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Marina Grandi

12/05/2018

Um pedido de desculpas

“Vou criar meus filhos com olhar muito mais atento sobre este assunto, para tentar tornar o mundo menos cruel”

A primeira-dama de Farroupilha, Francis Somensi, com a amiga Roseli Bairros prestigiando o Vivere, evento que movimentou a cidade unindo gastronomia, música e diversão. Foto: Adroir O vereador Tiago Ilha e sua esposa Carla Somensi, o presidente do CRECI e vereador de Porto Alegre Márcio Bins Ely e sua esposa Josiane Ribeiro, e o prefeito de Farroupilha Claiton Gonçalves prestigiaram o 17º Jantar do Peixe. Foto: Adroir Os irmãos Marcos e Ricardo Tramontina ladeando Rafael Canziani, no domingo, dia 29 de outubro, quando promoveram a segunda Oktoberfest, no espaço que comandam no Desvio Blauth, a Cervejaria homônima. Foto: Marina Grandi O diretor de exportação da Grendene, Alexandre Gastaldello, feliz com os resultados obtidos na empresa. Foto: Marina Grandi O diretor da Tramontina, Lourival Dalmás, junto com a esposa, Marilene, comemorando o aniversário da filha, Manuela, no Restaurante Caminho do Trem. Foto: Marina Grandi O presidente da Afavin, João Carlos Taffarel, e a vice-presidente, Rosane Meggiolaro Cappelletti, brindando ao sucesso do Festival do Moscatel. Foto: Marciele Scarton

O Cascão era alvo de piadas constante por ser fedorento, a Mônica por ser dentuça e, enfim, cada personagem tinha um apelidinho pejorativo. Cantores entoavam aos quatro ventos músicas com letras ofensivas que ecoam em rádios até hoje. A palavra bullying nunca tinha se ouvido falar. Quase todos os meus colegas do ensino fundamental tinham apelidos, até eu! E eu, que a muitos apelidei, simplesmente não me dava conta do mal que poderia estar fazendo. Lembro que meus pais diziam que quando a gente se importava com um apelido, aí que pegava! Pode ser por isso que eu tentava não me incomodar. Quando os apelidos pegavam mesmo assim, o jeito era rir da situação, mesmo que chateasse cada vez que eles fosse ditos em tom de deboche. Naquela época, nossos pais e professores até podiam chamar atenção sobre não ser legal fazer isso com os colegas, mas a gente fazia mesmo assim. Eis que os tempos mudaram e ouve-se muito falar de bullying. De aluno que tirou a vida de outros porque era alvo de agressões verbais, pessoa que cometeu suicídio porque sentia-se inferiorizada... O assunto, inclusive, está entre um dos mais cotados para ser tema de redação no ENEM, segundo a Veja. Tudo toma as devidas proporções. Muitas vezes o que para nós pode ser uma “brincadeira” (sim, de mal gosto), se transforma em trauma, raiva, tristezas e sentimentos negativos. Como lidar com essa questão, que tem feito aumentar o suicídio entre os jovens e a violência nas escolas, com casos frequentes aparecendo na mídia ao longo do ano?

Sim, a gente fazia coisas erradas, brincadeirinhas bestas. Mas não me sentia uma pessoa do mal. Acho que Maurício de Souza nunca foi um cara deste tipo também. Fazíamos as brincadeiras sem noção do quão prejudiciais elas eram. A gente não entendia com profundidade o que isso poderia causar, o buraco que poderia criar na vida de uma pessoa, só por um tempo ou pra sempre. Muitas delas levam marcas profundas para a vida adulta e precisarão de apoio para superar o problema. A maior parte daqueles meus amigos de colégio já têm filhos. E, certamente,  ensinam que destacar algo que consideram ruim ou feio num colega não é legal. Esses pais fazem isso, provavelmente, porque enquanto cresceram foram se dando conta de que isso é errado e pode ter influência na personalidade de uma pessoa para o resto da vida. Fomos amadurecendo, tendo acesso a mais informações sobre os danos desse comportamento e, felizmente, interiorizando a gravidade disso. Vou criar meus filhos com olhar muito mais atento sobre este assunto, para tentar tornar o mundo menos cruel. Constato que muitos precisam pedir desculpas! Inclusive eu.

Cidadão - O cirurgião dentista Nestor Feltrin foi agraciado pelos Poderes Legislativo e Executivo como Cidadão Emérito de Farroupilha, em solenidade realizada na Câmara de Vereadores. O reconhecimento é concedido para farroupilhenses que realizam serviços importantes em prol da cidade. O profissional atua há 20 anos junto a Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Esperança (Patne), ao lado de sua esposa, Elaine, auxiliando famílias a lidar com os filhos dependentes de drogas.