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Clara Vargas

13/01/2018

Mudanças, Empatia e Resistência

“O que isto quer me dizer além do que está sendo falado?”

"O que isto quer me dizer além do que está sendo falado?"

Atualmente o assunto “Mudanças” tem sido recorrente visto a realidade que vivemos de elevado avanço tecnológico, informações disseminadas rápida e facilmente e o desejo por elevados padrões de realização e resultados. Com isto, torna-se importante olharmos para dois fenômenos que acompanham necessariamente os processos de mudança: a Resistência a Mudança e a Empatia. Todo processo de mudança, ou qualquer estado de alteração de algo conhecido (zona de conforto), impacta necessariamente o seu entorno e, com isto, em expectativas, visões de mundo e receios que pouco conhecemos pois não são nossos e sim de outros. Com o desenvolvimento da Empatia a ampliação da consciência sobre estes aspectos aumenta, e de que se os mesmos não forem levados em consideração, dificilmente o resultado será alcançado como deveria.

Dispensar tempo, energia e atenção aquilo que, não somente para mim, mas para os outros envolvidos no processo, faz sentido e traz significado ao vivido até então, e para o que significará a mudança, qualificará cada etapa do processo, trazendo efetividade no resultado. Com melhor compreensão sobre a realidade do outro, torna-se mais eficaz a construção das estratégias a serem adotadas na condução dos processos de mudança. Com o desenvolvimento da Empatia percebemos mais facilmente quando possibilidades de Resistência a Mudanças podem estar ocorrendo ou por ocorrer; e sobre isto precisamos lembrar sempre que a resistência não necessariamente deve ser vista com algo negativo ao movimento proposto. Quando resistências acontecem, podem estar assinalando que o processo precisa rever seu ritmo ou levar em consideração aspectos que até então não estão sendo percebidos e que podem colocar risco ao resultado esperado. Portanto, nem sempre o problema é a resistência, mas sim o que ela está tentando evitar.

A resistência ao movimento que está ocorrendo, poderá mostrar-se de forma passiva ou ativa; podendo chegar ao que chamamos de “guerra declarada”. A tendência de que sua intensidade e forma de se mostrar, se intensifique, ocorre quando a mesma é ignorada ou tratada como o problema em si; não sendo levado em consideração e tratado o que ela está tentando deflagrar. Empatia e Resistência a Mudança são dois fenômenos estreitamente ligados aos movimentos gerados por processos de mudança, pois servem como termômetros e antídotos para um olhar sobre o processo que vai além do tecnicismo, métodos ou ferramentas para estruturação e implantação das mudanças. Desenvolver a escuta ativa, ou seja, o que isto quer me dizer além do que está sendo falado? Desenvolver a capacidade rever o ritmo do processo para olhar além do pragmático e perceber que muitas vezes o que parece ser o “inimigo” é justamente aquilo que quer nos mostrar onde está o real obstáculo aos resultados e processos; é quebrar alguns paradigmas que, com certeza nos tirarão mais ainda de nossas zonas de conforto. 

Raquele Mattos Collares, MS. Psicologia Organizacional, Coach e Consultora em Gestão de Pessoas