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Gabriela Rostirolla

16/09/2020

Parto Humanizado é Parto Com Segurança

“O parto humanizado não é definido pela via em que ocorre (cesariana pode ser humanizada), mas pelo momento em si e cada detalhe que o engloba”

"O nascimento deve ser um momento único, sensível e humano, observando o ambiente, e a capacidade da mulher em conduzir o processo, respeitando suas individualidades e sentimentos" (Foto: Diego Frigo)

O processo pela busca de uma assistência mais humana na saúde vem se tornando um dos temas de destaque atualmente. Nada mais justo do que incluir nessa pauta o evento que nos trouxe ao mundo: o nascimento. Anteriormente ao período contemporâneo, o nascimento era considerado um processo natural e abordado apenas entre as mulheres. A parteira era uma figura presente na sociedade, sendo de extrema importância no momento do parto.

Com o avanço da ciência e da tecnologia, os médicos homens foram introduzidos no meio maternal e, os partos, que antes era realizados em domicílio, passaram a ocorrer no hospital. Consequentemente os níveis de mortalidade materno-neonatal, diminuíram gradativamente, gerando uma grande mudança no cenário da saúde. Porém, com a tentativa de manter ou melhorar esses índices, os profissionais da saúde passaram a utilizar técnicas que, muitas vezes, levam em conta apenas a segurança da paciente, não dividindo com ela as opções de tratamento.

Felizmente a medicina vem evoluindo e demonstrando que é possível fornecer uma assistência menos intervencionista, mais respeitosa e dentro dos critérios éticos da autonomia, mantendo a segurança da mãe e do seu filho e proporcionando a eles um parto mais humanizado. A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Rio Grande do Sul (SOGIRGS) e as entidades médicas apoiam o parto seguro, realizado dentro do âmbito hospitalar, com recursos técnicos, humanos e medicações disponíveis para atendimento e resolução imediata de complicações.

Mesmo os chamados “partos de baixo risco” podem ter complicações inesperadas e muito graves para a mãe e principalmente para o bebê. Por isso, o Conselho Federal de Medicina proíbe médicos de realizarem partos domiciliares. Mas afinal, o que é a humanização do parto? É o respeito à mulher como pessoa única, em um momento da sua vida que necessita de atenção e cuidado. Esse processo está focado nas escolhas dela, no direito a um atendimento digno, respeitoso e com segurança para ela e seu filho.

É importante ressaltar que o parto humanizado não é definido pela via em que ele ocorre (cesariana pode ser humanizada), mas pelo momento em si e cada detalhe que o engloba. Promover um ambiente acolhedor, saber que a mulher é capaz de conduzir o processo, respeitar a individualidade de cada uma, levando em consideração todos os sentimentos e necessidades que as envolvem, são maneiras de tornar o nascimento único, sensível e humano.