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Mauro Chies

01/10/2018

Hike and Fly (Caminhar e Voar)

O casamento da caminhada com o voo livre é perfeito e contempla seu praticante com cenários incríveis e a perspectiva do mesmo lugar visto desde o solo e desde o céu, tornando a experiência única

Literalmente: caminhar e voar. Essa modalidade de esporte na natureza nasceu nos Alpes europeus há alguns anos e ganha cada vez mais adeptos no mundo todo Basicamente, uma caminhada até o alto da montanhas e o vôo livre desde lá Meu envolvimento com essa modalidade começou em 2013 quando entrei na primeira expedição de alta montanha da minha vida: O projeto wingsofkilimanjaro.com O gosto pelo hike and fly começou, de fato, em 2015, quando iniciei o treinamento físico para o Monte Denali no Alasca O casamento da caminhada com o voo livre é perfeito e contempla seu praticante com cenários incríveis e a perspectiva do mesmo lugar visto desde o solo e desde o céu, tornando a experiência única

Literalmente: caminhar e voar. Essa modalidade de esporte na natureza nasceu nos Alpes europeus há alguns anos e ganha cada vez mais adeptos no mundo todo, unido dois elementos: terra e ar. Basicamente, uma caminhada até o alto da montanhas e o vôo livre desde lá. Poucas pessoas sabem mas o voo livre de parapente (paraglider) surgiu nos mesmos Alpes no início da década de 80 pelas mãos de alpinistas que desejavam descer rapidamente das montanhas, sem ter que passar pelo extenuante caminho de volta a pé. Nascia assim o “parapent" ou paraquedismo de encosta. A modalidade cresceu rapidamente, paralelamente ao desenvolvimento dos equipamentos, fazendo com que o voo de parapente se distanciasse cada vez mais do seu berço, o alpinismo, e ganhasse vida própria, tornado-se a modalidade de voo livre mais praticada no mundo nos dias de hoje.

Nos últimos dez anos o voo livre de parapente tem se voltado às suas origens, incentivado por eventos grandiosos como o Red Bull X-Alps, o X-Pyr entre outros. Imagine-se em uma corrida de aventura onde só é permitido caminhar, correr ou voar (sempre acompanhado dos seu equipamento), percorrendo várias centenas de quilômetros no meio dos Alpes, desde Áustria até a costa do mediterrâneo na França, tudo isso em poucos dias. Meu envolvimento com essa modalidade começou em 2013 quando entrei na primeira expedição de alta montanha da minha vida: O projeto wingsofkilimanjaro.com. Eu tinha um propósito bem claro: escalar o Monte Kilimajaro (maior montanha da África) e decolar, de lá, de parapente. Esse ambicioso projeto que reuniria dezenas de pilotos do mundo todo em torno de algumas causas humanitárias foi um tremendo sucesso e eu me apaixonei pelas montanhas. No ano seguinte escalei o Monte Elbrus na Rússia, montanha mais alta da Europa oriental e tive a felicidade de decolar dele junto com meus amigos. Transformamos essa aventura em um pequeno filme despretensioso que compartilho com os leitores no link ao final da matéria. Desde aquele momento os equipamentos de voo livre evoluíram tremendamente, por meio de desenhos mais inteligentes e uso de materiais mais leves. Para se ter uma idéia, um equipamento normal de parapente pesa cerca de 20 kg enquanto um equipamento similar, feito com tais materiais, pesa menos de 10Kg.

Entretanto o gosto pelo hike and fly começou, de fato, em 2015, quando iniciei o treinamento físico para o Monte Denali no Alasca. Seria necessário carregar cerca de 30 kg o tempo todo naquela montanha e a melhor maneira de acostumar-se a isso (se é que isso é possível) seria simular o esforço e o desconforto de subir 600 a 700 m de desnível por dia por vários dias. Como eu já praticava voo livre há muitos anos foi lógico pensar em subir os 10km e 600m de desnível do pouso até a rampa a pé. Comecei subindo sem equipamento para ver quanto tempo levaria para chegar até lá. Progressivamente comecei a levar mais e mais peso e fazer o trajeto cada vez mais rápido. Essa atividade agregou uma dose extra de satisfação à prática do vôo livre além de me deixar super em forma para o desafio de escalar uma das maiores e a mais frias montanha do mundo.

O casamento da caminhada com o voo livre é perfeito e contempla seu praticante com cenários incríveis e a perspectiva do mesmo lugar visto desde o solo e desde o céu, tornando a experiência única. Enquanto esta edição da NOI estiver em recente lançamento eu já terei retornado de mais uma escalada combinada com vôo, no Mont Blanc, na França, montanha mais alta da Europa ocidental. Na próxima edição da NOI trarei mais relatos e fotos dessa incrível aventura. Aguarde!

 

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