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Cristina Carniel

20/03/2019

Não Temos Notícia de Crise em Garibaldi

"Será que devemos seguir as tendências cegamente, sem a reflexão do que cada empresa é capaz, precisa e deve seguir?" 

Tobias Debiasi assumiu a presidência da CIC Garibaldi no biênio 2019/2020 Garibaldi pode ser considerada uma ilha entre a maioria dos municípios do país. Não temos notícia de crise em Garibaldi Nem sempre a inovação significa mudança. O que a inovação precisa oferecer é uma forma mais fácil, rentável e eficiente de fazer algo!

Empossado em 18 de dezembro, Tobias Debiasi assumiu a presidência da entidade no biênio 2019/2020. Tobias tem 66 anos, é casado com Carmen, pai do Mateus e da Thayse e vô da Marina. Ele é proprietário da Dezi, empresa especializada na produção de esquadrias. Debiasi entrou para a diretoria da CIC na gestão 2009/2011 como diretor setorial. Na gestão anterior ocupava o cargo de suplente do Conselho Fiscal. Ele também integra a diretoria da Fenachamp, Festa do Espumante Brasileiro e da Agamóveis, Associação Garibaldense das Indústrias de Móveis e Afins, entidade que presidiu em 2005.

Você está assumindo a presidência da CIC, importante entidade de classe para Garibaldi e região para o biênio 2019/2020. Como recebeu este convite? O que o motivou a aceitar o cargo?

Foi uma surpresa muito agradável e desafiadora receber este convite. Fiquei muito honrado, porque a CIC é a entidade de classe mais tradicional de Garibaldi e uma das maiores referências no Estado em seu gênero. Integro a diretoria desde 2009 e acredito que a participação deve ser sempre buscando contribuir com nosso conhecimento e experiências. Sou uma pessoa simples, mas irei dedicar muitos esforços para garantir que a CIC mantenha seu caminho de desenvolvimento.

Quais os principais projetos para sua gestão?

Dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela presidente Alexandra Brufatto é uma das prioridades. A CIC conta com muitos serviços e atividades que buscam oferecer suporte de trabalho para as empresas associadas. Eu acredito que as demandas sempre surgem já que o setor de empreendedorismo é muito dinâmico. Inicialmente estamos atentos ao projeto que vai desenvolver ações para o fortalecimento do comércio de Garibaldi, resultado de um estudo iniciado no ano passado, em parceria entre a CIC, CDL, Apeme e Prefeitura.

E quais os grandes desafios que enfrentará a frente da CIC?

Certamente manter os empresários unidos e motivados depois deste longo período de dificuldades será um grande desafio. A CIC congrega diversos grupos que oferecem subsídios em relação às principais necessidades de cada segmento, sempre investindo em ações que promovam a inovação, a troca de ideias e de conhecimentos. Vamos ser o elo que busca soluções entre o setor produtivo e o poder público, entre a necessidade de produzir e os entraves burocráticos, entre o desenvolvimento e a falta de infraestrutura e a excessiva carga tributária. É preciso estar sempre atento para construir caminhos que intensifiquem a vocação histórica de nossa gente.

Como você avalia o momento econômico que o Brasil está passando? Na sua visão, quais as perspectivas para o país a partir de 2019?

O futuro é otimista. Deixamos para trás as maiores incertezas, mas é preciso estar atento e não perder o foco. Saímos de um longo período conturbado e a retomada do crescimento exige passos firmes e assertivos. A cautela é necessária pois nossa economia ainda é frágil, propensa a turbulências. Porém, já temos um horizonte mais nítido e confiante.

Você e a entidade estão otimistas com o novo governo e suas medidas, especialmente econômicas?

Os novos governos, tanto o Federal como o Estadual, têm desafios que exigem atitude, coerência e transparência. Um setor produtivo forte produz uma nação forte. Para que isso aconteça é fundamental que o Governo se comprometa a investir e apoiar àqueles que impulsionam a economia. A CIC sempre teve como filosofia o apoio a todas as ações que promovam o progresso e tragam melhores condições de trabalho e resultados para os seus associados e, por consequência, para a sociedade.

E quanto a Garibaldi, como você avalia a “crise” no município? Qual o nível de dificuldade que a cidade vem enfrentando? Como as empresas estão encarando este momento?

Garibaldi pode ser considerada uma ilha entre a maioria dos municípios do país. Não temos notícia de crise em Garibaldi. Isso é fruto de um trabalho sério da Administração Municipal e da participação efetiva das entidades no processo de construção de opções de crescimento sustentável.

Qual a perspectiva de crescimento para as empresas de Garibaldi em 2019?

Não se pode falar em números absolutos. De acordo com o Balanço Econômico dos últimos anos podemos avaliar que, mesmo diante da crise nacional e do Rio Grande do Sul, as empresas locais se mantiveram, em sua maioria, estáveis e com muitos exemplos de investimentos e crescimento de mercado. Acreditamos que essa tendência se mantenha, principalmente com a melhor gestão da economia brasileira.

Quais as grandes conquistas dos empresários de Garibaldi e da entidade nos últimos anos? E como essas conquistas têm afetado o município e região?

Sem dúvida nenhuma, a maior delas, foi a construção da rótula no Trevo da Telasul. Foram quase duas décadas de reivindicações. A CIC esteve à frente desta luta, com um movimento que uniu empresários, lideranças e autoridades de diversas cidades da região. Felizmente, logo no primeiro ano de sua inauguração, não foi registrado nenhum acidente grave e nenhuma morte no local, antes uma rotina trágica que afligia aos mais de 22 mil usuários que circulam pelo local diariamente.

A entidade incentiva o empreendedorismo. Que conselhos você daria aos novos empreendedores do município?

Empreender é um desafio de grandes proporções. Por isso que conhecer o setor escolhido, planejar constantemente, medir resultados, pesquisar o mercado e estar organizado são questões prioritárias para ser competitivo e crescer.

Quando falamos em empreendedorismo, a palavra de ordem é inovação. Mas é realmente necessário ser disruptivo para inovar?

Nem sempre a inovação significa mudança. O que a inovação precisa oferecer é uma forma mais fácil, rentável e eficiente de fazer algo. Se pensa muito em inovação como sinônimo de tecnologia. Para muitos, inovar pode representar simplesmente um meio para melhor o relacionamento com o cliente, que exige cada vez mais atenção e respostas pontuais.

A quais tendências empresariais os empreendedores precisam estar atentos?

Vivemos uma era de revoluções, da Indústria 4.0, do eCommerce, dos serviços remotos, da Inteligência Artifical. Mas será que devemos seguir as tendências cegamente, sem a reflexão do que cada empresa é capaz, precisa e deve seguir? O papel da CIC é, justamente, contribuir para oferecer o conhecimento que cada segmento necessita para tomar a decisão que melhor se adaptar às suas realidades. Tem sido assim nos diversos cursos, workshops e palestras que temos oferecido.

Qual legado você espera deixar ao final da sua gestão?

O de ter contribuído com a continuidade de uma história de grandes conquistas, muito trabalho e de integração dos empreendedores garibaldenses.