Juliana Dall'Onder

Li recentemente que “As crianças de hoje sabem mais mexer no mouse do que amarrar os sapatos”; Isso é alarmante! Saber mexer numa tela touch de iphone não é sinal de destreza ou habilidade cognitiva; é uma questão de sobrevivência. Desde a concepção, nosso cérebro está em desenvolvimento e assim segue até a idade adulta; e ele funciona, muitos dizem, como uma “esponja”, absorvendo tudo que está ao redor… de bom e de ruim. Aprendemos e desenvolvemos por experiência, momentos vivenciados, tentativa e erro; desde nosso primeiro choro, quando recebemos colo e alento, já tentamos e acertamos, logo, repetimos.

O desenvolvimento infantil é dividido em áreas de domínio: desenvolvimento motor, desenvolvimento da fala, desenvolvimento social/emocional, desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento adaptativo (atividades de vida diária, que nos permite viver de forma independente em sociedade). Todas as áreas são importantes e serão usadas como base para habilidades mais complexas.

Quando uma criança observa que todos ao seu redor estão olhando para uma tela que brilha e que, com o toque de um dedo, a imagem muda, naturalmente ela fica hipnotizada. E quando, ao seis meses, ela usa seu dedinho para fazer o mesmo e todos ao seu redor ficam maravilhados, é lógico que ela vai fazer de novo, só para ver nossos sorrisos de orelha a orelha. Mas isso não é desenvolvimento cognitivo.Desenvolvimento é saber amarrar o sapato. É saber resolver problemas diários baseado em habilidades adquiridas. É ter contato com o máximo de experiências possíveis que nos proporcione formar um pensamento e uma avaliação.

“Ah, mas para que ensinar a amarrar os cadarços se hoje temos tênis de velcro?”. Para ensinar nossas crianças a resolver seus problemas, sem desviar deles desviando para evitar frustrações. Todos precisamos ter a experiência da frustração, isso é parte fundamental do desenvolvimento emocional e adaptativo. Todos caímos quando estamos aprendendo a andar e precisamos aprender a levantar.