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Gianfranco Sinico

12/05/2018

"Tempus Fugit"

“Os sentimentos não têm idade”

Tempus fugit

Tenho poucos cabelos e uma barba branca, uma barriga respeitável e um gracioso conglomerado de rugas. Vivo de aposentadoria… resumindo, flutuo naquela que chamam de “terceira idade”. Frequentemente acontece, quando estou sendo atendido no Correio, de perceber qualquer lamento surgir da fila de espera, atrás de mim. “Ainda vêm os aposentados a nos fazer perder tempo”. Mães que precisam ir pegar os filhos na escola, que devem correr para fazer as compras, profissionais que estão sempre atrasados com os clientes, trabalhadores angustiados pela folha. “Com todo o tempo que têm estes idosos, não poderiam escolher um outro momento?”. Sim, poderíamos ir ao correio em qualquer outro momento, mas tenho certeza de que, ainda assim, sempre haveria alguém com pressa convencido que nós estamos ali para roubar o seu precioso tempo. De acordo com alguns eu deveria viver com um senso de culpa pelo fato de me ocupar de afazeres pessoais, deixando em angustiada espera os impacientes jovens, rompantes e ansiosos, evidentemente investidos da missão de salvar o mundo. Caros jovens! São vocês que têm muito mais tempo do que nós velhos: vocês têm, diante de vós, décadas, enquanto, para nós, as décadas ficaram para trás. O nosso tempo está para terminar. Talvez na fria ótica da produtividade o seu tempo possa parecer mais precioso que o nosso, mas este não é o momento de colocar sobre a mesa fatos para avaliar danos e méritos de escolhas e instituições generacionais: perderíamos inultimente este tempo de debate. Entrato peço que parem apenas um momento diante do cesto de cerejas que nos é restado em mãos, onde, no passado, tinhamos podido colher a plenas mãos e onde agora jogam poucos e contados frutos, que, procuramos apreciar, tendo como lembrança um tempo para nós inestimável. Sim, as nossas horas aumentam continuamente de preço. Talvez por esse motivo geralmente somos  pontuais: conhecemos mais o valor do tempo. Vocês, jovens, sempre correndo, se encontram em contínuo atraso: tempo, nunca têm. Juntamente com vocês as estações simplesmente passam. Correndo. E já é amanhã, um passo a mais para que vocês se aproximem da conquista, um dia a menos de vida para nós. Até porque, contrariamente ao que a maioria das pessoas acredita, nós veteranos não vivemos apenas de recordações. Assim, da mesma forma, nós (se bem que alguns duvidam) temos coração e alma, juntamente com uma maior consideração sobre o passar do tempo, dedicada, primeiramente, a uma cara amiga (que espero, leia a NOI), mas também estendida às mulheres de qualquer idade. Talvez poderá acontecer de você encontrar uma gentil atenção romântica de alguém com a barba branca, de encontrar atenção e afeto da parte de qualquer velhinho. Vocês sabem, os sentimentos não têm idade. Bem, se lhe acontecer esta sorte, eu preciso pedir que coloque a mão sobre a consciência e que seja prático sem enrolar tanto e sem deixar para trás de si, como é habitual, a tortuosa linha de pontos de interrogação. Sim ou Não. E é bom ter em mente, caros amigo, que o nosso tempo está rapidamente exaurindo. Não podemos nos dar ao luxo de esperas sem sentido. Temos os minutos contados… 

Tradução Livre: Caroline Pierosan / Abaixo: Versão em Italiano:

Ho pochi capelli e una barba bianca, una barriga rispettabile, un amabile assortimento di rughe, vivo di pensione… insomma galleggio in quella che chiamano la terza età. E capita spesso, mentre sono allo sportello dell’Ufficio Postale, di percepire nel diffuso brusio qualche lamentela sollevarsi dalla fila in attesa dietro di me. “Ci si mettono anche i pensionati, a farci perdere tempo”. Mamme che devono andare a prendere i ragazzi a scuola e che devono correre a fare la spesa, professionisti sempre in ritardo con i clienti, lavoratori angosciati dal cartellino… “Con tutto il tempo che hanno questi vecchiardi… Non potrebbero scegliere un altro momento?” Già, potremmo venire in Posta in qualunque altro momento, ma sono certo che ci sarebbe sempre qualcuno che va di fretta, convinto che noi siamo lì a rubare il suo tempo pregiato. Secondo qualcuno dovrei vivere con un senso di colpa il fatto di occuparmi di faccende personali lasciando in angosciante attesa quegli impazienti giovani rampanti e scalpitanti, evidentemente investiti della salvezza del mondo. Cari ragazzi, siete voi che avete più tempo di noi vecchiardi: voi davanti avete decenni, mentre per noi i decenni sono alle spalle. Il nostro tempo sta per scadere. Forse nella fredda ottica della produttività il vostro tempo può sembrare più prezioso del nostro, ma non è qui il momento di mettersi a tavolino per valutare danni e meriti di scelte e intuizioni generazionali: perderemmo inutilmente ulteriore tempo. Vi chiedo di soffermarvi solo un momento sul cestino di ciliegie che a noi è rimasto in mano, dove in passato abbiamo potuto cogliere a piene mani e dove ora giacciono pochi e avvizziti frutti, che comunque cerchiamo di gustare fino in fondo in un tempo per noi inestimabile. Sì, le nostre ore crescono continuamente di prezzo. Forse per questo motivo generalmente siamo puntuali: conosciamo più di tutti il valore del tempo. Voi giovani puledri, sempre di corsa, vi trovate a vostro agio nel perenne ritardo: di tempo, ne avete. Insieme a voi le stagioni scivolano via. Di corsa. E’ già domani: un passo in più per voi per avvicinarvi alla conquista, ma un giorno in meno da vivere per noi. Anche perché, contrariamente a quello che crede la maggior parte della gente, noi veterani non viviamo solo di ricordi. Così, siccome anche noi (benché qualcuno ne dubiti) abbiamo un cuore e un’anima, aggiungo una breve giocosa considerazione sullo scorrere del tempo, dedicata in primis a una cara amica (che spero legga Noi), ma da estendere alle fanciulle di ogni età. Forse vi potrà succedere di misurarvi in una gentile schermaglia amorosa con qualcuno dalla barba bianca, di incontrare affettuose attenzioni da parte di qualche vegliardo. Lo sapete, i sentimenti non hanno età. Beh, se vi capitasse questa fortuna, vorrei chiedervi di mettervi una mano sulla coscienza e di tagliar corto senza menar tanto il can per l’aia e senza lasciare dietro di voi, comme d’habitude, quella torbida scia di punti di domanda. Sì o no. E tenete presente, care amiche, che il nostro tempo si sta rapidamente esaurendo. Non possiamo permetterci insostenibili attese. Abbiamo i minuti contati…