental e físico. Falamos aqui de uma espécie de economia que pode e deve ser gerenciada por cada um de nós. Se vivenciar o dia-a-dia do trabalho, família, etc. nos exige o uso destas energias, naturalmente as mesmas precisam ser repostas ou realimentadas para os enfrentamentos que virão a seguir. E a grande questão que se coloca é exatamente esta: Qual nível de consciência você tem sobre sua “economia” emocional? Quanto de utilização o mundo lhe exige e quanto você está repondo? Quanto mais ampliamos nossa consciência sobre a forma exata como nossa “economia” emocional vem ocorrendo, maior a capacidade de estabelecermos ações que possam vir a garantir a reposição necessária para vivenciarmos nossa realidade com maior bem-estar, realização, menor desgaste e maior produtividade nas relações.

Tomada consciência da necessidade de uso da energia emocional no nosso dia-a-dia, mostra-se importante identificar as situações ou ações que oportunizam a reposição desta, e torná-las presentes em sua rotina; garantindo o equilíbrio entre gasto e reposição. Com este processo organizado, os benefícios percebidos são de maior disposição para os enfrentamentos do cotidiano, maior sensação de bem-estar, realização consigo, nas relações e com o mundo, menor desgaste frente as adversidades, e aumento da saúde em geral. Quando estamos falando de situações que oportunizam a reposição de energia emocional, pesquisas mostram a importância de fatores como atividades físicas constantes, vivencia da espiritualidade (independentemente de ter uma religião, ou não), frequência e fortalecimento dos vínculos afetivos em suas diferentes configurações (amizade, amor, família), alimentação adequada, espaço para tomar consciência e aprender consigo, entre outras ações específicos de cada sujeito, que conhecendo a si de forma mais apropriada, poderá identificá-las e inseri-las em sua rotina, por mais que para outros não faça sentido. E então, como estão sua Inteligência e Competências Emocionais?

Raquele Mattos Collares, Psicóloga, MS. Psicologia Organizacional, Coach e Consultora em Gestão de Pessoas