Convidados

Você não precisa de uma boa fotografia – não se você não deseja se comunicar, ser reconhecido, incentivar novas relações, estreitar laços ou ser percebido e respeitado. É inerente ao ser humano julgar pela aparência, mesmo que inconscientemente. Você pode não dar atenção para isso, mas deveria. Praticamente toda a nossa comunicação online é acompanhada e mediada por imagens. Tudo aquilo que você curte, comenta, publica, compartilha, recomenda, ensina ou oferece carrega a sua foto de perfil. Ela é a sua representação, o rosto que escreve, fala e distribui o que pensa, seja para o seu cliente mais importante ou para alguém que recebeu o seu contato compartilhado no Whatsapp como recomendação. “Vista-se como se fosse encontrar o seu pior inimigo”. A frase, atribuída a Coco Chanel, tinha como foco a moda, mas ela pode ser adaptada para a linguagem visual. Mostre-se como quer ser visto.

Eu serei sincero: não é isso que vai salvar o seu negócio. Porém, considere a sua imagem como um ativo que potencializa o networking e o impacto nas pessoas que entram em contato com qualquer conteúdo sobre você. A própria falta de uma fotografia adequada passa despreparo ao lidar com a mídia, por exemplo.

Diferente de um cartão de visitas que, uma vez impresso, era distribuído por anos com a mesma mensagem, o seu retrato não pode parar no tempo. Quem é você hoje? Como pensa, se posiciona, veste, apresenta? Qual a sua idade, o seu corte de cabelo, o seu estilo? Quem é você, afinal, e para quem fala? A sua fotografia é parte da sua comunicação – e a sua comunicação é a responsável por levar a sua mensagem a quem está do outro lado de uma tela, do anúncio de uma live, de uma entrevista, de uma revista, de um jornal ou de qualquer meio pelo qual for encontrado.

Você fala de seriedade, mas a sua imagem é imprópria. Fala de proximidade, mas a sua expressão é fria. Fala de requinte, mas passa desleixo. A pessoa que eu vejo inspira a confiança necessária para que eu invista tempo e recursos em busca de uma solução com ela? Alinhe o que você promete ou faz com aquilo que comunica.

Exemplificarei um erro clássico de profissionais em seu primeiro ano pós-faculdade: usar, em seu principal retrato, a toga. A toga remete a um estudante recém-formado e essa será a primeira impressão quando um possível futuro cliente entrar em contato. Subliminarmente, você pode estar suscitando questionamentos às suas condutas e falta de experiência.

Exercite a autocrítica e descubra se deve contratar um profissional qualificado para transmitir, em imagem, a mensagem que você deseja. Seu rosto está bem iluminado, fácil de ser reconhecido, sem sombras desagradáveis? O que a testa, as sobrancelhas os olhos e a boca expressam? E os seus braços e mãos? A sua roupa é adequada para encontrar o seu público? Há algo de desnecessário aparecendo? Qual é o ambiente ou o fundo da cena? O que chama mais atenção ou destoa? A qualidade parece amadora?

Se possível, pense no seu negócio como uma empresa de comunicação que vende o seu produto ou serviço, seja ele qual for. O que muda? Você entenderá como se apresentar adequadamente e encantar nos detalhes.