Menu

Claudete M. Soares

12/05/2018

Expectativas e Casamento

“Não crie expectativas muito altas e incompatíveis com a realidade, tanto em relação ao parceiro (a) quanto ao próprio casamento”

Como viver uma vida que vale à pena ser vivida, ao lado de alguém, em meio a tantos desafios que nos cercam?

Como viver uma vida que vale à pena ser vivida, ao lado de alguém, em meio a tantos desafios que nos cercam? Na contemporaneidade, dividir a vida com outro (ou outros) tornou-se ainda mais complexo, muito mais do que já o foi em tempos remotos. O convívio sempre foi algo desafiador, despertando as mais variadas emoções. Este, longe de apenas nos provocar inquietudes e, por vezes, sofrimentos, nos convida continuamente para um viver mais reflexivo, mais atento e profundo, do qual podem brotar fartos e ricos aprendizados. O certo é que, quanto maior a maturidade emocional de cada um dos envolvidos melhores as condições para assegurar que o relacionamento possa ganhar em qualidade.

No fundo das nossas entranhas queremos mesmo é ser felizes. Cada um a seu modo, é bem verdade. E, acima de tudo, desejamos construir essa felicidade ao lado de quem amamos, da pessoa que escolhemos para compartilhar a vida. Nossa vontade é que esta relação perdure. Diria que inexistem fórmulas mágicas para um “casamento” dar certo, todavia, como bem assinalado pela Psicóloga Iara Camaratta Anton (in A escolha do cônjuge: motivações inconscientes), faz-se necessário uma relativa harmonia entre os valores e objetivos dos parceiros. Na visão desta autora, uma relação em que há uma preocupação com o outro, “em que ambos se desejam, se acolhem, se respeitam e se nutrem”, reúne as condições para que cada um possa se expandir em sua individualidade, “em coexistência com um ‘nós’ afetuoso e forte”.

Um dos aspectos importantes para quem busca uma relação conjugal satisfatória é não criar expectativas muito altas, incompatíveis com a realidade, tanto em relação ao parceiro (a) quanto ao próprio casamento. As expectativas geralmente estão associadas às crenças que desenvolvemos no decorrer da vida, muitas vezes até, baseadas em ilusões. Ocorre que, talvez, o que julgamos necessário, ou importante para nós, não o é para o parceiro (a), como também, nem sempre ele (a) está em condições de nos oferecer o que queremos. Não podemos depositar no outro a responsabilidade pela nossa felicidade, pelos nossos desejos.

Em geral esperamos que o relacionamento se solidifique e se torne melhor no decurso dos anos, mantendo-se nos mesmos níveis de afetividade quando do namoro, o que, na maioria das vezes, não acontece. Há casamentos que melhoram e outros que pioram com o tempo. Conhecer as expectativas de cada um e estabelecer objetivos claros e positivos no relacionamento pode promover a felicidade mútua. Ah! Expectativas! Queremos certezas! Nossos medos muitas vezes nos inibem de tentar. E se não tentarmos, não investirmos, como sabê-lo? Muitas vezes quem avalia mesmo é o coração. Se o resultado será a felicidade, não temos certeza. Entretanto muitos encantos podem despertar dessa experiência chamada casamento. Ser feliz talvez não seja assim tão complicado.